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Rosalba procura consolidar alianças com minirreforma

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Aldemar Freire – Editor e Gabriela Freire – Repórter

Ao nomear e dar posse a três novos secretários — Luiz Roberto Fonseca (Saúde), Júnior Teixeira (Saúde) e Leonardo Rego (Recursos Hídricos) — a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) fez um movimento para apaziguar aliados, consolidar apoios para votações na Assembleia Legislativa e fortalecer as negociações com o Governo Federal que possam atrair investimentos em obras de infraestrutura. Enquanto Leonardo Rego, ex-prefeito de Pau dos Ferros, foi uma indicação do DEM; Júnior Teixeira partiu de uma sugestão do PMDB. O médico Luiz Roberto teve o nome escolhido — depois acatado pela governadora — em conversas entre os aliados para definir a recomposição do primeiro escalão.
Governadora Rosalba Ciarlini empossa os novos secretários e tenta pacificar a base aliada
Mesmo com essas nomeações, prevalece na equipe as indicações por uma escolha direta da governadora e o chefe do Gabinete, Carlos Augusto Rosado. O núcleo central do Governo é constituído por esses auxiliares, entre os quais estão Obery Rodrigues (Planejamento e Finaças), Anselmo Carvalho (Controladoria) e Kátia Pinto (Infraestrutura). Os espaços também estão preenchidos, na maioria dos cargo de primeiro escalão, por auxiliares da cota pessoal. Mas, depois da posse dos três novos indicados, na última quinta-feira, os parlamentares que formam a base do governo procuram demonstrar unidade nas declarações de apoio a Rosalba. Eles defendem a coalizão como forma de melhorar e garantir a governabilidade. A justificativa é que a realização de alianças entre partidos políticos é um modo democrático de se compartilhar a gestão entre as forças que ajudaram a eleger o governo.

Acordos

Esse tipo de acordo é comum na política brasileira. O cientista político e professor da UFRN Alan Lacerda lembra que a coalizão é muito forte no Brasil e os cargos no Poder Executivo são ambicionados e necessários para a carreira política de muitos agentes. “A estrutura do Legislativo não é suficiente para repercutir as carreiras dos políticos e eles sempre buscam passagens pelo Executivo”, analisa. Lacerda avalia que o processo produz resultados positivos. “Amplia a capacidade do Executivo de aprovar projetos. Isso ajuda a cumprir o projeto de governo”.

O formato, visto com bons olhos por todos os políticos, pode ser prejudicado quando as legendas envolvidas não possuem um nome para indicar aos cargos e o fazem apenas para ‘ocupar espaço’. “Ás vezes esse uso não tem muita relação com os critérios de cada pasta, cada órgão. São pessoas que estão ali meramente pela conexão política. Quando faz isso de forma exagerada pode ser ruim’”, avalia o cientista político.

Alan Lacerda considera que a nomeação dos novos secretários representa mais uma pequena reforma na composição do 1º escalão da administração Rosalba, o que, avalia, ajuda a manter as alianças. “Não foi tao grande assim (a reforma). É uma reforma pontual, atende o PMDB, reforça o poder do senador José Agripino e é uma maneira de resolver um problema que é sobretudo político”, observa.

Secretaria de Justiça teve mais modificações

Quarenta e três nomes já ocuparam ou ainda ocupam os cargos da administração direta da governadora Rosalba Ciarlini. O número é a soma dos que estão e já passaram pelo secretariado. As mudanças foram provocadas por motivos que vão desde crises em determinados setores da administração pública até rompimentos políticos, passando por processos de acomodações partidárias.
#SAIBAMAIS#
A Secretaria da Justiça e da Cidadania é a que mais sofreu alterações desde o mês de janeiro de 2011. O atual titular da pasta, Júlio César de Queiroz Costa, é o quinto a assumir a gestão de uma das áreas que mais provoca críticas ao Governo. Seus antecessores foram Thiago Cortez, Fábio Hollanda, Aldair da Rocha e Kércio Pinto. As indicações de cota pessoal da governadora predominaram.

A segunda secretaria que mais passou por mudanças foi a de Saúde Pública, cujo quarto titular foi nomeado no final da semana passada. O médico e ex-coordenador do Samu, Luis Roberto Fonseca, assume a pasta que é alvo diário de críticas vindas dos profissionais e da população. O primeiro secretário e também médico Domício Arruda, uma indicação técnica, foi exonerado após escândalo na área.
Kátia Pinto: Infraestrutura
A adjunta Kátia Mulatinho assumiu interinamente até nomeação do médico Isaú Gerino, que ficou menos de um ano na função.

Governadora mantém dez secretarias estáveis

Entre as sucessivas mudanças promovidas no primeiro escalão da governadora democrata Rosalba Ciarlini, nesses primeiros 27 meses de governo, dez secretarias conseguiram se manter estáveis, com um único nome na titularidade desde o início da administração estadual. As secretarias de Cultura, de Assuntos Relativos à Copa do Mundo de 2014, Segurança, Tributação, Planejamento, Habitação, Educação, Infraestrutura, Procuradoria-geral e Esporte e Lazer, continuam com a mesma titularidade.
A característica principal entre os nomes dos responsáveis por cada um dessas pasta, é que a maioria possui um perfil técnico. Alguns contemplam os espaços destinados aos partidos da base governista, outros são pessoas de confiança da governadora ou de seus aliados. Essa característica é muito forte em todo o secretariado de Rosalba. Um total de 15 cargos fazem parte da cota de indicação pessoal da governadora. Alguns deles agregam o caráter técnico.

Segurança e Educação, geridas, respectivamente, pela professora da Universidade Federal do RN e ex-presidente da Comperve, Betânia Ramalho, e o ex-superintendente da Polícia Federal do Ceará Aldair da Rocha, mantem a estabilidade mesmo diante dos problemas apontados constantemente.

O critério confiança mostra influência nos secretários estáveis. A secretária de Infraestrutura, Kátia Pinto, e o de Planejamento, Obery Rodrigues, são nomes praticamente intocáveis, pois são reconhecidamente de extrema confiança dela e do marido da governadora, Carlos Augusto Rosado.

Aliados pedem mais ‘dinamismo’ no governo

Para o cientista político Alan Lacerda as mudanças não repetem o mesmo fenômeno de alta rotatividade apresentado na administração da ex-prefeita de Natal Micarla de Sousa (PV). “Do ponto de vista político essa mudança até tardou”, analisa. Para ele a atual reforma atende anseios das legendas que compõem a base aliada e pode melhorar a conexão entre o Executivo e essa base. “Essa reforma ainda não é suficiente para resolver o problema político do governo que tem dificuldade de se comunicar. Minha impressão é que essas três nomeações resolvem parcialmente o problema político do governo”, destaca.

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) espera que as mudanças possam trazer um novo dinamismo ao governo. “Não foram indicações partidárias, foram indicações de um colégio de lideranças que resolveu indicar nomes, mas sem a preocupação de carimbar as figuras”, disse. O ministro  da Previdência Social acredita que as mudanças podem resolver o problema de comunicação. “Abrir mais o diálogo com a base e com a própria sociedade. Vamos ver se essa mexida vai melhorar nesse aspecto”, pondera. Para o senador líder dos Democratas, José Agripino, os novos nomes chegam ao governo desafiados para cumprir suas funções.

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