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Projetos e pendências na mesa

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Tádzio França – repórter

Possibilitar a produção cultural popular exige constante troca de ideias, informações e análises. Um enredo burocrático, a princípio, mas essencial para que esse cenário se movimente e atue conforme suas necessidades. A secretária  Extraordinária de Cultura do RN, Isaura Rosado – há um ano e meio à frente do cargo na Fundação José Augusto – almeja soluções que se movem entre orçamentos, editais e licitações. Enquanto a Cidade da Criança e a Biblioteca Câmara Cascudo aguardam novos apoios, velhos projetos musicais ganham nova direção, e um bom número de editais novos foram anunciados nos últimos meses. As políticas culturais exibem suas possibilidades.
Isaura Rosado comenta as atividades da secretaria de Cultura
Novas perspectivas vieram com o anúncio de seis novos editais no começo de julho – “com a intenção de sejam lançados mais cinco até o fim do ano”, segundo Isaura Rosado. A secretária ressalta a proposta da FJA de integrar seus eventos cada vez entre a capital e os municípios do interior. A segunda edição do Agosto do Alegria, por exemplo, estenderá sua programação até Mossoró, que participará com o musical “Hoje é dia de valsa”, de 1º a 05 agosto, em parceria com a rede estadual de ensino. Em Caicó, o Auto de Sant’Ana também compõe a programação que faz parte do edital Atos do Povo.

JORGE AMADO, MARTINHO DA VILA E DEÍFILO GURGEL

No mais, o Agosto da Alegria não fugirá ao modelo do ano passado. “O evento foi muito bem avaliado pela imprensa e público ano passado, e foi vitorioso dentro da nossa proposta de exaltar a cultura popular para os potiguares, também com um alcance turístico”, afirma. A programação – em homenagem a Deífilo Gurgel – abrirá no dia 08 de agosto indo até 02 de setembro, com a presença de 160 grupos folclóricos e mais de 400 apresentações, que serão feitas entre o Palácio Potengi, Teatro Alberto Maranhão e praça Augusto Severo. Entre nomes confirmados, Martinho da Vila para fazer a abertura, e a filha do escritor Jorge Amado, Paloma Amado, debatendo o centenário de pai e sua obra. Será feito um anúncio oficial da programação completa.

PROJETO SEIS E MEIA NO INTERIOR

Rumo ao interior também deverá seguir um velho conhecido  dos natalenses, o projeto Seis e Meia. Segundo Isaura, a chegada do Teatro Riachuelo, com sua estrutura moderna e espaço amplo, praticamente inviabilizaram os shows musicais no velho TAM. “No outro teatro, os artistas têm a possibilidade de pedir um cachê dez vezes maior do que poderia proporcionar a plateia do TAM”, afirma. A ideia, ainda em estudo, seria retomar o projeto em direção ao interior, com shows dirigidos a espaços como as casas de cultura.

EDITAIS E FISCALIZAÇÃO
 As ações anunciadas a partir dos últimos editais reforçam a proposta da FJA de ressaltar a cultura popular mais enraizada. Daí vieram editais como Deífilo Gurgel, Palhaço Facilita e Chico Traíra, que favorecem grupos folclóricos, teatro de João Redondo, poetas populares, formação circense e literatura de cordel. Tudo já foi aprovado pela comissão do Fundo Estadual de Cultura, que tem a participação de  entidades que congregam os beneficiários dos editais, além de representantes dos artistas por região administrativa, indicados pelo Conselho Estadual de Cultura, entre outros órgãos de controle do governo. Isaura ressalta que a fiscalização desses editais é feita através de uma prestação de contas obrigatória dos beneficiados junto à fundação.

Isaura afirma que a distribuição de verbas é a mais democrática possível, e com plena intenção de ser justamente “pulverizada”. “Devemos atender o Estado como um todo. O Fundo Estadual é pra isso. Ele deva chegar até aqueles pontos distantes do interior, apóia e promove eventos de lá. Já a Lei Câmara Cascudo é que tem maiores somas, junto a empresas grandes como Cosern e Petrobras, além de se concentrarem na capital”, explica.

A própria FJA recorreu aos editais de cultura, tendo sido uma das contempladas pelo programa Banco do Nordeste/BNDES, com o projeto Nós na Tela. Isaura ressalta que a iniciativa foi realizada dentro da lei, pois a verba é pública, e o edital confirma que a instituição poderia concorrer. “O Banco do Nordeste é uma instituição poderosa, que sempre incentivou a ajuda. Mas ela ofereceu um valor R$1,5, enquanto o governo do RN está apoiando com mais R$12 milhões, ou seja, estamos trabalhando muito mais. Eu só espero que as verbas de ambos subam”, afirma.

Alguns assuntos permanecem na base da expectativa. A Biblioteca Câmara Cascudo está à espera de que o MinC assine convênio para restauração. “Temos cumprido as diligências necessárias e sempre ressaltando os apoios de Fátima Bezerra e Henrique Alves quanto a questão. Serão R$3 milhões em recursos”, diz. Em situação semelhante está a Cidade da Criança. Isaura explica que a empresa que seria responsável pela obra teve dificuldades e o contrato está sendo rompido, para que haja um novo processo de licitação. O processo será realizado ainda este ano, garante.

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