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Revelando Cascudo em Sampa

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Yuno Silva
repórter

O universo cascudiano e as diversas temáticas que orbitam em torno dos escritos e pesquisas do maior dos intelectuais nascido no Rio Grande do Norte podem ocupar o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, em 2015. A proposta foi maturada ao longo de um ano pela Casa da Ribeira em parceria com o Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, já conta com apoiadores de peso, e agora se encontra naquela fase crucial de captação de recursos. O projeto, aprovado na Lei Rouanet de incentivo, está orçado em R$ 1,5 milhão e se tudo correr nos conformes Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) pode ser a personalidade que por mais tempo ocupará o espaço destinado às exposições temporárias do Museu desde sua inauguração em 2007: quatro meses, de agosto a dezembro – geralmente as exposições ficam abertas para visitação por dois meses  e meio.
Produtor Gustavo Wanderley acredita que este é o projeto mais ousado que  a Casa elaborou desde sua fundação, há 12 anos
“Esse é o projeto mais ousado que elaboramos desde a inauguração da Casa da Ribeira há 12 anos”, garante o produtor Gustavo Wanderley, que faz dobradinha com Daliana Cascudo, neta de Luís, na coordenação da iniciativa. Wanderley disse que participou de reunião com as secretarias municipais de Turismo e de Cultura, “que se mostraram bastante abertas a nossa proposta e podem abrir portas”, e com empresários locais da Riachuelo e do Café Santa Clara. “São empresas que têm grande noção da importância de preservar suas raízes”. O produtor também procurou a Petrobras, “que tem forte presença no RN”.

“Cascudo é muito respeitado em pólos, como o acadêmico por exemplo, e começamos a pensar em como extrapolar isso, como dar visibilidade à grandeza de sua obra e os muitos temas que ele abordou”, disse Gustavo. “E qual a melhor maneira de fazer isso? Com uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, o segundo museu mais importante da América Latina (atrás do Masp)”, complementa.

Para surpresa do produtor, a direção do Museu disse “sim” e cedeu toda a área (600 m²) para receber exposições temporárias. “Mais surpreendente ainda foi abrirem espaço para a exposição permanecer em cartaz por quatro meses, pois geralmente são dois meses e meio”, comemora.

A exposição está formatada em cinco módulos: O Autor, Danças  Brasileiras, Sabores, A Oralidade e a Religiosidade. “A exposição contempla pontos de toque que extrapolam o universo literário, como a cultura popular, a gastronomia e o idioma. Cascudo revelou ‘brasis’ invisíveis aos brasileiros, e é imperativo mostrar isso às novas gerações”, considera o produtor.

Gustavo destacou que a curadoria é colaborativa, dividida entre a Casa da Ribeira, o Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, o próprio Museu da Língua Portuguesa e a chef e pesquisadora gastronômica Ana Luiza Trajano. “A proposta é proporcionar uma imersão no universo de Cascudo através de uma exposição viva, pulsante, e que possa integrar projetos educativos. Possibilidades não faltam”, valoriza.

Imersão e gastronomia
Para alcançar esse objetivo (de criar uma exposição “viva e pulsante”), os planos incluem trazer parte dos curadores para uma semana de imersão no universo cascudiano aqui em Natal. “Não dá para pensar nessa exposição de dentro de um gabinete, tem que ir para a rua, se envolver. Também não adianta só ver comida, as pessoas precisam sentir o cheiro, experimentar, e por que não extrapolar o museu e ganhar os restaurantes de São Paulo. Estamos considerando todas essas estratégias”.

Entre os apoiadores já fechados estão a Secretaria de Cultura de SP (que cedeu o espaço no Museu), a Academia Paulista de Letras, e a chef Ana Luiza Trajano, que anda com o livro “História da Alimentação no Brasil”, lançado em em 1928, debaixo do braço. “Esse livro sempre foi base das minhas pesquisas. Foi a partir dele, e de minhas viagens pelo Brasil, que consegui informações para resgatar nossa cultura culinária. Exaltar a obra de Cascudo em uma exposição no Museu da Língua Portuguesa é a melhor maneira de popularizar suas histórias e disseminar a nossa gastronomia como patrimônio cultural brasileiro”, disse a chef.

O projeto também fez parceria com a Global Editora (responsável pela publicação das obras de Cascudo) e a Expomus, empresa especializada em projetos museológicos e responsável por importantes exposições no Brasil e exterior como “Guerra e Paz de Portinari” atualmente em cartaz em Paris.

O que
A exposição sobre Câmara Cascudo no Museu da Língua Portuguesa (SP) está na fase de captação de recursos. Com expectativa para receber 100 mil visitantes em quatro meses (de agosto a dezembro de 2015), a exposição será modulada, dividida em cinco temáticas, e a pretensão é que ela circule pelo RN em 2016 e em Portugal

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