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Polícia do RN quer proibir marcha pró-maconha

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O Coletivo Cannabis Ativa, organizador da Marcha da Maconha, plataforma para defender a descriminalização da planta, anunciou que irá entrar com um habeas corpus preventivo para garantir a segurança dos participantes durante o evento. Ontem pela manhã, as polícias Civil e Militar anunciaram a intenção de coibir a Marcha, marcada para a próxima sexta-feira (30), às 16h, na Praça Cívica do Campus. Os organizadores do movimento citam o direito de se expressar livremente como garantia da realização da marcha. “Iremos fazer o protesto independente do habeas corpus”, afirmam. Na semana passada, o Coletivo entrou com habeas corpus preventivo, mas a juíza negou o pedido porque não enxergava ameaça à realização da marcha.

Leilane Assunção,  29 anos, Álvaro de Andrade, 26, e Isabela Bentes, 21 anos, todos estudantes de graduação e pós-graduação da UFRN, rechaçaram os argumentos utilizados pelo delegado de Narcóticos, Odilon Teodósio dos Santos Filho, e pelo comandante de Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo. Odilon afirmou à TRIBUNA DO NORTE que irá enviar policiais civis ao local. “Vamos dar total apoio ao pessoal da Polícia Civil. Vou entrar em contato com o delegado Odilon Teodósio o quanto antes para evitar que essa tal Marcha ocorra aqui em Natal. Além do tráfico e do consumo, também vamos deter quem por acaso esteja fazendo apologia ao crime”, garantiu o coronel  Araújo.

Contudo, a Marcha foi pensada como um movimento político. A ideia é reivindicar direitos, propor um debate sobre o assunto e não promover o consumo da planta ou fazer apologia, diz o Coletivo. Como exemplo, os organizadores citam o material de divulgação. “Os folhetos que estamos distribuindo dizem claramente: não porte, não fume e nem faça apologia. O que queremos é chamar a atenção da sociedade para a necessidade de discutir o assunto, que ainda é cercado de preconceitos”, afirma Leilane Assunção.

O principal ponto a ser defendido pelos participantes da Marcha é a inviabilidade da atual política, eminentemente repressiva, de tratamento da maconha. Na visão do Coletivo Cannavis Ativa, formado não apenas por usuários da substância, a política de repressão traz mais malefícios que benefícios. “Fazemos parte de uma rede de resistência. Queremos mostrar como a repressão incentiva o tráfico e a violência, além de que a maconha é uma substância muito menos agressiva que o álcool e o tabaco, consumidas livremente”, argumenta Álvaro de Andrade.

A Marcha da Maconha foi idealizada por estudantes da UFRN. Nos dias 25 e 26 de maio de 2010, foi realizado o 1º Ciclo de Debates Cannabis e Preconceito, com a participação de alunos e professores dos departamentos de História, Ciências Sociais, Neurociência, entre outros. “Essa marcha é resultado direto desse debate. Resolvemos externar a nossa opinião”, aponta Isabela Bentes.

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