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Seguros veiculares estão em alta

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Nadjara Martins
repórter

Reportagem publicada ontem pela TRIBUNA DO NORTE mostrou um comparativo entre o aumento da frota e o número de veículos subtraídos do quantitativo por furto ou roubo. Segundo dados do Cnseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização) e Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), para cada 100 novos carros que entram para a frota, 12,5 são roubados. O RN só perde, no Nordeste, para o Ceará, que tem 14 carros subtraídos a cada 100 novos integrantes.
Cada vez mais, os proprietários de veículos procuram instalar alarmes e travas elétricas em seus veículos
Muitos proprietários de veículos, porém, decidem não esperar pela segurança pública e investem por contra própria na segurança dos automóveis.

Nesse panorama, o aumento de seguros veiculares tem crescido – principalmente devido aos assaltos à mão armada.  De acordo com o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros (Sincor/RN), Alderir de Moura, em Natal, principalmente, é crescente o número de seguros realizados para alguns bairros, como Candelária, Bairro  Vermelho, Lagoa Nova, Tirol e Petrópolis. Os números fechados sobre o crescimento de seguros foram solicitados à Superintendência de Seguros Privados (Susep), mas não disponibilizados até o fechamento desta edição.

#SAIBAMAIS#“Estamos com uma sinistralidade muito alta, e a recuperação é muito baixa dos carros segurados. Na nossa carteira, dos dez roubados apenas um foi recuperado”, afirmou. O RN possui mais de 20 seguradoras de veículos.

Entretanto, o aumento da frota de veículos do RN também é um termômetro para o aumento da procura por seguros. Em julho, a frota ultrapassou um milhão de veículos. É a quinta maior do Nordeste. Somente de janeiro e junho, foram 20.239 carros fabricados e emplacados no estado.

“A frota de veículo no RN cresceu, o que por si só aumenta a quantidade de seguros. Notadamente, as pessoas se interessam em fazer seguros de veículos mais novos, com menos de cinco anos, porque eles ainda estão pagando”, afirmou. Em média, de acordo com o Sincor, 62% dos veículos com mais de cinco anos no Brasil não possuem seguro.  A tendência se repete a nível local.

Como o crescimento no número de roubos no RN, algumas seguradoras têm criado produtos específicos para esse tipo de sinistro. O seguro mais vendido, normalmente, engloba a proteção a roubo, colisão e incêndio comum. O segurador Eduardo Scartezini, da Itaú Seguros, conta que essa foi uma forma de chegar às camadas mais populares.

“Aqui em Natal os roubos de carros só aumentam. Esse produto nasceu da necessidade do consumir que compra um carro zero popular ou um usado e não tem dinheiro para bancar o seguro completo. A redução do custo chega a 40%”, assegura. Os carros mais visados pelos assaltantes no RN são os populares, como Uno Miller e Gol, segundo o Sincor. “São duas características visadas pelos ladrões: a facilidade para repassar os carros para o mercado paralelo e até mesmo a característica do carro, que dizem ser mais fácil de abrir. Mas hoje em dia estão roubando tudo”, generaliza o presidente do sindicato, Alderir de Moura.

Em maio, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei do Desmanche Legal, que regulariza o sistema de desmonte de carros. A medida poderá reduzir o valor dos prêmios pagos em apólices de seguros em até 30%; atrair o público com carros de idade avançada e diminuirá o mercado paralelo de peças roubadas, de acordo com o Sincor.

Para Dier Ferreira, gerente de uma equipadora de veículos, com R$ 100 é possível adquirir a estrutura mínima de proteção para o carro. Um bloqueador – alarmes, travas elétricas – ou o antigo “segredo”. “Você escolhe um lugar que só você saiba no carro. Ele é ligado ao sistema elétrico, então toda a vez que for dar a partida é preciso apertar o botão. Se não apertar em três minutos, o carro não anda”, explica.

Bate-papo – Osielli Plemole
diretor-geral de uma empresa de rastreamento por satélite

Para fazer apólice, seguradoras começam a exigir rastreamento

Como você tem observado a procura por sistema de rastreamento de veículos?
Todos os dias nós vemos a procura aumentando. Só hoje (ontem) foram sete sistemas de rastreamento vendidos. Natal tem um índice de roubos muito alto, que chega a quase 12 por semana e 40 por mês. É um absurdo se comparado com a Paraíba, que tem no máximo sete ou oito assaltos por semana. Algumas seguradoras já começaram inclusive a exigir o rastreamento para fazer a apólice, o que aumenta a segurança para o cliente.

Mas para uma pessoa que já tem seguro, não seria desnecessário ter também o rastreamento?
Não, porque hoje não é apenas uma questão de recuperar o bem material, mas de ter segurança para evitar sequestro relâmpago. Não é questão de ver o ônus; hoje as pessoas querem pagar um pouco mais para ter segurança.

E o rastreamento aumenta a possibilidade de recuperação?
A cada dez veículos com rastreamento que são roubados, oito são recuperados. A partir do momento que o veículo é roubado o proprietário liga para a central e nós bloqueamos o carro, acionamos as polícias. Como o acesso é 100% web, o proprietário pode saber onde o veículo está a qualquer hora. Nós estamos monitorando 24 horas. E hoje o rastreamento está acessível para qualquer faixa de renda: tem gente colocando em carro, moto, ônibus e até nas Traxx.

Depoimentos:
Luiz Gama, autônomo, comprou o carro na concessionária já com o chamado trio elétrico – alarme, trava e vidro elétrico.
Mesmo assim, teve o porta-malas violado há dois anos e o estepe foi furtado. Desde então, decidiu apertar um pouco as contas e pagar um seguro, que custa R$ 2.700. “É um pouco mais caro, mas a gente tem que fazer para ter segurança”, afirma.

Já o vigilante Jailton Bezerra da Silva comprou um Gol Classic há apenas dois meses, e ontem levou o carro para instalar um alarme. Resolveu pagar mais caro para ter o modelo mais moderno; tudo saiu por R$ 359. Para ele, o equipamento é uma garantia enquanto não puder pagar o seguro. “Futuramente quero fazer o seguro, mas por enquanto é só o alarme, já que não está muito caro. É uma garantia.”

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