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Rocas vai ganhar unidade do IFRN

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Roberto Lucena – repórter

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) vai ampliar o número de unidades na capital do Estado. Até o fim deste mês, será publicado o edital para construção do anexo do campus Cidade Alta. A nova unidade será construída no antigo prédio da  Rede Ferroviária Federal S.A. (Refesa), nas Rocas, e terá investimento na ordem de R$ 6 milhões. As aulas devem ser iniciadas no segundo semestre de 2013 e um novo curso – de conservação e restauro – será ofertado aos 1.200 alunos que a unidade comportará.
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Atualmente, Natal possui três unidades do IFRN – Central, zona Norte e Cidade Alta. Inicialmente, a unidade que será construída funcionará como anexo da última, no entanto, segundo o diretor do campus Cidade Alta,  Lerson Maia, o projeto é transformá-la também em campus. “Há uma forte tendência que seja transformado no campus Rocas, mas isso depende de aumento do quadro de pessoal e outros detalhes burocráticos”, colocou.

O diretor explicou ainda que o projeto de expansão foi pensando devido a incapacidade do campus Cidade Alta receber mais alunos. “Não temos mais espaço para atender a demanda, principalmente no que diz respeito ao ensino regular. Hoje, estamos impossibilitados de ofertar o curso técnico integrado por causa da quantidade de alunos, laboratórios e espaço para atividades esportivas. O prédio novo vai nos possibilitar atender esse público”, disse.

O antigo prédio da Refesa está localizado à travessa da Donzelas, próximo à antiga estação ferroviária. O local, na verdade, é equipado com três galpões numa área com extensão de um hectare. No imóvel, estava instalado uma  oficina de trens e está desativado há quase dez anos. A posse do prédio está sendo transferida do Patrimônio da União para o IFRN. “O repasse definido deverá ser concluído ainda nesta semana. Nos próximos dias, vamos enviar algumas equipes de trabalhadores para fazer a limpeza da área”, disse Lerson.

O projeto arquitetônico ainda não foi elaborado. A ideia é construir salas de aula dentro dos antigos galpões, área de convivência, quadra poliesportiva, piscina e estacionamento. O espaço terá condições de absorver 1.200 alunos. Incialmente, os cursos que serão oferecidos são: técnico integrado, Gestão em Esporte e Lazer e Produção Cultural. Estes, já oferecidos no campus Cidade Alta. A novidade é a oferta do curso de “Conservação e Restauro”. No Nordeste, segundo Lerson Maia, apenas a Bahia possui algum curso desse tipo. “O curso é necessário pois já há uma demanda reprimida de restauradores no Nordeste. O aluno será capacitado para conservar e restaurar obras de arte, móveis antigos, esculturas e quadros, por exemplo”, explicou. Para implantação do curso, será necessário a realização de concurso público para contratação de professores. “Isso será visto posteriormente”.

História e arquitetura serão preservados

A nova unidade do IFRN não será apenas local de ensino e aprendizagem. A história e arquitetura do antigo prédio da Refesa será preservada. O projeto arquitetônico ainda não está pronto, mas sabe-se que boa parte do que já está construído será mantido. Para tanto, o departamento de Arquitetura do IFRN mantém diálogo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que dará o aval sobre o projeto.

Atualmente, o prédio está inutilizado. Não fosse a presença constante de seguranças do Patrimônio da União, provavelmente algumas peças importantes seriam roubadas e parte da história teria se perdido. O prédio abriga um elemento arquitetônico raro. Trata-se da rotunda, onde os vagões eram colocados para passarem por reparos na oficina. Instalado num fosso raso, o equipamento tem a capacidade de fazer um giro de 380 graus. Além deste instalado no bairro das Rocas, há apenas dois mecanismos parecidos no Brasil.

Lerson Maia explicou que o objetivo é criar, na nova unidade do IFRN, um espaço cultural. “Estudamos também a possibilidade da criação de um museu”, disse. A ideia do museu, inclusive, já foi cogitada anteriormente, porém, descartada. “O espaço todo seria um museu. Mas não sei bem o que aconteceu e deixaram a ideia de lado. O IFRN correu atrás e agora vamos instalar a nova unidade aqui”, colocou.

Quando inaugurado, o novo prédio do IFRN vai unir-se a outros prédios que passam por reformar nos bairros da Ribeira e Rocas. Um deles fica bem próximo. Após dois anos de meticulosos trabalhos de restauração, um dos prédios históricos mais bonitos de Natal está prestes a voltar à ativa. A antiga Estação Ferroviária Federal Sampaio Correia –  palacete neoclássico de 1906 instalado nos limites da Ribeira – está na reta final de recuperação para abrigar a sede estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A previsão inicial era de de que entre março e abril deste ano o prédio já estaria em funcionamento, no entanto, as obras no local prosseguem.

O imóvel localizado na Esplanada Silva Jardim foi tombado pelo Iphan-RN em 1987 e cedido ao Dnocs pelo Patrimônio da União através de Contrato de Concessão de Uso, com a finalidade de ser adequado para funcionar como sede da coordenadoria do departamento,  preservando todas as características originais do prédio. Foi pré-requisito do edital de licitação que a obra deveria ser conduzida por um engenheiro qualificado na área de restauração. O trabalho foi orçado em R$ 1,5 milhão.

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