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‘Segundo semestre é de boas expectativas no Nordeste’

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Vinícius Menna
Repórter

O Outback Steakhouse  abre sua primeira loja em Natal até o fim do ano. Com a expectativa de iniciar as obras num prazo de 20 a 30 dias, a rede alcançará ainda em 2014 a marca de sete lojas no Nordeste, com a abertura na capital potiguar e em Fortaleza (CE). De origem norte-americana, com inspiração australiana, a rede está presente em 22 países do mundo. A unidade de Natal ficará no 3º piso do shopping Midway Mall, na área onde funcionam atualmente os restaurantes Guinza e Piazzale Italia. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o sócio-regional da rede, Paulo Meneses, fala sobre a estreia do Outback em Natal e comenta o atual momento vivido pelo setor de restaurantes. Ele explica ainda  como funciona o modelo de expansão da rede, a partir de sócios, e não franquias. Além disso,  adianta como será o processo de seleção para trabalhar na unidade local. Veja os principais trechos da entrevista:
Paulo Meneses, 46 anos,é graduado em Publicidade e Marketing (ESPM-SP) e tem MBA em Gestão Empresarial (Instituto Trevisan-SP)
Depois de abrir cinco lojas no Nordeste, duas em Salvador, duas em Recife e uma em Maceió, o Outback está vindo para Natal. Como o senhor avalia o mercado da região?
O mercado do Nordeste nos últimos cinco anos teve um crescimento de 33% a 40% em termos de consumo. Na realidade, a nossa vontade de chegar ao Nordeste vem de muito antes, só que nós estávamos vivendo uma fase de crescimento e buscando viabilizar isso. Essa ideia já é antiga, mas para que nós pudéssemos manter o nosso padrão era preciso viabilizar primeiro essa vinda. Fomos crescendo gradativamente, subindo o litoral nordestino e viabilizando as rotas de entrega de produtos, os custos de logística, de frete, para que nós pudéssemos trazer um produto da maior qualidade.

A rede já opera em três estados do Nordeste. É possível fazer um comparativo da região  com outras do país?
Uma coisa importante no Nordeste foi que os estados criaram incentivos para que as empresas migrassem para a região, desenvolveram novos pólos, com incentivos fiscais, atraindo novas empresas, o que gerou uma massa de empregos. Acho que isso foi a grande sacada dos estados do Nordeste: com esses incentivos foram gerados empregos e consequentemente o consumo. Minha visão é essa. É o caso de Recife, com o Porto de Suape, que atraiu fábricas para lá. Acho que isso tem viabilizado a economia do Nordeste.

Qual o momento atual para o segmento no Brasil?
Hoje, no Brasil, a gente tem percebido um aumento da demanda de consumo fora do lar. Atualmente, na família, todos trabalham. O patriarca e a matriarca trabalham, então a família passa a comer fora de casa. Acho que a gente precisa administrar isso para ter essa fatia de mercado. Nesse caso, é preciso ter um bom atendimento para atrair esses consumidores que querem e vão comer fora de casa.

O endividamento das famílias tem aumentado no Brasil em 2014, a inflação está subindo e a renda da população está cada vez mais comprometida. Nessas circunstâncias, gastos em refeições fora de casa podem acabar ficando em segundo plano no orçamento familiar. Isso tem impactado o segmento de restaurantes?
Acho que a atual situação econômica realmente impacta, mas existe uma decisão de consumo fora de casa e se você tem um produto bom, com custo adequado, as pessoas acabam optando por esse consumo. Acho que é o momento que a empresa tem que se adaptar e buscar essa qualidade a um preço mais baixo, e mostrar essa relação para o consumidor. Acho que esse é um meio de sobreviver a esse período.

O Outback já anunciou para este ano a abertura de lojas em Natal e Fortaleza. Há outros investimentos na região engatilhados pela rede?
Não, por enquanto não. Só temos em vista a abertura dessas duas cidades, Natal e Fortaleza, até o fim do ano.

Por que a escolha de Natal?
Natal faz parte das grandes capitais do Nordeste, tem bons números de crescimento, de renda per capita, então a escolha foi devido a isso. Mas também tem outro fator que a gente percebe muito, que existe uma demanda que nós sentimos nos mercados próximos, como Maceió e Recife, de natalenses perguntando sobre a chegada do Outback. Então a gente percebe esse desejo latente, que também é um indicador para nós. Mas existe uma análise econômico-financeira para a decisão de ir para a cidade.

Por que agora é o momento de chegar à capital potiguar?
A gente ainda não tinha tido condições de viabilizar a chegada dos nossos produtos para o Nordeste. Então, hoje, boa parte dos nossos produtos é  importada, outra parte é nacionalizada, e a gente tem que trazer quase todos os produtos para cá. A forma como a gente conseguiu viabilizar isso foi chegando em Salvador, subindo aos poucos, e hoje eu consigo trazer os produtos e montar uma loja. É uma questão de logística.

Desde 2012 se fala que o Outback está para chegar a Natal. O Natal Shopping chegou a divulgar que estava em negociações com a rede. Houve realmente essa negociação?
Não sei te responder isso. Acho que é especulação. Mas não faço parte da área de expansão. Os executivos dessa área é que acionam os shoppings, ou muitas vezes os shoppings nos procuram, então eu não sei confirmar isso.

Quando o contrato com o Midway Mall foi fechado?
A negociação começou no início do ano e nós assinamos contrato há dois meses. Nesse período, o shopping viabilizou o espaço, depois nós fomos até o local para ver se havia como montar o restaurante.

O plano é que a loja seja inaugurada até o fim do ano. Quando a loja começa a ser construída?
Eu acredito que no máximo em 20 a 30 dias a gente começa.

Quanto será investido na unidade de Natal?
Em números de investimentos, nós temos por loja algo em torno de R$ 4,5 milhões.

Quantos empregos serão gerados na loja de Natal?
O restaurante de Natal vai gerar 130 vagas de emprego.

A seleção de pessoal já começou?
A gente começa a fazer a seleção um mês antes da inauguração da loja. O processo leva de duas a três semanas até a contratação.

Qual o perfil de profissional que o Outback busca?
Nós temos diversas áreas no Outback, desde a recepção, o atendimento ao cliente, a cozinha, limpeza. Na parte de atendimento, a gente procura universitários que estejam no início da formação acadêmica e que acabam combinando o ganho no Outback com os estudos, de forma a contribuir no pagamento desses estudos. E aí você tem a questão do primeiro emprego, onde a pessoa vai aprender muita coisa. E nós treinamos nosso pessoal. Pegamos pessoas que querem trabalhar e procuramos formar. Trazemos uma equipe composta por pessoas de vários restaurantes, cada um na sua área específica, e nós formamos esse pessoal para trabalhar nos nossos restaurantes.

O Outback tem um modelo de expansão através de sócios, diferentemente das franquias. Como funciona esse modelo?
Nós fazemos seleções internas e externas dos nossos sócios. Hoje, 65% dos sócios vieram do próprio Outback, eram gerentes da nossa própria operação. Mas existe também a seleção externa, de pessoas que tem o perfil de hospitalidade, principalmente no segmento de restaurante. Fazemos uma entrevista, essa pessoa passa por uma avaliação e por um processo de conhecimento do negócio. Ela vem vivenciar alguns dias nos nossos restaurantes  e a partir daí essas pessoas assinam um contrato que prevê um percentual da lucratividade.

Quanto é investido pelo sócio na abertura de uma nova loja?
É uma contribuição simbólica. O que a gente espera do sócio é a participação operacional, se ele vai gerar o resultado de qualidade. dedicação e envolvimento como um parceiro. O investimento é apenas para compor o contrato.

Por que não expandir por meio de franquias?
Porque é um sistema que vem dando certo há mais de 27 anos e porque existe essa questão da propriedade. A gente visa muito essa questão e esse é um modelo que nos permite um maior nível de qualidade e produtividade.

Com exceção de duas lojas em São Paulo e uma no Rio de Janeiro, as unidades do Outback estão em shoppings. Por que?
Não é que exista uma regra, mas hoje os espaços urbanos são cada vez mais difíceis de conseguir. O shopping viabiliza isso e também proporciona segurança, tem infraestrutura, estacionamento e concentra outros produtos que as pessoas estão procurando, então acho que isso é uma tendência natural.

Qual a tendência nas vendas para o fechamento do ano?
No Nordeste, a expectativa é grande porque os meses de agosto em diante trazem boas vendas. No final do ano passado, as lojas da região tiveram bom movimento, principalmente na época do verão, que tem fluxo de turistas maior do que em outras partes do país. Tendo por base o ano passado, em função do turismo, conseguimos alavancar as vendas, então o segundo semestre é de boas expectativas.

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