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Será que pode dar certo?

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São Paulo (SP) – Foram quatro vitórias seguidas desde o início da segunda “era Dunga”, o melhor começo de trabalho desde que Carlos Alberto Parreira assumiu a Seleção Brasileira ainda em 1991. Como daquela vez, a atual sequência positiva é resposta a uma participação desastrosa na Copa do Mundo, podendo ser o recomeço necessário para, quem sabe, outro título mundial.

A questionada Seleção Brasileira de Sebastião Lazaroni não passou das oitavas de final na Copa de 90, tendo a derrota por 1 a 0 para a Argentina como o ápice do descontentamento com o pragmatismo daquela equipe. A eliminação resultou em reformulação, e o escrete canarinho passou pelas mãos de Paulo Roberto Falcão e Ernesto Paulo antes de ser comandado por Parreira.

O técnico assumiu talvez na maior crise da Seleção Brasileira até então. Sem ganhar uma Copa há duas décadas e com futebol burocrático que não empolgava ninguém. Mas Parreira deu início à sua segunda passagem com vitória sobre a respeitável Iugoslávia.
Dunga venceu todos os jogos, até o momento, após o retorno
Logo o grupo formado majoritariamente por “desconhecidos” ganharia corpo para retomar o topo do mundo em 1994. As vitórias sobre Tchecoslováquia, Estados Unidos e Finlândia deram a Parreira certa tranquilidade para fincar os primeiros pilares de seu trabalho, que não foi abalado nem pelo revés sofrido em seguida para o Uruguai.

Titular de Parreira a partir de 93, Dunga assume missão de reconstruir a Seleção Brasileira após a vexatória Copa do Mundo. Com a maior pressão da história da pentacampeã mundial nos ombros, o técnico ainda lança mão de respostas ríspidas em coletivas, mas parece ter revisto seu pragmatismo em campo para acumular vitórias sobre Colômbia, Equador, Argentina e Japão.

A goleada por 4 a 0 sobre o Japão na última terça-feira – contra uma defesa desorganizada, é verdade –, renova as esperanças de quem ainda sonha em ver um Brasil criativo e habilidoso. Ainda que o primeiro tempo tenha sido relativamente comum, o intervalo foi o marco-zero de um desfile de arrancadas com trocas de passes rápidos. Lampejos do futebol romântico de uma Seleção que não carrega cinco estrelas no peito por acaso.

Talvez ainda seja cedo para dizer até onde o técnico apostará na flexibilidade de seu meio-campo para surpreender os adversários, mas o caminho parece ser este. E mesmo que 2018 não permita que Dunga levante de novo a Copa do Mundo – como fez em 94 –, o treinador pelo menos tem renovado seus conceitos e, por extensão, também os da Seleção.

Ainda que a goleada sobre o Japão sejam um ponto fora da curva, se o desempenho canarinho se mantiver, a maior campeã mundial pode estar enfim se mexendo novamente. Talvez dando os primeiros passos para reconquistar sua hegemonia, sem permitir sete gols a mais ninguém.

Eleito senador pelo Rio de Janeiro, o ex-atacante Romário promete intensificar suas críticas à CBF (ele já declarou que proporá a instauração de uma CPI para investigar a entidade). O Baixinho voltou a atacar a gestão de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero – que assumirá a presidência da CBF em 2015.

“Estou com saudades do Ricardo Teixeira (presidente da CBF entre 1989 e 2012). Essa dupla, Marin e Del Nero, não entende nada de futebol brasileiro e não quer fazer o bem ao nosso esporte”, disse Romário.

Outro alvo do senador, o ex-goleiro e ex-empresário Gilmar Rinaldi, atual coordenador de seleções da CBF, voltou a ser atacado. “(Em relação a) Gilmar, continuo dizendo que é uma fraude, uma piada. Um cara que era empresário até uma noite antes de assumir a coordenação da seleção. Só pode ser sacanagem, e só acontece no Brasil”, afirmou o Baixinho. Apesar de ter questionado as convocações de Kaká e Robinho (“Isso não é renovação”), Romário elogiou o trabalho de Dunga, que venceu os amistosos que disputou desde que reassumiu o comando da Seleção Brasileira.

“Eu era contra o Dunga assumir, porque depois da Copa, depois do vexame (7 a 1 contra a Alemanha, na semifinal), estava na hora de alguma coisa diferente e mais moderna. Mas do Dunga eu sou muito amigo. Estou sempre com ele. Desejo que faça um bom trabalho e que ele de alguma forma consiga ajudar o Brasil, e que tente ficar afastado desses cartolas”, alertou Romário.

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