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RN fica em bandeira vermelha

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O consumidor potiguar vai ter de desembolsar mais dinheiro para ter energia elétrica no mês de abril. Isso porque a  Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira vermelha para quase todos os estados, exceção apenas de Amazonas, Amapá e Roraima. A bandeira vermelha implica acréscimo de R$ 5,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh). Desde o início do ano, quando esse sistema passou a vigorar no Brasil, o custo de energia está mais caro para o consumidor. A bandeira vermelha representa a existência de condições mais adversas para a geração de elétrica no País. Há ainda a bandeira amarela, quando a cobrança adicional é de R$ 2,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, e a bandeira verde, sem custo adicional.

Os último balanço divulgado pela Aneel, com base em dados da semana passada, mostra que apesar das chuvas caídas em março nas áreas dos principais reservatórios, a situação ainda é preocupante. Na média, os reservatórios de Sobradinho, Três Marias e Itaparica, que alimentam as hidrelétricas no Nordeste, estão com apenas 23,1% da capacidade máxima de armazenamento de água. No Sul o volume represado equivale a 38,77% e no sistema Sudeste/Centro Oeste 28,09%.

No entanto, com base no volume de chuvas em março e as projeções para abril, o conselheiro do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Mauro Borges, que também é presidente da Cemig, disse ontem que o racionamento de energia elétrica no País está praticamente descartado. “Na reunião de fevereiro, a avaliação dos conselheiros foi que o nível dos reservatórios está em torno de 30% e que melhorará até o final de abril. Depois, passaremos pelo período de menor precipitações de maio a setembro de forma cuidadosa, com consumo consciente de energia, mas sem risco de racionamento”, explicou. “De qualquer forma, uma conclusão mais definitiva, com o descarte total de racionamento de energia elétrica teremos após a reunião de abril”, disse Broges, ressaltando que um racionamento seria muito ruim para a economia brasileira.

O sistema de bandeiras tarifárias, implementado com o intuito de alertar o consumidor a respeito do custo corrente de geração, além de dividir com ele esse custo, já passou por um reajuste. Em janeiro, o valor adicional cobrado na bandeira vermelha era de R$ 3 para cada 100 kWh. No caso da bandeira amarela, o acréscimo era de R$ 1,50 por 100 kWh. A partir de março, contudo, os valores foram elevados em 83,3% e 66,6%, respectivamente.

Investimentos
O aumento do preço-teto da energia produzida por Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) deve estimular investimentos nesse segmento, avaliam associações do setor elétrico. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o edital do leilão A-5, marcado para o dia 30 de abril. Para PCHs e hidrelétricas com até 50 MW de potência, o preço-teto será de 210 por megawatt-hora (MWh), bem maior que os praticados nas licitações anteriores. Para se ter uma ideia, no ano passado, o teto para PCHs foi de R$ 148 por MWh no leilão realizado em junho e de R$ 164 por MWh no leilão de novembro.

O presidente da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), Ivo Pugnaloni, disse que o aumento do preço-teto pode incentivar empreendimentos que, somados, chegam a 9,4 mil MW, o equivalente a 65% de Itaipu. “Quem ganha é a sociedade, que, em vez de pagar até R$ 1,2 mil por MWh produzido por uma termelétrica, pagará R$ 210 por MWh por uma hidrelétrica de baixo impacto ambiental”, afirmou. Segundo ele, os reservatórios das PCHs costumam inundar uma área de 15 campos de futebol. “Agora, temos um preço realista e o setor vai deslanchar.”

O presidente-executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, o aumento do preço-teto é uma sinalização muito positiva para o setor. “O preço está em linha com aquilo que entendemos que estimula o empreendedor a participar dos leilões”, afirmou.

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