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Porque o RN precisa se unir

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Marcelo Fernandes de Queiroz
Presidente do Sistema Fecomércio RN

Nove bilhões de reais, uma cifra que equivale a nada menos que 25% do PIB potiguar. Cerca de 10 mil empregos diretos (ou 4% de todos os empregos formais gerados pelo setor de Comércio e Serviços, que é maior empregador privado do Estado). Um consumo de energia elétrica de aproximadamente 5 MegaWatts/hora, ou 15% do que consome todo o município de São Gonçalo do Amarante atualmente. Acréscimo de 30 aeronaves ao fluxo diário do aeroporto, que passariam a ter o RN como pontos de partida e chegada em suas rotas de voos. Acréscimo de 18 novas frequências nacionais e 13 internacionais ao nosso aeroporto. Potencial para, em dez anos, triplicar o PIB do Rio Grande do Norte.

Todos estes números falam por si. Eles deixam muito claro o poder de transformação que o Centro de Cargas e Passageiros do grupo LaTam teria sobre nosso estado. São números que ratificam a necessidade, urgente, de que todos os potiguares, sem nenhum tipo de distinção, façam tudo o que estiver ao seu alcance, para viabilizar este investimento.

Em um momento tão conturbado para a economia nacional como um todo, garantir este investimento é o sonho de qualquer estado deste país. Mas só três estão na disputa, como nós sabemos. A batalha é menor, mas nem por isso menos árdua. Mais uma vez, estamos duelando com Ceará e Pernambuco, gigantes políticos e econômicos do Nordeste, para os quais, inclusive, já perdemos outros grandes investimentos (quem não se lembra da refinaria que perdemos para Pernambuco e do gasoduto e do pólo siderúrgico que o Ceará nos arrebatou?).

Não podemos esquecer também o impacto direto que o projeto teria sobre aquele que é um dos pilares da atividade econômica norte-riograndense: o turismo. Um segmento que tem reflexos em mais de 50 atividades e precisa ser resgatado como protagonista e trunfo poderoso no enfrentamento desta e até de eventuais futuras turbulências econômicas.

Tudo isso sem citar o fato de que, se for para um de nossos vizinhos, este Hub irá ter o papel totalmente inverso para a nossa economia, esvaziando projetos, investimentos, iniciativas e minando nossa competitividade. Seria um baque duplo que eu prefiro nem imaginar.

Estou otimista. Não vou esmiuçar demais os dados, mas lembro apenas alguns pontos nevrálgicos nos quais nossos concorrentes perdem feio para nós.

O Aeroporto dos Guararapes, em Recife, está localizado no coração da cidade, sem nenhuma área disponível que permita sua expansão. Além disso, é um aeroporto estatal, que nem de longe tem a agilidade de ações e decisões necessária a um investimento deste porte, algo que somente um terminal operado pela iniciativa privada, como o nosso, pode oferecer.

O Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, opera hoje no limite de sua capacidade. Embora tenha sido incluído no recente pacote de concessões do Governo Federal, somente em meados do ano que vem deverá, efetivamente, ser privatizado. Isso daria ao Grupo LaTam a insegurança de negociar agora com gestores que certamente não estarão mais no comando do terminal quando da instalação do Hub. E, no mundo dos negócios, insegurança é uma palavra que definitivamente afasta o investidor.

Temos tudo e mais um pouco para sermos os escolhidos. Os poucos pontos que precisamos corrigir já têm recebido a atenção do Estado (incluem-se aí os acessos ao Aeroporto Aluízio Alves). Não acho exagero afirmar que, caso a opção do Grupo LaTam não seja pelo Rio Grande do Norte, eles terão pela frente um grande desafio: encontrar uma explicação técnica plausível para a decisão que tomarem. Aliás, não é crível que tomem uma decisão de tamanho investimento sem que esteja respaldada em critérios eminentemente técnicos. E, até neste momento, precisaremos estar unidos. Afinal, juntos sempre seremos mais fortes. Disso, ninguém duvida.

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