Às portas da eleição para o governo do Estado, os vereadores do PSB de Natal continuam externando descontentamento recorrente com a fragilidade pela qual vem passando o partido. Esta semana, praticamente metade da bancada – os vereadores Júlio Protásio, bispo Francisco de Assis e Enildo Alves – não somente declararam a falta de valorização que dispõem os parlamentares, como passaram a também criticar o candidato a governador da legenda, Iberê Ferreira de Souza (PSB). Júlio Protásio foi mais além e disse ser o pessebista um pleiteante carente da viabilidade eleitoral necessária. “O que Júlio falou é o que pensa praticamente toda a bancada do PSB”, disse Enildo.
O líder da prefeita Micarla de Sousa (PV) informou ainda que dará entrada na próxima semana com o pedido de desfiliação por justa causa do partido da governadora Wilma de Faria (PSB). “Eu não estou nem aí para eleição estadual. Só quero sair desse partido que só tem me feito mal”, enfatizou o pessebista.
Estranhamente, face às declarações de grande parte dos vereadores do PSB, a vereadora Júlia Arruda afirmou ontem, através da assessoria de imprensa, que a divisão do PSB é coisa do passado. Sobre a união da bancada municipal, a parlamentar enfatiza que falta somente uma reunião formal da bancada municipal para formalizar um discurso único na defesa das candidaturas majoritárias da governadora Wilma de Faria para o Senado, e Iberê Ferreira, para o governo. “Sou liderada do partido e, pelo menos para mim, não existe distância. Eu tenho tido várias conversas com Wilma e Iberê. Mas apenas venho sugerindo que as conversas não sejam só isoladas e haja uma reunião com a bancada, bancada esta que é expressiva, com sete vereadores, e que pode fazer muito nessa campanha. Temos força nas quatro regiões da cidade e podemos contribuir muito para fazer nosso partido vitorioso nessas eleições”, declarou. Já para Enildo Alves, o PSB é um partido em extinção na capital.
Também esta semana, bispo Francisco de Assis, também do PSB, chegou a declarar que nunca se sentiu prestigiado e que por isso tem intenção de trocar o PSB por outra sigla partidária. Segundo Francisco de Assis, o ato ainda não foi consumado face a fidelidade partidária, que pune com a perda dos mandatos os infiéis.
Júlia insistiu ainda que a divisão pessebista na Câmara é pontual. Ela se refere à eleição municipal de 2008 – quando alguns representantes do partido não apoiaram a candidatura do PT, defendida pelo diretório estadual do PSB.
