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Sabesp vai usar volume morto

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São Paulo (AE) – A Agência Nacional de Águas (ANA) concordou com o pedido feito pela Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) para uso da segunda parcela da reserva técnica – o chamado volume morto – no Sistema Cantareira. Para a agência, a utilização desse volume adicional “se demonstra necessária em função da severa estiagem que levou à redução acentuada das vazões afluentes ao Sistema Equivalente neste ano”.
Área central do reservatório já secou, mas ainda existe uma reserva estimada de 10 bilhões de litros que dariam para abastecer São Paulo até o final do ano
A ANA propõe, no entanto, que a utilização desse volume adicional deve ocorrer mediante a autorização de “parcelas sucessivas”. O diretor da agência, Vicente Andreu, já havia indicado que liberaria apenas em parcelas a segunda cota. “A autorização por etapas é uma condição (para a autorização) porque estamos usando a última possibilidade de recursos hídricos da região e, por isso, nossa posição não é a de permitir o uso a longo prazo, até abril. A intenção é liberar parcelas de utilização do volume a partir das previsões que vão embasar o trabalho que deverá ser encaminhado à ANA”, afirmou Andreu em 10 de outubro.

Em ofício encaminhado ontem ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), a agência diz entender que a utilização dos volumes adicionais “deve ocorrer por meio de regras que visem a maior segurança dos reservatórios”. E aponta que as autorizações devem considerar uma meta de volume mínimo a ser garantido no final do período úmido, em 30 de abril de 2015, o ajuste entre as vazões afluentes previstas e efetivamente verificadas e, ainda, as demandas para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e as Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

#SAIBAMAIS#A ANA solicitou que o DAEE providencie, caso concorde com a posição da agência federal, uma proposta de volumes adicionais e correspondentes cotas nos reservatórios do Sistema Cantareira, inicialmente considerando a parcela do volume morto II necessária até 30 de novembro de 2014, “para que não haja risco de descontinuidade no abastecimento da RMSP e das Bacias PCJ”.

A agência salientou que a proposta deve considerar a retificação das cotas mínimas dos reservatórios tendo em vista a atual operação do Reservatório Atibainha abaixo da cota autorizada. Nesta semana a ANA informou que uma vistoria feita por seus técnicos constatou que a Sabesp tinha “invadido” a segunda cota do volume morto nesse reservatório. A inspeção, feita às 17h de terça-feira passada, registrou que o nível de água na represa já estava na cota 776,62 metros, ou seja, “38 centímetros abaixo da cota limite autorizada” à Sabesp para captar o primeiro volume morto, que era até 777,00 metros.

Pela manhã, a falta de dados atualizados sobre o nível de armazenamento no Sistema Cantareira, disponibilizados diariamente pela Sabesp, havia gerado especulações de que a companhia teria recebido a autorização para incorporar a segunda parcela do volume morto. A Sabesp disse que se tratava de um problema tecnológico, mas os dados dos demais mananciais que atendem a Grande São Paulo foram atualizados. Por isso, fontes próximas à empresa diziam que a área técnica da companhia estaria preparando a inclusão da segunda parcela do volume morto. No total, a reserva técnica II tem 106 bilhões de litros, o que corresponderia a cerca de 10 pontos porcentuais adicionais ao nível de armazenamento do sistema, que estaria hoje em 3,9%.

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