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Seleção dos Melhores (3)

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Na tela do Rio Grande passei a ver o que não tinha visto nas sessões matinais do Rex.A primeira revelação ocorreu numa tarde de 1950: “Abutres Humanos”-  o primeiro western colorido que vi.

O seu herói, Alan Ladd, era um cowboy totalmente diferente de Roy Rogers, Gene Autry, Charles Starrett. Olhar frio, fisionomia imutável, na sua contenção emocional exterior Alan Ladd transmitia um tipo de tensão inexistente nos atores do Velho Oeste das sessões matinais do Rex.

A margem do ator, foco principal  da minha atenção,o  próprio filme também me chamou atenção,por ser igualmente diferente e não apenas por ser colorido. ” Abutres Humanos”, produção classe A da Paramount, espelhava a divisão cinematográfica que existia entre um western para adulto e aqueles pequenos faroestes da Monogram e da Republic.A recriação  fílmica dele era mais realista e a historia possuía uma complexidade inexistente nos faroestes C .

Outro ator, também que me chamou imediata atenção, foi Randolph Scott.Com seu rosto petrificado, sóbrio no gestual, possuidor de uma elegância discreta, transferia para o personagem aquela confiabilidade familiar aos protagonistas tradicionais do Velho Oeste.O primeiro filme que vi dele, em 1951, foi Romântico Defensor, e, desde então, acompanhei a sua carreira durante toda a década de 50.Embora não fossem produções de Classe A, os títulos da  série de Randolph Scott espelhavam o alto padrão alcançado pelo Western B.

Também, em 1951, conheci o protagonista da outra importante série de Westerns B: Audie Murphy.Apesar de não ser fisicamente imponente como Randolph Scott e embora talvez não fosse particularmente expressivo, ele segurava a cena, e, como Scott, atendia plenamente as exigências do papel e do gênero.

Foi num filme de Audie Murphy, “Duelo Sangrento”, visto em 1951, que tive a maior surpresa do gênero: a morte do mocinho, no final.Eu não sabia que o personagem, Billy the Kid, havia existido e, segundo a lenda ( ou a Historia), ao ser morto aos 21 anos tinha vencido 21 duelos.

1951 também seria um ano do primeiro filme de John Wayne, que, por coincidência, era um western, “O Céu Mandou Alguém”, e o diretor era John Ford.(continua).

Os filmes

(Ordem Cronológica)

-Os Brutos Também Amam (Shane), 1953, de George Stevens, com Alan Ladd, Jean Arthur, Van Heflin, Jack Palance, Brandon De Wilde, Ben Johnson, Emile Meyer.

-O Preço de um Homem, 1953, de Anthony Mann, com James Stewart, Robert Ryan, Janet Leigh, Ralph Meeker, Millard Mitchell.

-Caminhos Ásperos ( Hondo),1953, de John Farrow, com John Wayne, Geraldine Page, Ward Bond, Michael Pate.

-Vera Cruz, 1954, de Robert Aldrich,com Gary Cooper, Burt Lancaster, Denise Darcel, Cesar Romero, Sarita Montiel, George Macready, Ernest Borgnine, Charles Bronson. 

-A Lança Pártida,1954,de Edward Dmytryk, com Spencer Tracy, Robert Wagner, Jean Peters, Katy Jurado.

-Johnny Guitar,1954, de Nicholas Ray, com Joan Crawford, Sterling Hayden,Mercedes McCambridge,Scotty Brady, Ward Bond,Ernest Borgnine.

-Um Certo Capitão Lockhart, 1955, de Anthony Mann, com James Stewart, Arthur Kennedy,Donald Crisp, Alex Nicol, Cathy O’Donnell.

-Ao Despertar da Paixão (Jubal),1956, de Delmer Daves, com Glenn Ford, Rod Steiger, Ernest Borgnine, Valerie French, Charles Bronson.

-A Última Carroça, 1956, de Delmer Daves, com Richard Widmark, Felicia Farr, Nick Adams, Tomothy Carey.

-Rastros de Ódio, 1956, de John Ford, com John Wayne, Jeffrey Hunter, Vera Miles, Ward Bond,Natalie Wood.

-Dragões da Violência, 1957, de Samuel Fuller, com Barbara Stanwyck, Barry Sullivan, Dean Jagger, Gene Barry.

-Sem Lei e Sem Alma,1957, de John Sturges, com Burt Lancaster, Kirk Douglas, Rhonda Fleming, John Ireland, Jo Van Fleet.

FestNatal 25 anos

CENAS

Estrelado por Reginaldo Faria, com direção de Alberto Salvá, A Menina do Lado foi um dos sucessos de público da Seleção Oficial de 1988. O Juri Oficial lhe concedeu três prêmios: Roteiro, música, Menção Honrosa, para a estreante Flávia Monteiro. No palco do Centro de Convenções, a jovem e bonita produtora do filme, Elisa Tolomelli, recebeu o troféu Estrela do Mar.

A literatura sempre esteve presente no FestNatal através da presença de escritores ( Antônio Callado, Fernando Sabino, Carlos Heitor Cony, Murilo Melo Filho, e.t.c), como também no lançamento de livros.Carlos Eduardo Dollabela foi um dos atores que participaram dessa vertente literária da festa do cinema brasileiro em Natal.

DEPOIMENTO

A estrela- revelação do filme A Menina do Lado, Flávia Monteiro, ovacionada pela plateia que lotava a sala de exibição do Centro de Convenções, disse que nem em Gramado havia recebido aplausos iguais ao de Natal: ” nunca esquecerei a  noite do lançamento do meu filme”.

O diretor David Neves, que fazia questão de participar com ou sem filme no FestNatal, no palco com o troféu  ganho por um de seus filmes, costumava dizer: ” O festival de cinema é o presente que recebemos de Natal antes de o Natal chegar”.

Retrospectiva de 1984/Bené Chaves

MELHORES FILMES

A rosa púrpura do Cairo (Allen, 84)

Despair – uma viagem para a luz (Fassbinder, 77)

Carmen (Saura, 83)

Ciao Maschio (Ferreri, 77)

Danton (Wajda, 82)

Zelig (Allen, 83)

Este mundo é dos loucos (De Broca, 66)

Cabra marcado para morrer (E. Coutinho)

A balada de Narayama (Imamura, 83)

A noite de São Lourenço (Paolo e Vittorio Taviani, 81)

Paris, Texas (Wenders, 84)

Ensaio de orquestra (Fellini, 78)

O destino bate à sua porta (Rafelson, 81)

Amigos para sempre (Penn, 82)

O ocaso de um povo (Schloendorff, 81)

Outros filmes: Fome de viver (Scott, 83), O grande Gatsby (Clayton, 74), Amadeus (Forman, 84), Os gritos do silêncio (Joffé, 83), A mulher do tenente francês (Reisz, 81), Silkwood (Nichols, 83) e Furyo, em nome da honra (Oshima, 83).

Atriz e personagem

Carolina Dieckmann – Iolanda

à Em “Joia Rara” temos duas atrizes, dois modos de representar e visualmente duas mulheres.

Ao pular da pobreza para a riqueza através do casamento com o vilão ( José de Abreu) da historia, enquanto Iolanda teve o seu visual alterado e melhorado, Carolina passou a exteriorizar um modo de representar, aparentemente,inédito em sua carreira.

Com o novo penteado, inspirado nos da atriz Catharine Deneuve, vestidos elegantes, emoldurando e ressaltando o corpo esbelto, Caroline Dieckman assumiu, no gestual contido e na frieza pessoal, a postura de uma jovem Lady vivendo o drama existencial da infelicidade matrimonial e a impossibilidade de reviver a love story da adolescência.

Com seus silêncios, olhares, a maneira como reage ao contato físico do marido, o modo como rebate as afrontas da governanta Gertrudes ( Maria Lucia Torre), Iolanda assemelha-se a uma personagem dos tensos dramas intimistas do diretor William Wyler – e  Carolina  Dieckmann, nesta difícil e diferenciada corporificação, exibe a classe e a intensidade  interiorizadas das atrizes americanas do passado.

Livros

Lançamento

Será na próxima quarta-feira, 30 de outubro, a partir das 18 horas, na Academia Norte-Riograndense de Letras, a noite de autógrafos do escritor e acadêmico Valério Mesquita.

Toda a renda do seu novo livro, “Presságios e Travessias”, será revertida em benefício do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Encontro literário e pessoal imperdível.

O gosto amargo do açúcar para as gordas

Valério Andrade – crítico de Televisão

Partindo do princípio que ninguém é gordo porque quer ou porque gosta de ser, seja homem ou mulher, é fácil imaginar o que significa uma luta cotidiana contra a balança. Seria injusto atribuir aos gordos o pecado da gula, pois, entre os muitos fatores ( inclusive psicológicos) que explicam a gordura, existe o da herança genética.

Durante séculos, as mulheres não foram vitimadas pela tirania da estética da magreza.Conforme as vemos nas pinturas da Renascença, com o corpo acobertado dos pés a cabeça, o foco da beleza estava centrado no colo e no rosto.Mesmo com o advento da fotografia, não houve nas ilustrações eróticas  a exclusão dos corpos robustos.

Com vestidos colantes e a nudez (parcial)das estrelas de cinema,transferidas para a moda e a publicidade, houve a globalização de um padrão de beleza.Nessa simbologia erótica, popularizada pela fábrica de ilusões  do cinema, as gordas e os gordos foram eliminados da galeria dos amantes.

Preconceitos de pele, de raça, de religião, de sexualidade,foram abolidos inicialmente pelo cinema e , tempos depois, pela televisão. Entretanto, tem persistido o tabu que impede as gordas ser protagonista de uma love story igual as vividas pelas  magras.Sob esse aspecto, se “Amor à Vida” não inovou, pelo menos, abriu passagem para as gordas.

O ponto de partida- até por ser o mais familiar e aceitável pelo grande público- adotado em “Amor à Vida” foi o do tradicional enfoque humorístico, no qual, durante cem capítulos, Perséfone ( Fabiana Karla) lutou desesperada- e desajeitadamente- para perder a virgindade.Durante esse período, Walcyr Carrasco agrupou, humoristicamente, os clichês pejorativos sobre  as gordas.

É claro que a crescente frustração de Perséfone poderia ter sido dramatizada  ou ela   teria se transformado  numa personagem chatíssima.Embora tenha evitado essas duas vertentes, Walcyr Carrasco tornou patente, entre os familiares de Daniel ( Rodrigo Andrade), a existência do preconceito erótico de que por ser gorda Perséfone seria  incapaz de satisfazer o marido.

A partir de momento que  Daniel descobre a beleza que se achava oculta em Perséfone, Walcyr Carrasco muda o tom verbal e visual do relacionamento do casal, sem abolir o humor, mas afastando,temporariamente, o tom pejorativo,originária das observações dos colegas do casal. Mas a volta daquelas piadinhas de mau gosto passaram a exercer uma crescente tensão em relação a Daniel, agora, na condição de marido.

Do ponto de vista estético, o maior risco estaria na noite de núpcias, que poderia cair no ridículo, mas isso, inclusive por causa da contribuição das interpretes, não aconteceu.É possível que existe quem acredite que ( bom ser bonitão) Daniel não será feliz porque Perséfone é gorda. Mas quem disse que mulher, simplesmente por ser bonita e magra, trás felicidade e na cama é tão boa como aparenta ser vestida?

Retrospectiva Americana-1940

Fotografia (em P & B)

Para os especialistas, inclusive os diretores, obter uma grande iluminação em preto & branco era mais difícil e exigia mais criatividade artística do que a fotografia colorida.

Nos anos 30 & 40, quando Hollywood agrupava o que havia de melhor no cinema, a presença de excelentes fotógrafos não era à exceção da regra. A partir de 1939, diante do crescente numero de filmes coloridos, a Academia passou a premiar, separadamente, as duas categorias fotográficas.

O Oscar, em P & B, de1940 foi outorgado a George Barnes, em Rebeca, a Mulher Inesquecível. Os outros filmes indicados: A Longa Viagem de Volta,  A Ponte de Waterloo, O Libertador,  Tudo isto e o Céu Também,  Correspondente Estrangeiro e  A Parada da Primavera.

Fotografia em cores

A superprodução inglesa, O Ladrão de Bagdá, maravilhosamente fotografada em Technicolor, deu a George Perinal o Oscar de 40.

Os outros filmes indicados foram: Legião de Heróis, O Pássaro Azul, Divino Tormento, Serenata Tropical e Bandeirantes do Norte.

Melhores da Associação de Críticos de Nova York

Filme:Vinhas da Ira.Ator: Charles Chaplin, em O Grande Ditador. Atriz: Katharine Hepburn,em Núpcias de Escândalo.Diretor: John Ford, em Vinhas da Ira  e a Longa Viagem de Volta.Prêmio Especial: Fantasia.

Lista dos 10

Filmes Incluídos entre os 10 Melhores do jornal The New York Times: O Grande Ditador, Rebeca, a Mulher Inesquecível, A Longa Viagem de Volta, Nossa Cidade, Fantasia.

Imprensa/20 anos

Uma publicação, editada no RN, que chega ao 20° aniversário, por si só, é um acontecimento digno de nota e aplausos.É o que está acontecendo com “Natal Para Você”, a revista de turismo do Rio Grande do Norte, idealizada e dirigida pelo jornalista Antônio Roberto Rocha, colunista de turismo da TN.

Merece destaque a programação visual, com ênfase nas belezas turísticas de nossa cidade, a cargo de Francisco Marrocos, cuja competência acha-se espelhada nas páginas da TN, inclusive, nas colunas Fama e Peão 4 Rei.

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