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RN tem 60 homicídios em 15 dias

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Marco Carvalho – repórter

O Rio Grande do Norte mergulhou em um mar de sangue nos últimos 15 dias do mês de abril. Na segunda quinzena do mês passado, o Instituto Técnico-científico de Polícia (Itep) registrou 60 assassinatos. O número forma uma média assustadora de violência no Estado: são quase 4 homicídios por dia; 30 por semana. Os casos recentes chamam atenção pelas características de execução em que foram realizados. Crueldade se tornou a marca da ação de bandidos que ignoram a força das polícias e fazem do assassinato, profissão. Para a população, a sensação é de que o Estado permanece armado com balas de festim para um “combate fictício” contras os criminosos.

Os dados foram levantados pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE junto ao Itep, através de informações repassadas pelo website da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do RN. Os números mostram que 80 assassinatos foram registrados durante o mês de abril. Destes, 60 ocorreram na segunda quinzena do mês. Nas duas últimas semanas de abril, a polícia registrou dois casos de triplo homicídio e outros assassinatos que chamaram a atenção da sociedade. A quantidade em 2012 se aproxima dos 260 casos.

O levantamento das informações das vítimas permanecem formando um padrão: homens, entre 15 e 25 anos, vítimas de disparos de arma de fogo; esse é o perfil dos que foram mortos violentamente. As estatísticas mostraram que, do total, quatro vítimas foram mulheres e em nove casos foram utilizadas armas brancas. A análise dos dados e a comparação com informações da ocorrência repassados pela polícia permite inferir que os homicídios permanecem diretamente ligados ao tráfico de drogas.

A Região Metropolitana da capital concentrou os assassinatos, com mortes registradas em Natal, Parnamirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante e Macaíba. No interior, Mossoró lidera o “ranking”, com ocorrências registradas também em Governador Dix-sept Rosado, Pendências, Pedro Velho, João Câmara, São Paulo do Potengi, Assú, São José de Campestre e Pipa. Por vezes, o Itep não forneceu a localidade exata do crime. Por isso, não há informações concretas e dados absolutos sobre onde as mortes se concentraram.

No dia 15 de abril, a TRIBUNA publicou um balanço dos primeiros 100 dias quanto à quantidade de homicídios no RN. Na oportunidade, o promotor de Justiça de Investigação Criminal, Wendell Bethoven Ribeiro Agra, declarou que as deficiências nas investigações da Polícia Civil criava um ciclo de impunidade e insegurança. O secretário de Segurança do RN, Aldair da Rocha, também se posicionou no sentido de que aguardava mais investimentos para melhorar substancialmente as atividades desenvolvidas no Estado.

A reportagem procurou o delegado-geral da Polícia Civil para comentar as estatísticas. Através da assessoria de comunicação da Delegacia-geral de Polícia (Degepol), foi informado que Fábio Rogério Silva encontrava-se no interior do Estado e não poderia conceder a entrevista.

Violência

Sobre o caminhão com materiais de construção, um cadáver. Ao lado do veículo, outros dois. Na telha que era carregada, estavam as marcas de sangue. A noite da sexta-feira, 27 de abril, ficou na memória de quem passava pela estrada de Jenipabu. O enredo de terror acabou com três pessoas assinadas a tiros. Djanilson Bezerra, 44 anos,  Gilson Raimundo Bezerra, 47 anos, e outro homem não identificado foram as vítimas recolhidas pelo veículo Rabecão do Itep. No local, os peritos encontraram o que pode dar pistas da motivação do crime: cigarros de maconha e pedras de crack.

Este triplo homicídio sucedeu outro caso com a mesma quantidade de vítimas no dia anterior. Na quinta-feira, 26, três homens foram assassinados a tiros e a polícia suspeita de represália por roubo. Adriano Tomaz da Silva, 30 anos, Ailton dos Santos Rosa, 38, e José Sílvio Teixeira, 16, eram suspeitos de terem realizado um assalto pouco antes de serem perseguidos pelas vítimas e mortos a tiros.

Na quarta-feira, 25 de abril, a polícia registrou a morte do jovem Gustavo Moura, 20 anos, na região de Pium. Morto a tiros e facadas, o corpo de Gustavo foi encontrado com uma chave de fenda encravada no seu pescoço. O mês de abril registrou também a morte do empresário americano James Halper, na Praia de Pipa. Assassinado a pauladas em frente a sua residência, a polícia suspeita de acerto de contas por um suposto envolvimento com tráfico de drogas.

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