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Sal grosso da terra

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Valério Mesquita  – escritor

A situação funerária em Macau, está um caso ou um caos. O administrador do único cemitério procurou o gestor Flávio Veras, e, observou: “Prefeito, tome uma providência. Só temos vagas “defuntistas” para mais dois anos. Eu tô avisando. Quem quiser se enterrar por aqui, morra logo!… Já se comenta na Câmara” – continuou o administrador – “um projeto para “enterrar”, com o caixão em pé na parede e cobrir de alvenaria ou fazer como os marinheiros: jogar no mar”, completou preocupadíssimo. Segundo um adversário do prefeito, o mesmo fez uma careta de assustar bebê, e prometeu estudar o problema que tanto aturde a paz dos mortos e dos vivos em Macau.

02) Nos bons tempos das salinas, Zé Barcaceiro  de Grossos, tornou-se vereador para “defender a “crasse””, como dizia. Zé era chegado a uma caninha e, todo dia adormecia completamente encharcado. Era o famoso DVDP – Deita, Vira, Dorme e Peida. Acontece que “pum” de cachaça, tem odor específico. Só sabe quem cheira o dito cujo. Dona Raimunda Palhares, esposa do vereador, vivia pedindo dinheiro ao consorte. Era grana pra isso, grana pra aquilo… Um dia Zé desembuchou: “Você pensa que em tô cagando dinheiro?”. “Claro que não”, devolve Raimunda. “Se teu c… é dinheiro, meu nariz é a entrada do Banco do Brasil! Vai tomar um banho fedorento!…”.

03) O vereador, articulista, analista e metido a profeta, José Barbosa, o Zé Doido de Angicos, em meio a um grupo, proclamava profeticamente: “No mundo é Deus e o Capeta. Uma eterna luta onde o bem que é Deus, sempre vence! Vejam só: Deus criou a cana para o homem extrair o açúcar e adoçar a vida. O Capeta extraiu da mesma cana, a cachaça, que ilude o homem. Deus juntou o homem e a mulher pelo matrimônio. O Capeta separou os dois pela traição”, filosofava como tivesse lido o livro dos “Provérbios”. “Deus mostrou o caminho da luz. O Capeta fez o escurinho da boate…”. Alguém cortou a conversa e fez reparos: “E tu, Zé, fostes criado pra quê?”. A resposta foi rápida: “Eu vim para ensinar a vocês alguma coisa, e, evitar que Expedito Alves tome conta de tudo”. Nada     a ver. Interior é fogo!

04) Apolônio Germano, agropecuarista e homem de muitos negócios, conheceu Luiz Sobrinho, violeiro pobre e muito inteligente. Apolônio tinha como hobby vaquejada e cantoria, lá em Umarizal. Como ambos tinham na política, preferência pelo MDB, Luiz Sobrinho propôs a Apolônio uma parceria. “Você”, disse o violeiro, “investe no meu nome aqui no Oeste, e quando eu for deputado estadual, nós dividiremos o salário”. “Tá feito!”, confirmou Germano. Luiz Sobrinho foi eleito. Sumiu do Oeste bravio, até porque, lá não existiam lindas praias nem casas de jogo – o ponto fraco do deputado. Nova campanha chegando, Luiz Sobrinho procurou o seu benfeitor número um. “Amigo velho”, saudou o deputado, “Há quanto tempo? Como estão as coisas?”. Apolônio triste e ressentido, resmungou: “O gemido passou… agora a dor continua. As grotas daqui pro Banco do Brasil não tem quem tape. Me esqueça, tá certo?”. Era o mal sem cura.

05) Um vereador de Ipanguaçu, namorador incorrigível, deixou a família no interior e veio passar o carnatal feliz da vida no famoso Nana Banana. Por azar do Domício, a tv deu um close, e a esposa viu o artista aos beijos e amassos com uma loura. Dia seguinte, a mulher cornuda e carnuda, estava em Ponta Negra, e, por lá se deu bem com um gringo. Triste e cabisbaixo o edil procurava consolo com um amigo, que lhe disse: “Olha, o anarquista Ugo Vernomentt, já dizia: Há chifres que vêm para o bem. Se não foi bom pra você, foi bom pra ela… Isso é como prótese: incomoda no início, depois acostuma”.

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