As feiras são espaços democráticos por natureza. Quanto mais livres e sortidas, melhor. As feiras pequenas de bairro, iniciativas dos seus próprios moradores, ainda não são comuns em Natal como em outras cidades maiores do país, mas há iniciativas interessantes para tirar o consumidor mais curioso de casa. Petrópolis tem duas feirinhas alternativas, com destaque para a Feira de Artes, que fará sua 1ª edição de 2014 neste sábado e domingo, com um número ainda maior de expositores. Na zona sul, Ponta Negra se agita com a nova edição da Feira Feito na Vila, uma amostra dos muitos talentos que vivem no bairro mais tradicional de Natal. A banca está bonita. Prepare a sacola e vá à feira.
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Artes na Banca
A Feira de Artes de Petrópolis realiza sua 10ª edição neste fim de semana, com um número recorde de expositores: mais de 60, segundo Graça Queiroga, idealizadora do evento. É a prova de que o projeto caiu no gosto de moradores, comerciantes e visitantes de outros bairros, atraídos pelo misto de artesanato, antiguidades, flores e plantas ornamentais, gastronomia, e música ao vivo. Tudo, com um toque diferenciado. “A aceitação cresceu, e nós crescemos junto com ela. É a prova de que há uma carência de projetos desse tipo em Natal”, afirma.
A feira vai ocupar quase toda a Praça das Flores durante sábado e domingo, das 10 às 22h. A variedade é grande. Na seção de artes plásticas e artesanato Graça destaca nomes como a gaúcha Rosa Spencer e suas peças em mosaico; a arte contemporânea de Maria Helena Pacheco; Paloma Torres, de Timbaúba dos Batistas, e seus bordados em rendas diversas; os jogos de cozinha criativos de Eliana Alencar e Marusca Santos; as camisetas da marca TenhoDito, da jornalista Suzy Leal, usam estampas exclusivas de artistas plásticos locais como Flávio Freitas, Marcelus Bob, Clarice Torres, entre outros.
Os fãs de antiguidades encontrarãoas valiosas peças da expositora Maria Cleane, entre cristais e porcelanas, várias delas centenárias. Merece destaque também o acervo de Graça Amaral Câmara, colecionadora natalense que coleta peças em feiras de artes de estados vizinhos.
Caldinhos Gourmet
A parte mais saborosa da feira também está artística. O chef Leo Tavares é adepto da cozinha de boteco com um toque gourmet. Assim surgiram seus caldinhos caprichados, sucesso nas feiras passadas. “Estava em Caruaru e vi um caldinho de feijão com camarão, charque e ovo de codorna. Parecia absurdo, mas era uma delícia. Me inspirou a criar outros caldos que não existiam aqui em Natal”, conta. Leo oferece três tipos de caldos e sugere acompanhamentos que vão de pimenta biquinho a camarão e torresmo. Ele também criou um caldo que mistura siri, sururu e camarão, como um ensopado.
Leo também incrementa os caldos com uma “performance” de feirante, ao lado da noiva, convocando os clientes para saborear as iguarias quentes. “É um evento incrível, diferente de tudo que se vê em Natal. Tem um clima ótimo, descontraído, e os feirantes combinam com o cenário”, conta ele, que já participou da feira como músico de uma banda de chorinho.
Sabores orgânicos
Há quase um ano, a Praça das Flores recebe todas as sextas a Feira da Agricultura Orgânica Familiar, das 7 às 13h, um espaço essencial para quem deseja comprar produtos naturais de alta qualidade. São cerca de 40 produtores, de Macaíba, Extremoz, Ceará-Mirim e Touros. Há feirantes de várias partes do Estado, com produtos os mais frescos possíveis – alguns colhidos ou pescados no dia. Há hortaliças, verduras, frutas, queijo, galinha caipira, ovos, bolos, beiju, tapioca, milho, feijão verde, carnes, linguiças, queijos do sertão, tilápias, etc. Há também artesanato utilitário e decorativo. A ausência do atravessador tornam os produtos mais acessíveis. Donas de casa e chefs de cozinha dividem o espaço.
Artes da Vila
A Feira Feito na Vila realiza sua 5ª edição sábado e domingo, das 16 às 21h, exibindo um pouco de tudo que a Vila de Ponta Negra tem de colorido, saboroso e cultural. Serão 30 expositores, entre gente de artesanato, gastronomia e artes plásticas, dispostos no largo da Igreja São João Batista. “É uma feira mais pra revelar do que pra vender. Reforça a nossa autonomia, e as qualidades que até os próprios moradores desconhecem”, afirma Graça Leal, do Centro Cultural da Vila de Ponta Negra.
Nas bancas da Vila serão vistos pandeiros feitos por um luthier alemão; fuxicos, tapetes e crochês feitos pelas tradicionais rendeiras de bilro do bairro; os chapéus artísticos elaborados pela poetisa Deth Haak, peças únicas feitas a partir de retalhos e tecidos reaproveitados; peças em couro, design em prata, etc. A seção gastronômica vai resgatar os quitutes mais tradicionais da área, entre bolos (moça, ovos, etc), e as suculentas tapiocas recheadas da vó – a rendeira Maria de Lurdes. Para fechar, terá apresentação de um grupo de congos de calçolas.
Orquídeas de abril
A beleza singular das orquídeas ganharão três dias de apreciação neste fim de semana. O Círculo Potiguar de Orquidofilia (CPO) realizará a XXI Exposição de Orquídeas do Rio Grande do Norte, de sexta a domingo, no Sam’s Clube da BR 101. A feira tem entrada gratuita e reunirá orquidófilos de Gravatá (PE), Recife (PE), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e Natal. Estarão expostas desde as mais populares como Rainha do Nordeste Brasileiro (Cattleya Labiata), Híbridos, Micro-orquídeas, Falenópolis (Phalenopsi), Olho-de-Boneca (Dendrobium Fimbriatum), até espécies estrangeiras e nacionais, algumas muito raras.
“Dentre todas as flores, as orquídeas são as mais peculiares e exóticas. Não tem quem olhe e não as admire. Toda flor de orquídea é apaixonante”, comenta o diretor do evento, Gerson Paiva. Durante a mostra também haverá comercialização vasos, caixas e produtos para o cultivo. Um concurso destacará as flores mais bonitas.
