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Retração é menor para carros usados

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O maior número de carros financiados no primeiro semestre de 2014 no Rio Grande do Norte foi de usados. Conforme dados da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), que reúne todas as informações do mercado de crédito para veículos, dos 21.961 automóveis financiados no período, 13.177 foram usados, frente a 8.784 carros novos. Embora tenham liderado os números de veículos financiados, os seminovos não escaparam da retração: registraram queda de 5,95% no primeiro semestre de 2014 em relação a 2013. Para os novos, a queda foi de 12,48% nos mesmos períodos.

Entre os veículos comerciais leves, os usados também foram maioria nos primeiros meses de 2014 no Rio Grande do Norte. Foram 3.556 seminovos e 2.282 novos, num total de 5.838 veículos deste tipo financiados.

Quem trabalha com seminovos confirma a situação. Exemplo disso é Jorge Cunha, proprietário da Classe A Veículos, localizada na Rua dos Canindés (Avenida 6). “O primeiro semestre não foi tão ruim. De maio para cá, deu uma melhorada nas vendas”, relata.
Loja de veículos seminovos: queda de 5,95% no número de financiados no primeiro semestre, ante recuo de 12,48% dos novos, no RN
A opinião é compartilhada com Alexandre Frias, gerente executivo de vendas da Natal Veículos, concessionária da Chevrolet, que também trabalha com usados. “De maio até hoje, os seminovos vêm apresentando uma significativa melhora em seus indicadores, mas não a ponto de já ter recuperado o primeiro quadrimestre”, avalia.

Segundo eles, a escassez de crédito que atinge os novos também é motivo de preocupação entre os seminovos. “O problema maior da gente é a aprovação de crédito. Com a inadimplência aumentando, os bancos estão bem mais rígidos”, explica Jorge Cunha.

“Tive aqui o caso de um cliente que queria comprar um carro de R$ 25 mil e tinha R$ 17 mil para dar de entrada. Mesmo com um valor alto de entrada, o cliente não conseguiu o crédito porque teve um atraso de 60 dias nas parcelas de um carro que ele teve, que foi por conta do carnê, que tinha atrasado. Ele já estava todo certo, mas o banco negou”, conta o dono da Classe A Veículos.

Além do histórico do cliente, diz Cunha, os bancos tem observado com atenção o percentual de entrada disponível. A situação é confirmada pelo gerente de Relações Institucionais da Cetip,  Marcus Lavoratto.

“Essa questão da entrada é uma mudança de uns três anos atrás na política dos bancos. Zero de entrada já não existe mais. Você hoje tem uma obrigatoriedade de uma entrada mínima e parcelas menores”, explica.

Lavoratto explica que, mesmo no caso de veículos novos, em 2013, o prazo médio de parcelas era de 38 vezes, número que foi reduzido para 36. “Essa redução do prazo médio apenas no novo pode ser em função de uma atração dos bancos de montadora, que tem a taxa zero”, explica.

Juros

Os juros também são apontados como um ponto que atrapalha os financiamentos de usados. Para Jorge Cunha, as taxas estão altas, o que impacta no valor das parcelas.

Por outro lado, na avaliação de Romualdo Júnior, proprietário da Tangará Veículos, também localizada na Rua dos Canindés, não há motivos para reclamar. “Cada loja consegue condições diferentes. Faço parte de um grupo fechado de lojas, o G12, para negociar com os bancos. Embora ninguém admita isso, o fato é que nós conseguimos acordos e chegamos a fechar taxas entre 1,4% e 1,7%”, diz.

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