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RN continua sem doses da vacina contra Hepatite B

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Suzi Rocha
repórter

O estoque da vacina contra Hepatite B continua zerado nas 67 salas de vacina distribuídas por  Natal. A dose deve ser aplicada em recém-nascidos – logo após o nascimento – mas se estende para adultos de todas as idades. A falta das doses atinge a população do Rio Grande do Norte, desde os primeiros dias de 2016, mas, segundo a coordenadora de vigilância epidemiológica de Natal, Aline Bezerra, o problema ocorre em todo o país. Pontualmente, em alguns postos,  faltam outros tipos de vacinas.
A SMS Natal tem 67 salas de vacinação. Em algumas, o estoque não dispõe de todas as vacinas
Na Unidade de Saúde da Família África, no bairro da Redinha, além da vacina contra Hepatite B, faltam também doses da Hepatite A e Pentavalente. A enfermeira da unidade, responsável pelo setor de vacinas, Erileide Medeiros, disse que a distribuição é feita diretamente para a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) – vinculado à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) – que recebe o repasse do Ministério da Saúde.

“Aqui, além da vacina da Hepatite B, também estamos sem doses da Pentavalente, que imuniza crianças contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. O lote que tínhamos da pentavalente venceu no dia 31 de  janeiro. Hoje, a criança que vem para tomar essa vacina, infelizmente volta para casa sem ser atendida. Um novo pedido já foi feito e a expectativa é de recebermos mais doses até a próxima semana”, lamentou a enfermeira.

“A situação não mudou muito de um mês pra cá. Muitas pessoas continuam indo aos postos e acabam voltando pra casa sem a imunização. Não temos muito o que fazer, a não ser esperar que o Ministério da Saúde repasse as doses”, disse Aline Bezerra.

Medidas como agendamentos para a aplicação da BCG, Febre Amarela e Raiva Humana foram tomadas, uma vez que um único frasco é suficiente para proteger de 10 a 25 pessoas, porém não pode ser conservado por mais de 6 horas aberto, mesmo na temperatura recomendada.

O Ministério da Saúde informou ontem (5) que até o final de fevereiro deste ano a situação estará resolvida, e que “o problema ocorre devido a atrasos na distribuição ou após repasses em quantidade menor – desde o início do ano – de algumas vacinas entregues pelo Ministério da Saúde em doses que variam de 50% a 90% abaixo da média mensal utilizada”.

Quando questionada sobre o número de pessoas que deixam de ser atendidas nos postos de Natal diariamente, a enfermeira Erileide Medeiros afirmou que é uma conta que não dá para fazer. “A questão é que as pessoas fazem uma peregrinação por todos os postos para encontrar a vacina desejada, então a mesma pessoa que passa pela Zona Norte, passa também por unidades de outras regiões. O que posso dizer é que a procura é grande, principalmente para a imunização contra a hepatite B. O estoque de vacina contra Hepatite A, por enquanto, está normal, assim como o de todas as outras doenças imunobiológicas”, disse ela.

Os pais do pequeno Fabrício Lisbano Garcia Paiva, de 3 meses e cinco dias de nascido, dizem que conseguiram a dose da vacina que previne a Meningite C para o bebê, mas o pai, Francisco Paiva, que precisava tomar a terceira dose da Hepatite B, precisará voltar outro dia. “Preciso tomar a terceira dose do reforço e já estou aqui pela terceira vez em trinta dias. O jeito é esperar, não temos o que fazer. Agora só volto em março, quem sabe até lá isso esteja normalizado”, reclamou. A Hepatite B pode ser transmitida por meio de transfusão de sangue ou relação sexual sem prevenção. Já a Hepatite A pode ser contraída através de alimentos contaminados. No prédio onde funciona a Unidade de Saúde de Aparecida, e também a Unidade Mista de Mãe Luiza, a enfermeira responsável pela sala de vacina, Lígia Silva de Oliveira, disse que as duas unidades também não dispõem, no momento, das doses da vacina contra Hepatite B e A, além da Pentavalente. “A procura pela imunização contra a hepatite B é grande, as pessoas vêm de longe tentar aqui, mas a falta é geral. Por mês recebemos 200 doses de 18 tipos de vacinas e um novo pedido já foi feito, com previsão de chegada para depois do carnaval. Estamos na expectativa”, afirmou Lígia.

A TRIBUNA DO NORTE tentou contato com a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) e com a Secretaria Municipal de Parnamirim, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Tipos de vacina
– BCG: Imuniza contra a tuberculose; aplicada em recém-nascidos; (centralizada em alguns postos, dividido por distritos)
– VOP: Imuniza contra a pólio; aplicada em crianças para a prevenção da paralisia infantil
– VIP: Também imuniza crianças contra a paralisia infantil
– Pentavalante: Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B; aplicada somente em crianças
– Rotavírus: Imuniza contra infecção intestinal; aplicada em bebês de 2 a 7 meses
– Pneumo 10: Imuniza contra pneumonia; aplicada em crianças
– Meningo C: Imuniza contra a meningite C; aplicada em crianças menores de 1 ano
– Hepatite A: Imuniza contra a hepatite A e é aplicada em crianças de 1 a 2 anos
– Hepatite B: Imuniza contra a hepatite B; aplicada em crianças e adultos de toda faixa etária, no caso de bebês, a primeira dose deve ser tomada logo após o nascimento
– DTP: Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche; aplicada em crianças de 2 meses a 4 anos
– DIT: Imuniza contra difteria e tétano; aplicada em adolescentes a partir de 12 anos
– DTPA: Imuniza contra difteria, tétano e coqueluche; aplicada especificamente em gestantes e pessoas que trabalham na área da saúde, em situações de risco
– Tríplice Viral: imuniza contra o sarampo, caxumba, rubéola; aplicada em crianças e adultos
– HPV: Imuniza contra o câncer de colo de útero; aplicada em meninas de 9 a 14 anos
– Febre amarela: Imuniza contra a febre amarela, aplicada a partir dos 6 meses, em casos de pessoas que precisem viajar para lugares onde há risco eminente da doença
– Raiva: Imuniza contra a raiva humana; aplicada em qualquer pessoa que for mordida por um animal que ofereça o risco
– Influenza: Imuniza contra a Gripe A; aplicada durante campanhas nacionais, em crianças a partir dos 6 meses, gestantes; idosos, portadores de doenças crônicas e profissionais da saúde que atuem em setores de risco
– Varicela: Imuniza contra a catapora; aplicada em crianças a partir de um ano, com um reforço

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