O torcedor americano, que tenha assistido o longínquo amistoso Flamengo 6 x América de Natal, disputado no estádio Juvenal Lamartine, dia 15 de julho de 1947 é, com certeza, um torcedor privilegiado, pois deve estar beirando hoje os bem vividos 90 anos. O tão badalado jogo foi disputado dentro das festividades pelos 32 anos de fundação do clube rubro, no chamado estadinho do Tirol, que havia sido inaugurado em 1928. Do time rubro-negro da Gávea, que participou daquele amistoso, provavelmente nenhum deve estar aí pra contar a história. O time potiguar de camisas vermelhas contou na data histórica de 15 de julho de 1947, com Gerin, Artêmio e Barbosa, Vavá, Renato e Hélio, George, Pernambuco, Pedro Humberto, Tico e Marinho, jogando também Amaury, Nonato, Lavor e Tico. O técnico – acumulando as funções também de jogador era o meio-campista Lavor. Na época não era ainda conhecido como meio de campo, mas center-half, segundo consta no noticiário da imprensa. A arbitragem foi do sargento do exército (e também árbitro da federação) Tong Ramos). O que não deixa de ser curioso, é que o árbitro não era remunerado pela federação. Talvez como prêmio pela colaboração que prestava ao futebol sem nada usufruir, era aplaudido quando entrava em campo, e dificilmente criticado pelos torcedores.
Sessenta e sete (2)
Os jornais da capital, n época, ressaltavam a colaboração que prestavam ao futebol. Os mais famosos integrantes do quadro da FNF eram João Acioly, Humberto Nesi, Tong Ramos, Omar Cunha, Walter Pedroza, Luiz Meireles e João Cadmo Cavalcanti. A curiosidade do leitor será satisfeita: o time rubro-negro carioca jogou em Natal com Luiz Borracha, Miguel e Norival (Serafim), Biguá, Bria e Jaime, Adilson, Jacir (Zizinho), Pirilo, Perácio e Vevé (Tião). Os gols foram assinalados por Perácio (3), Tião (2) e Pirillo, e os do América Natanael e Renato Magalhães, este, coincidentemente, falecido meses atrás. Como era comum, na época, praticamente todo elenco dos clubes era formado por amadores, rapazes que residiam nesta capital nesta capital, inclusive Renato Magalhães, com residência a alguns metros da sede do clube rubro.
Sessenta (3)
Renato Magalhães era relacionado como o jogador de maior qualidade técnica do elenco americano. O jornal “A República”, na época o de maior circulação na cidade deu grande destaque ao amistoso, levando em conta que o Flamengo tinha muitos torcedores no Nordeste, a colônia rubro-negra era grande em Natal, Exatamente três anos depois, o Flamengo teria no seu elenco o mossoroense Dequinha, muito cedo tornou-se ídolo dos cariocas, titular do clube rubro-negro durante 10 anos, ininterruptos. Jogou na Seleção Brasileira, foi convocado para a Copa do Mundo de 1954 mas não atuou porque, na época, não havia substituições em jogos oficiais não necessitando nem mesmo o reserva ir para o banco. Zezé Moreira, já falecido, era o treinador do Fla e da seleção. (detalhes extraídos do livro “Da Bola de Pito ao Apito Final”, de autoria deste colunista.
Domingo sem bola
Se não tem clube da série “A” no Brasileirão, consequentemente não tem jogo aos domingos. São muitos os estádios brasileiros (inclusive os que ganharam novíssimas arenas com a Copa/2014) que não abrem seus portões no dia mais apropriado para futebol, que é o domingo. Por isso, a Arena das Dunas tem seus portões fechados. Quem é vidrado no futebol, contenta-se com os televisamentos. Por curiosidade, cidade que tem clube na série “D” pode se deliciar com algumas boas partidas aos domingos. Coisas da polêmica CBF.
Judas na Globo
Explicando os motivos de seu afastamento do ABC, após retornar para uma nova função no futebol do alvinegro, Judas Tadeu participa neste domingo, 6h30 da matina do programa Esportes em Debate, com direção de Santos Neto. O veterano cartola justifica pequenos aborrecimentos e apelo da família para que se afaste devido problemas de saúde, idade, etc.
