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Prevaleceu a sabedoria do eleitor

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Diác. Francisco Teixeira
assessor jurídico da Arquidiocese de Natal

Passada a eleição e conhecidos os eleitos, o cidadão brasileiro mais uma vez atuou como o sujeito ativo e soberano para definir a quem é confiado a governança dos destinos do Brasil e do Estado, além dos que exercerão, em seu nome, o poder de legislar e fiscalizar a administração pública  pelos próximos quatro anos. É grande a responsabilidade dos escolhidos. Estes foram selecionados dentre vários que postulavam o encargo público para legislar ou administrar.

Considerar que essa escolha pelo eleitor não se deu por falta de outras opções, deve incutir na consciência do eleito maior compromisso com as necessidades mais urgentes da população, que anseia por melhorias profundas e duradouras na gestão pública do Brasil e do Estado. Dessa expectativa, impõe-se aos eleitos o dever de exercer a atividade política com zelo, acuidade, honestidade e ética, como servidor público, velador do Bem Comum. Ao eleitor sobrepõe-se o dever de vigilância e acompanhamento às atividades e decisões dos escolhidos. É preciso acompanhar e cobrar a realização das promessas feitas durante a campanha, independentemente se estão na situação ou na oposição. Aliás, como tem feito falta ao País e ao Estado uma oposição forte, qualificada e comprometida com o Brasil!

A verdadeira democracia invoca uma oposição construtiva, propositiva, altiva e alinhada com as reais necessidades da população, especialmente dos setores sociais mais carentes da presença do Estado. Todo o esforço deve ser feito para que o Interesse Coletivo prevaleça sobre os interesses individuais ou corporativos. Os eleitos, para governar, precisam compor equipes de trabalho com capacidade técnica e espírito público inquestionável. Já não se admite mais que os cargos públicos sejam preenchidos por aqueles que não lograram êxito na campanha, nem como uma recompensa pelos trabalhos prestados durante a campanha. E muito menos para arrumar familiares ou amigos. Não. O Serviço Público clama por pessoas competentes tecnicamente e na arte de fomentar o diálogo. A administração pública moderna requer gestores capazes de gerar confiança, credibilidade, autonomia e respeito entre agentes públicos e os cidadãos. É preciso estimular a participação do cidadão na gestão, criando espaço de escuta e diálogo, especialmente com a sociedade civil, valorizando, incentivando e apoiando, inclusive, suas organizações representativas. Ignorá-las ou desconhecê-las significa afastar-se do bom propósito de governar sob a supremacia dos valores da democracia e do interesse público.

Cada vez mais fica claro que o Estado sozinho jamais dará conta de todas as demandas geradas pelos graves problemas que afligem a maioria da população brasileira. O eleitor, frente às escolhas sufragadas, deixou claro que deseja ser representado e governado por homens e mulheres comprometidos com os valores da democracia, da ética, da justiça social e da dignidade humana. Não acredita em “salvador da pátria” ou “super-homens”. Os que assim se apresentaram, foram preteridos nas urnas, apesar do forte apelo da grande mídia e do marketing. No final, prevaleceu a sabedoria e consciência do eleitor que fez  a  sua escolha em conformidade com o julgamento ditado pela consciência de ser cidadão brasileiro livre e senhor de sua própria história.

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