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Produção no Estado é insuficiente

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O governo do Rio Grande do Norte foi procurado pela Petrobras em agosto para discutir a reativação do programa de biodiesel e admitiu que, apesar dos esforços dos produtores, o estado não conseguirá suprir a demanda da usina de biodiesel de Guamaré. “Temos potencial para produzir muita coisa, mas ainda não temos condições de garantir a produção da usina”, reconheceu Tarcísio Bezerra, secretário interino de Agricultura do RN.

A estatal preferiu não comentar o fato e se limitou a afirmar que “quando entrar em operação comercial, a unidade utilizará matérias-primas competitivas, considerando possibilidades de suprimento local e regional”.

A usina produzirá 20 milhões de litros de biodiesel por ano. O volume que será necessário para abastecê-la não foi revelado. Para atender a demanda, o estado terá, na avaliação de Bezerra, que  estruturar a cadeia produtiva. “Estamos pensando em convocar as cooperativas e associações para discutir o assunto”.
Zacarias da Silva, 40: tilápia também é fonte de biocombustível
#SAIBAMAIS#Antônio Carlos Magalhães, coordenador agropecuário da Secretaria, frisa que a participação dos potiguares no volume fornecido à Petrobras só atingirá um patamar satisfatório se os médios e grandes produtores forem incluídos na lista dos fornecedores de matéria-prima.

“O programa de biodiesel exige uma produção em larga escala. E não dá para ter essa produção sem incluir os médios e grandes produtores do semiárido. Se eles não forem incluídos, não conseguiremos suprir a demanda da usina”, observa.Alargar a base de fornecedores, no entanto, de nada valerá, se a estatal não oferecer um preço justo pela produção. “Sem um preço justo o programa será nati-morto; morrerá antes mesmo de nascer”.

Agricultores diversificam de olho no mercado

Os agricultores potiguares, que ainda enxergam na Petrobras o seu principal mercado consumidor, também têm buscado novos clientes para viabilizar a retomada produção de oleaginosas no Rio Grande do Norte.

Os assentados do Território do Mato Grande, por exemplo, pretendem vender parte de sua produção para agroindústrias. Segundo Livânia Frison, sócia da Cooperativa dos Produtores de Canudos – um dos assentamentos rurais do Mato Grande – é possível extrair óleo comestível e outros subprodutos de oleaginosas como amendoim e gergelim e assim agregar valor a produção. “Não queremos voltar apenas com o girassol para o biodiesel”.

Antônio Carlos Magalhães, coordenador agropecuário da Secretaria Estadual de Agricultura, vê com bons olhos a iniciativa dos assentados. Segundo ele, foi a falta de mercado, associada a uma política defasada de preços, que levou à quase extinção das culturas de girassol e mamona no RN.

“Posso afirmar que 99% da queda na área plantada de girassol e mamona foi motivada pela falta de estímulo ao produtor. O preço oferecido não cobria os custos. O mercado também era muito restrito. Qual é o produtor que ia continuar plantando nessas condições?”, questiona.

Para afastar esse risco, o assentamento Rosário, em Ceará Mirim, tem diversificado a produção. A área, que antes era destinada a produção de girassol, hoje dá lugar a plantações de banana, mamão e viveiros de tilápia. Zacarias Felipe da Silva, 40,  foi um dos que abandonaram a produção de girassol e passaram a apostar em outras culturas. “Deixei de plantar, porque não tinha para quem vender”,diz.

Bate-papo: Gerência de Comunicação da Petrobras


Quando a usina de biodiesel de Guamaré começará a operar comercialmente?

A expectativa é iniciar a operação da usina no início de 2014.

A operação comercial foi anunciada pela estatal para o ano de 2010. Por que o atraso?

O projeto é complexo e envolve várias etapas, desde a concepção, projeto e aquisição de equipamentos.

A estatal esbarrou em problemas de fornecimento de matéria-prima e/ou de mercado?

A usina de Guamaré já opera desde 2010 em caráter experimental, assim, o que foi adiado para 2014 foi a operação comercial, pois nesse período foi priorizado o desenvolvimento tecnológico. Cumpridos os objetivos, é momento de focar também no mercado, sempre lembrando que a usina de Guamaré terá utilização mista, ou seja, vender a mercado e servir de plataforma para o desenvolvimento tecnológico na área de biodiesel. A produção feita até agora na usina experimental não tinha finalidade comercial e sim foco em testes de qualidade e para analisar o desempenho de diferentes matérias-primas, processos e desempenho de materiais e equipamentos.

A estatal deu entrada no pedido de licença de operação em agosto. A Companhia já recebeu licença do Idema para operar?
Todas as licenças necessárias serão providenciadas até a entrada em operação da usina.

A Petrobras divulgou em 2012 que o Rio Grande do Norte seria o primeiro no mundo a trabalhar o conceito de biorrefinaria integrada (capaz de operar com diferentes matérias-primas). A usina do RN será, de fato, a primeira do mundo a trabalhar esse conceito ou outras já estão fazendo isso?
Quando este projeto de biodiesel estiver pronto, o Polo que o abrigará será o primeiro do Brasil e um dos primeiros do mundo capaz de processar matérias-primas de origem fóssil e renováveis.

Quanto a usina processará de matéria-prima e quanto produzirá de biodiesel?

Após adaptada, a usina terá capacidade de produzir 20 milhões de litros/ano.

A produção será vendida?

A produção será vendida nos leilões da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) atendendo, preferencialmente, as demandas do Rio Grande do Norte.

A estatal tem cinco outras usinas comerciais de biodiesel no país – sendo duas em parceria com a empresa BSBIOS. Há planos de expandi-las ou construir novas?
A Petrobras Biocombustível está sempre analisando oportunidades de investimento e de adequação das suas usinas ao mercado.

A estatal comprará a matéria-prima de que municípios? Comprará do RN ou trará de outros Estados?

Quando entrar em operação comercial, a unidade utilizará matérias-primas competitivas, considerando possibilidades de suprimento local e regional.

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