quarta-feira, 24 de abril, 2024
29.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

RN disputa leilão hoje com 53 projetos

- Publicidade -

Andrielle Mendes – repórter

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza hoje o leilão A-5/2011. Concorrem 231 projetos de diversas fontes de energia em todo o Brasil. Deste total, 205 projetos (5.149 MW) preveem a construção de parques eólicos. A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABBEólica) espera que o Ministério de Minas e Energia compre pelo menos 2 mil MW em energia eólica. Jean Paul Prates, ex-secretário estadual de Energia e atual presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), estima que dos 1.390 MW ofertados pelo Rio Grande do Norte, sejam contratados 400 MW (28,7% do total), o que renderia ao estado R$1,4 bilhão em investimentos e 4 mil empregos diretos na fase de instalação dos parques.
A energia eólica impulsiona a economia: cada MW instalado representa cerca de R$ 3,5 milhões investidos e 10 empregos diretos na obra
É grande o impacto social por trás da instalação dos parques, ressalta o especialista. Em setembro, a equipe da Tribuna do Norte esteve em Parazinho, que concentra a maior parte dos parques eólicos no Estado, e constatou que a instalação de empresas ligadas a energia eólica tem mudado a realidade de centenas de potiguares. Pessoas como Genilson Paulino do Nascimento, 43, que nunca estudaram nem tiveram a carteira assinada, assumiram postos de trabalho formais.

“Com a chegada da eólica, abre-se um novo mundo. Potiguares antes desempregados  conseguem um trabalho formal. O dinheiro começa a circular em municípios que não contavam com atividade econômica”, afirma Prates. Para o presidente do Cerne, o fato do RN, com 53 projetos habilitados no leilão A-5/2011, ter sido ultrapassado mais uma vez pelo Rio Grande do Sul não preocupa. O que preocupa é o fato do RN ter sido ultrapassado pelo Rio Grande do Sul e pelo Ceará no leilão de energia A-3 2012, que ocorrerá em março, e é considerado o maior entre todos os leilões de energia já realizados no Brasil – e possivelmente no mundo, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim.

Segundo a EPE,  598 empreendimentos foram inscritos no leilão A-3, mais competitivo que o A-5, somando potência de 25.850 megawatts (MW). Deste total, 524 são projetos de geração ligada à fonte eólica (88% do total).

Para Jean Paul Prates, o RN, que costumava emplacar mais parques eólicos que outros estados, perdeu competitividade nos últimos anos. Na visão dele, o governo estadual deve buscar uma resposta para a queda de competitividade. Ex-secretário estadual de Energia, Prates dá algumas pistas. “A perda de competitividade não tem a ver com politica energética, mas com política industrial. É uma questão de logística. É preciso repensar o nosso porto, o nosso aeroporto, as nossas rodovias. O que engarrafa tudo é a ausência de uma solução oceânica. O acesso ao porto é muito difícil. Não adianta atrair fábricas ligadas a energia eólica para o estado e não garantir o escoamento de sua produção”, afirma o presidente do Cerne.

Prates assume um tom mais conciliador e diz que qualquer MW que vier para o Rio Grande do Norte será bem vindo. Mesmo que venham menos que o de costume. Cada MW instalado, segundo ele, representa cerca de R$ 3,5 milhões investidos e 10 empregos diretos na fase de instalação. De acordo com o presidente do Cerne, 1/3 deste valor é gasto no município que recebe o parque, através da compra local. Desta forma, todo projeto que vier para o estado, segundo o especialista, será benéfico para a economia loca. “A questão é que a gente se acostumou a ver o Rio Grande do Norte sempre na frente”.

Hidrelétricas abrem espaço para o setor

A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) acredita que o Ministério de Minas e Energia contratará mais de 2 mil MW em energia eólica no leilão A-5/2011. Isso porque, segundo Lauro Fiuza Júnior, vice-presidente da Associação,  projetos hidráulicos previstos para entrar neste leilão enfrentam dificuldades com relação a obtenção de licenças ambientais. Além disso, “com a declaração da Petrobras de que não terá disponibilidade de gás para atender as térmicas, a eólica vai participar quase sozinha nesse leilão”, justifica.

SUSTENTABILIDADE

Segundo o setor, o governo precisa contratar ao menos 2 mil megawatts por ano para garantir a sustentabilidade desta fonte na matriz elétrica brasileira. Com o A-5/2011, o Brasil tem mais uma chance de consolidar o setor, afirma Fiuza. “Alguns estados como, Piauí, Ceará, Rio Grande do Sul, Pará e Rio Grande do Norte já chamam atenção pelo seu modelo de implantação da indústria eólica,  otimizando os ganhos resultantes das usinas”, afirma a Associação.

Atualmente, a energia eólica representa 1,16% da matriz energética brasileria, com 65 parques em operação, totalizando 1.354,2 MW. Em construção estão 35 parques com um total de 94,7 MW. Para 2014, a projeção é que a fonte represente 5,4% da matriz energética, com 281 usinas totalizando 7.321,30 MW.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas