Quadro de professores completo. Despensa da escola abastecida, material escolar entregue e 1.033 alunos matriculados. Aparentemente estes seriam fatores para que as atividades na Escola Municipal José Andrade Frazão, no conjunto Jardim Progresso, Zona Norte da cidade, estivessem funcionando. Entretanto, as aulas foram suspensas na manhã de hoje, após duas semanas funcionando até o horário do intervalo. Problemas nas instalações hidráulicas nos banheiros e cozinha, somados à infestação de baratas e ratos inutilizaram os dois ambientes impedindo que alunos e professores deem continuidade ao aprendizado.
A decisão de paralisar as atividades foi tomada pela direção do colégio, professores e pais de alunos, que se reuniram nesta segunda-feira (8) para protestar pela falta de manutenção na Escola. A unidade era, até seis anos atrás, considerada referência no bairro. A escola funciona nos três turnos, com turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e, à noite, com a Educação de Jovens e Adultos.
Na cozinha, os inúmeros vazamentos na pia e a água que mina do chão impedem o preparo da merenda. Fogão e freezer estão corroídas pela ferrugem e a detetização, feita quase mensalmente, sai às custas de moradores e pais de alunos.
Algumas tomadas foram interditadas devido aos choques elétricos causados por infiltrações, e a proliferação de insetos e ratos continua devido ao problema nas instalações hidráulicas.
Nos banheiros, os vazamentos e a água dos vasos sanitários retorna com a descarga, colocando em risco a saúde de crianças e adultos. Mesmo mantidos fechados, os registros de passagem gotejam constantemente. Tonéis são colocados para juntar a água.
Segundo o diretor da escola, Edson Lima Lobato Júnior, os problemas perduram desde o ano passado. Desde então, foram encaminhados à Secretaria Municipal de Educação cerca de dez ofícios solicitando os reparos. “Já fizeram uma vistoria, iniciaram o retelhamento de algumas sala de aula, mas há três semanas pararam a obra. Não temos como funcionar em segurança sem que as obras em geral seja feitas”, afirma.
A professora Ioneide Cristina Reis conta que também há problemas de infiltrações nas salas. “Muitos acham que ter professor, aluno e sala de aula é suficiente. É preciso que a estrutura funcione. Há sete anos não investem em manutenção aqui”, disse.
Ainda em 2010, a escola recebeu a visita da Covisa. À época, explica o diretor, foi dado prazo de 60 dias para que a SME contornasse as deficiências. “Estamos esperando providências há muito tempo e nada é feito. Nós tememos por nossos filhos”, disse Nilcley Leite de Farias, pai de um aluno.
Com relação às obras da Escola Municipal José de Andrade Frazão, o secretário municipal de Educação, José Walter da Fonseca, encaminhou no final da manhã o diretor do Departamento de Engenharia e Arquitetura da SME, engenheiro Paulo Celso, e o engenheiro da empresa Arco Engenharia para a unidade com o objetivo de levantar todas as necessidades.
O secretário afirmou que as obras na escola já tinham começado, mas houve a necessidade de paralisação devido à urgência na reforma dos 12 CMEIs que a Prefeitura de Natal absorveu da ONG MEIOS. Agora, Walter Fonseca garante que já está sendo reconduzida de imediato a recuperação da escola e as obras serão retomadas com serviços de instalações elétricas, hidráulicas, hidro-sanitárias, reforma na cobertura completa da escola e dedetização da unidade.
