São Paulo (AE) – Independentemente do resultado das urnas no 2º turno, o destino de um ministério da área de infraestrutura já está definido. Mal avaliada pelo mercado e pelo próprio governo, a Secretaria de Portos (SEP) deve deixar de existir tanto em um novo mandato do PT quanto em uma gestão do PSDB. Com status de ministério adquirido em 2007, a SEP não conseguiu levar adiante o processo de concessões de portos planejado por Dilma e deve voltar a ser uma secretaria do Ministério dos Transportes, caso a presidenta seja reeleita.
Em caso de vitória do PSDB, a pasta seria engolida pelo Superministério de Infraestrutura prometido por Aécio, que reuniria as pastas de Energia, Transportes e Comunicações. O candidato ainda não disse quem poderia ocupar a pasta, que seria responsável por toda a área de logística, mas o nome de seu braço direito, Antonio Anastasia, é um dos mais cotados. Anastasia também é citado para a Casa Civil.
Já a permanência do PT no governo não deve trazer grande renovação na área. O atual ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, fez parte da solução de uma relação conturbada entre o Palácio do Planalto e o PR, que culminou com a saída do então ministro César Borges, realocado justamente na pasta dos Portos, em meados deste ano.
Na Esplanada dos Ministérios circula a informação de que Passos poderia permanecer à frente da área como homem de confiança de Dilma no setor, mas também já se cogita um eventual retorno de Borges ao comando da pasta, pois Dilma dificilmente abriria mão do ex-governador baiano no governo.
TAREFA
Ao contrário da pasta dos Portos, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) conseguiu fazer a concessão de importantes aeroportos, mas seu destino depende do resultado da eleição. Justamente por já ter sido concluída a tarefa mais difícil, dos leilões, o PSDB entende que a secretaria pode voltar a ter um papel mais discreto dentro do Superministério de Infraestrutura. Mas o PT pretende manter a estrutura consolidada da pasta.
O atual ministro da secretaria, Moreira Franco, membro da executiva nacional do PMDB, não esconde o desejo de continuar na equipe em um eventual governo Dilma, mas já confidenciou a amigos a vontade de assumir uma posição com mais destaque, em um ministério maior.
Neste caso, o atual secretário-executivo, Guilherme Ramalho, seria o substituto natural. Mas justamente seu perfil técnico pode impedir a sua ascensão, para acomodar outro nome do PMDB na cadeira do ex-governador fluminense.