Valdir Julião – repórter
Parte dos motoristas e cobradores de ônibus que estão em greve há quatro dias reivindicando um ganho real de salários voltou às atividades laborais, às primeiras horas da manhã de ontem, mas não atenderam a determinação judicial de colocarem pelo menos 50% da frota do sistema de transporte coletivo em funcionamento fora dos horários de picos, entre 5 horas e 9 horas e 17 horas e 20 horas, quando deveriam circular 70% da frota.
Apenas 30% dos ônibus saíram na manhã de ontem para a retomada da prestação do serviço de sistema de transporte coletivo para 450 mil usuários de Natal, segundo estimativa da própria Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob).
Dirigentes do Sindicato do dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Norte (Sintro-RN) acompanhavam com planilhas em punho a contagem dos veículos que saiam das sete garagens das empresas de ônibus prestadoras do serviço de transporte de passageiros de Natal.
O motorista Luiz Carlos de Lima comentou que a dificuldade “era a chegada dos cobradores”, porque motoristas tinham bastante aguardando para sair dos terminais, onde a presença de viaturas policiais garantiam a segurança de quem pretendia atender a orientação do Sintro, que, ainda assim, não atendia a determinação da Justiça Trabalhista de colocar em circulação 70% da frota de ônibus, no chamado horário de pico, às 5 e 9 horas da manhã.
Ana Cristina da Silva aguardava há 25 minutos a passagem de um ônibus na parada em frente a loja “Atacadão” de Igapó. “A gente ontem mofava na parada e não passava um carro”, dizia ela, “na esperança que se chegue a um acordo” entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores das empresas de transporte coletivo de Natal.
Na garagem da empresa Via Sul, em Neópolis, tudo transcorreu sem confusão, o imprevisto deveu-se apenas à quebra de dois ônibus, que terminou atrasando a colocação de 30% da frota em circulação.
Já na garagem da empresa Santa Maria, na entrada do conjunto residencial Cidade Satélite, Zona Sul de Natal, a frota é de 94 veículos e caso fosse cumprida a determinação da Justiça Trabalhista, pelo menos 77 teriam de ter entrado em circulação na manhã de ontem, mas um sindicalista, que não quis se identificar, anotava numa prancheta a saída dos veículos para cumprir pelo menos a lei de greve, que regula a prestação do serviço em pelo menos 30% dos veículos.
Nas garagens das empresas Conceição, em Felipe Camarão, na Zona Oeste e Guanabara, em Parque dos Coqueiros, na Zona Norte de Natal, também não houve tumultos, segundo os policiais que prestavam segurança nas duas áreas.
