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Seleção dos Melhores (2)

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Valério Andrade

Durante a minha iniciação cinematográfica, no Rex, eu somente frequentava as sessões matinais. E o filme que acompanhava o seriado era, invariavelmente, um faroeste, entre os mais modestos produzidos nos anos 40 pela Republic  e a Monogram – e, também, pela Columbia.

Pouco a pouco, fui me familiarizando com os rostos dos mocinhos, conhecendo os nomes e os seus companheiros de elenco.A mocinha de Roy Rogers era sempre Dale Evans ( com quem era casado), porém quem chamava mais atenção era o cavalo Trigger – cujo nome figurava com destaque nos letreiros.

Buster Crabbe, o primeiro herói louro do  espaço, Flash Gordon, também era visto com frequência, assim como Rod Cameron, Johnny Mack Brown,Alan ( Rocky) Lane, William ( Bill) Eliott, Tex Ritter, Ken Maynard,Bob Steele,Hoot Gibson,Tim Holt.

Passei a prestar atenção nos coadjuvantes, particularmente, nos parceiros do herói. O primeiro – e o que mais gostava- era o velho, barbudo, desdentado, George (Gabby) Hayes, que nos 30, havia trabalhado com John Wayne,antes deste ser descoberto por John Ford.

Esse tipo de parceiro, por causa da composição humorística do personagem, a gente chamava de “doidinho”. Smiley Burnette, que fazia esse mesmo tipo de papel,trabalhava com Charles Starrett, mais conhecido da garotada como Durango Kidd, o herói mascarado de um seriado de faroeste exibido no Rio Grande.

Outro coadjuvante conhecido era Andy Devine, que tinha uma voz engraçada, e, embora não fosse exatamente um “doidinho”, cultivava a linha humorística e era igualmente aliado do Mocinho.

Eram filmezinhos feitos com baixíssimo orçamento, filmados a toque de caixa com menos de hora e meia de duração, para exibição junto com o seriado dominical ou em sessão dupla ( principalmente nos EUA). Desprovidos de qualquer pretensão artística, totalmente descompromissados com a realidade, neles o revolver continuava atirando até alguém ( o bandido) ser ferido e, as vezes, nem o chapéu do herói caia durante a briga.

As historias, com pequenas variações, eram mais ou menos as mesmas, e só não se confundia um filme com o outro por causa do ator.Havia, porém, uma constante cinematográfica: nenhum deles era monótono, chato ou confuso. É uma imutável  lei temática: a vitoria do herói sobre o vilão, isto é, a vitoria da Lei e da Justiça.

Mas, a partir de 1950, principalmente de 1951, descobri, com o inesperado alumbramento de uma paixão ou da descoberta de um tesouro, que o horizonte do faroeste era muito maior do que este,  ate então, eu havia conhecido ( continua).

Filmes

(Ordem Cronológica)

-Duelo ao Sol, 1946, de King Vidor ( & David O. Selznick), com Gregory Peck, Jennifer Jones, Joseph Cotten, Lionel Barrymore, Lillian Gish, Walter Huston.

-Céu Amarelo,1948,  de William A.Wellman, com Gregory Peck, Anne Baxter, Richard Widmark, John Russel, Henry Morgan.

-Golpe de Misericórdia,1949,de Raoul Walsh, com Joel McCrea, Virginia Mayo, Dorothy Malone, Henry Hull, Henry Morgan.

-O Matador,1950, de Henry King, com Gregory Peck, Helen Wescott, Millard Mitchell, Karl Malden, Ship Homier.

-Winchster 73, 1950, de Anthony Mann, com James Stewart, Shelley Winters, Dan Duryea, Stephen McNally, Millard Mitchell,Charles Drake.

-Almas em Fúrias,1950,de Anthony Mann, com Barbara Stanwyck, Wendell Corey, Walter Huston, Judith Anderson, Gilbert Roland.

-Embrutecidos Pela Violência,1951,de Raoul Walsh, com Kirk Douglas, Virginia Mayo, John Agar, Walter Brennan.

-Resistência Heróica,1951,de Gordon Douglas, com Gregory Peck,Barbara Payton, Ward Bond,Gig Young,Lon Chaney Jr.

-Matar ou Morrer, 1952, de Fred Zinnemann, com Gary Cooper, Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Grace Kelly, Katy Jurado, Lon Chaney.

-E o Sangue Semeou a Terra, 1952, de Anthony Mann, com James Stewart, Arthur Kennedy, Julia Adams, Rock Hudson, Jay C.Flippen.

FestNatal 25 anos (14)

CENAS

– O Governador Geraldo Melo delegou a José Bezerra Marinho, então Secretário da Indústria, Comércio e Turismo, a implantação e a coordenação do recém-criado Festival de Cinema de Natal.

Sem deméritos para outros membros da equipe, deve ser registrado que sem a capacidade, o entusiasmo, a dedicação pessoal e profissional de Marinho, a estreia de 1987 não teria sido um sucesso reconhecido nacionalmente.

Marinho sábia  e acreditava que tínhamos condições de transforma o FestNatal na Gramado do Sol, opinião compartilhada pela classe cinematográfica, depois do igualmente memorável êxito da segunda edição,em 1988.

Lamentavelmente, com a saída do governo de José Bezerra Marinho, em virtude das limitações orçamentárias, aquilo que há muito poderia ter acontecido, (até hoje) não aconteceu.

– Norma Bengell esteve três Vezes estrelando o elenco do FestNatal, pessoalmente ou através de seus filmes.A primeira, em 1988,como diretora de Eternamente Pagu, em 1996, também como diretora , em O Guarani.Esta foto, feita  quando descia no Aeroporto Augusto Severo, é de 1993, quando veio especialmente  receber o Prêmio Tributo, que lhe foi atribuído pela mítica e inesquecível participação em filmes que fizeram a história do cinema brasileiro.

Depoimento

Ao participar do FestNatal, o diretor do Festival de Gramado, que  não conhecia nossa cidade, declarou:

“Se Gramado tivesse esse Sol, essas praias, esses hotéis a beira mar, essa programação social, essa entusiástica acolhida popular, eu não estaria fazendo o maior festival do Brasil.Estaria fazendo o maior festival da América do Sul”.

Telejornal

-Ainda bem que Antônio Fagundes, ao contrario do que fora anunciado,não saiu de cena no 80° capítulo de Amor à Vida.Ele , como ator, César, como personagem, têm sido duas colunas de sustentação do núcleo central da novela.

-Bonita, sempre foi, e, como atriz, conforme se viu no remake de Gabriela, também se fazia notar.Entretanto, como a Aline de Amor à Vida, Vanessa Giácomo tem se superado como mulher (beleza) e como atriz.

-No capítulo desta terça-feira (15), quase todo dedicado à audiência do divórcio de César e Pilar, Amor à Vida, tanto nas interpretações como nos diálogos, alcançou o nível e despertou a curiosidade dos julgamentos dos filmes americanos e ingleses.

-Boa atriz, Carolina Kasting,como Gina, finalmente, saindo da cozinha do buteco do pai, começou a aparecer como atriz. Com sua timidez,seu acanhamento social, vem revelando, de maneira gradual e convincente, as súbitas descobertas do primeiro amor.

-Consagrada como revelação infantil de Avenida Brasil, Klara Castanho está tendo em Joia Rara, outra marcante participação.

-A noite de domingo na Globo ficou mais bonita com Renata Vasconcellos  apresentado  Fantástico.

-Quando não está se autopromovendo sexualmente nas trepadas com Patrícia ( Maria Casadevall), Caio Castro pouco tem o que fazer, e quando tem, como nas cenas com Carol Castro ( Silvia), sua atuação é arrogantemente inexpressiva.

-Aplausos ( de pé) para a atuação de Ary Fontoura em Amor à Vida.

Livros

Presságios e Travessias

30 de outubro é dia de tapete vermelho na Academia Norte- Riograndense de Letras. O acadêmico Valério Mesquita, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, estará lançando o seu novo livro: “Presságios e Travessias”.Horário: a partir das 18 h. A renda será integralmente revertida em beneficio do IHGRN.

Amor à vida

César e Pilar: o mel e o fel matrimonial

Valério Andrade – crítico de Televisão

Até então, Pilar ( Susana Vieira) tinha perdoado César ( Antônio Fagundes) pelas aventuras extraconjugais, entre as quais, a que resultou no nascimento de filha (Paolla Oliveira) fora do casamento.Para essa  aceitabilidade de Pilar, havia duas explicações: ela amava o marido e este nunca fora viver com a amante da ocasião.

Entretanto, no caso dele com Aline ( Vanessa Giácomo) ,houve uma radical e traumática mudança.Apesar de magoada, Pilar ainda assim teria   aceito a reconciliação, mas, depois que Cesar de consumou  a separação, a ferida da rejeição lhe atingiu o coração e a cabeça.

E quando isso acontece, a esposa vira inimiga e o antigo amor é substituído por um  ódio crescente. O que se vê, então, é a fúria da fera incontrolável e ferida. Então, a mulher, que por natureza tende a ser passional, torna-se totalmente irracional.Ao se ver Incapaz de reconquistar o marido, passa a viver em função da destruição dele – como,aliáis, na vida real, tem acontecido com políticos e gente famosa.

A conduta de César, tanto na ficção como na realidade, é frequente entre os ricos,bonitões e mulherengos.Além disso, após a longa convivência conjugal, o homem ( e as mulheres) se tornam sensíveis à excitação e ao prazer proporcionados pelas aventuras que quebram a desgastante rotina matrimonial.

Habitualmente, o imã erótico que atrai e conduz à traição, em ambos os casos, acha-se localizado na diferença de idade. Além da rotina sexual conjugal, é a conduta da esposa, que, ao  transformar a convivência dentro do lar numa guerra chata e desagradável, ajuda a empurrar o marido para a cama de outra mulher.

Este, porém, não foi o caso de Pilar. A agressividade dela somente começou a florescer ao sentir-se abandonada , com Cesar chegando tarde, enquanto, paralelamente, aumentava a suspeita dela de  que ele estava em companhia da nova amante.Além disso, passou a sentir a tensão psicológica ao se sentir incapaz de reacender a chama erótica do marido.

A escolha de Susana Vieira para o papel de Pilar foi – visualmente- tão acertada como a de Vanessa Giácomo. Ambas, por motivos físicos diferentes, justificam a conduta amorosa de César.Mas, embora ainda seja atraente, Pilar, no corpo a corpo, na beleza pela beleza, por causa da diferença de idade, não tinha condições de competir em condições de igualdade com Aline.

Tudo o que foi dito diz respeito à sedução da carne e ao relacionamento conjugal, quando o mel adquire o saber amargo do fel.
A trama de “Amor à Vida”, porém, ultrapassa a clássica triangulação amorosa, pois Pilar deixou de ser o que era para Cesar, enquanto Aline não é quem Cesar pensa que seja.

Retrospectiva Americana (3) 1940

Oscar de Ator

O prêmio foi entregue a James Stewart pelo desempenho em Núpcias de Escândalo. No papel do jornalista designado para fazer a cobertura do casamento de uma milionária ( Katharine Hupburn).

A despeito dos méritos da atuação- e quem entre os finalistas daquela época não tinha grandes desempenhos? Comentou-se, na imprensa americana, que teria sido mais justo que o Oscar lhe tivesse sido  dado em 1939, no filme de Frank Capra, “A Mulher Faz o Homem”. Consta que Stewart entregou a estatueta ao pai e este a manteve guardado durante anos numa caixa de vidro.
   
Coadjuvante Masculino

Desde que este prêmio foi instituído, em 1936, Walter Brennan, num feito extraordinário, principalmente em vista da quantidade de coadjuvantes excepcionais, obteve três Oscars em cinco anos!

No terceiro, em 1940, contracenando em condições de igualdade com Gary Cooper no western O Galante Aventureiro, aparece no papel do lendário ( e impiedoso) Juiz Roy Bean, que era apaixonado por uma atriz teatral chamada Lily Langtry.

Coadjuvante Feminina

Figura central de uma família fordiana vitima de Grande Depressão, Jane Darwell foi a vitoriosa do Oscar de Coadjuvante em Vinhas da Ira.Nesta tragédia social,adaptada do romance de John Steinbeck, onde aparece como a mãe de Henry Fonda, simboliza com perfeição as figuras maternais recriadas por Ford e corporificadas pelas suas atrizes.
   
Melhor Diretor

Concorrendo com outros notáveis ( Cukor & Sam Wood) e dois titãs,( Alfred Hitchcock & William Wyler), John Ford conquistou o segundo Oscar: o outro, em 1935,pelo filme O Delatador.É possível que Vinhas da Ira não seja tão peculiarmente pessoal como outras obras de Ford, entretanto, na avaliação do crítico Fernando Albagli, nosso historiador do Oscar, “ é um dos cumes de sua carreira, combinando a habilidade de dirigir atores com a soberba utilização das paisagens, e a atmosfera dos cenários vivicada pelo talento do fotográfo Gregg Toland”.

Retrospectiva de 1984/Bené Chaves

MELHORES FILMES

Mephisto (Szabó, 81)

A escolha de Sofia (Pakula, 82)

Memórias do cárcere (N.P. dos Santos, 83)

Sete noivas para sete irmãos (Donen, 54)

Retratos da vida (Lelouch, 81)

O reencontro (Kasdan, 83)

Toda nudez será castigada (Jabor, 73)

Essa pequena é uma parada (Bogdanovich, 72)

A próxima vítima (J. B. de Andrade, 82)

Sargento Getúlio (Penna, 78)

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