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Redescobrindo a Capitania do Rio Grande

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Yuno Silva
Repórter

O interesse pela memória e a busca por histórias latentes estão na base da Ciclo-Expedição Franja Litorânea na Capitania do Rio Grande, projeto que conduz o poeta e professor Plínio Sanderson por um passeio de 600km pelo litoral do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. A iniciativa pretende trazer à tona fatos relevantes e pouco conhecidos, ou mesmo desconhecidos, que marcaram o passado de cada trecho de praia. Sozinho, acompanhado apenas de sua magrela, e equipado com GPS e máquina fotográfica, Sanderson inicia jornada sem prazo para terminar no próximo dia 3 de novembro, quando parte de Baía da Traição (PB) em direção à Natal – primeira etapa da viagem.
Poeta e professor Plínio Sanderson vai percorrer 600km pelo litoral do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará no Ciclo-Expedição Franja Litorânia
Quando cumprir a segunda etapa, de Natal a Aracati, todo o material coletado deverá resultar na publicação de um livro de fotos, textos e marcações georeferenciadas. “Meu ócio é propositivo”, disse o poeta, que aproveita sua licença prêmio para “revelar episódios importantes que aconteceram na costa da antiga Capitania do Rio Grande, cujo litoral era o maior entre todas as capitanias do Brasil Colônia”. Vale lembrar que atualmente o RN possui 410km de litoral, dos 190km restantes um trecho pequeno ficou com a Paraíba e parte maior com o Ceará.

Plínio frisa não ter a intenção de resolver polêmicas: “Minha missão é disseminar conhecimento, contar e ouvir histórias, e reunir um bom material sobre aspectos culturais, antropológicos, históricos e geográficos”. Professor de Filosofia, Sociologia, Arte, História e Cultura do RN, ele critica a não exigência de assuntos locais na avaliação do Enem. “Isso gera um desconhecimento generalizado, por isso também considero essa ciclo-expedição um grito de alerta”.

A aventura pela “Franja Litorânea na Capitania do Rio Grande” poderá ser acompanhada através do perfil de Sanderson no Facebook e de uma página na rede social criada especificamente para aglutinar informações da empreitada.

Entre os objetivos listados por Plínio Sanderson destacam-se o resgate de acontecimentos históricos ocorridos no trajeto como o processo de ocupação e disputa do território por espanhóis, franceses, portugueses e holandeses; a determinação dos limites costeiros da antiga Capitania do Rio Grande; o registro em si da paisagem, ressaltando impactos ambientais e identificando questões antropológicas e/ou etnográficas; e determinar distâncias entre cada lugar para servir como referencial para futuros aventureiros. “Também quero montar mapas e roteiros, localizar referências e citações cartográficas do antes e pós descobrimento oficial do Brasil.

“Tenho treinado no trecho entre as praias de Santa Rita e Muriu, e nesse caminho preciso atravessar o rio Ceará-Mirim, na altura de Barra do Rio. Poucos conhecem o massacre de 70 português por índios potiguares e os atos de canibalismo que aconteceram ali em 1531, inclusive quem mora por ali. São essas e outras histórias que pretendo trazer à tona”. A ciclo-expedição conta com apoio do Colégio Ciências Aplicadas e P&P Turismo.

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