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Setor encolhe em vendas, empresas e empregados

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Igor Gadelha

São Paulo (AE)
– A venda de veículos novos no Brasil caiu 20,67% no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, divulgou ontem a Federação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Fenabrave). De janeiro a junho de 2015, foram emplacados 1.318 985 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, cerca de 344 mil a menos do que nos seis primeiros meses do ano passado. O semestre também foi marcado pelo fechamento de centenas de concessionárias, milhares de demissões e estoques elevados.
Setor tem entre 323 mil e 325 mil unidades encalhadas no Brasil, segundo dados da Fenabrave
Em junho deste ano, mês com 21 dias úteis de venda, os licenciamentos de veículos somaram 212.535 unidades, o que equivalente a uma retração de 19,4% na comparação com o total vendido durante o 20 dias úteis de junho do ano passado, quando as vendas já haviam sido prejudicadas pela Copa do Mundo. Na comparação com maio, também com 20 dias úteis de vendas, os emplacamentos praticamente se mantiveram estáveis em junho, ao cair apenas 0,07%.

Segmentos
As vendas de automóveis e comerciais leves juntos, por sua vez, caíram 19,76% no primeiro semestre frente um ano atrás, ao somarem 1.269.853 unidades. Só em junho, os emplacamentos do segmento totalizaram 204.627 unidades, queda de 0,16% ante maio e recuo de 18,35% na comparação com o mesmo mês do ano passado. De acordo com a Fenabrave, no mês passado foram emplacados 175.272 automóveis e 29.355 comerciais leves.

O segmento de pesados apresentou o pior desempenho nas vendas. De janeiro a junho deste ano, os emplacamentos de caminhões e ônibus juntos recuaram 38,79% em relação a igual período de 2014, ao somarem 49.132 unidades. No mês passado, foram vendidos 6.210 caminhões e 1.698 ônibus em todo País.

Somando motocicletas, implementos rodoviários, máquinas agrícolas e outros veículos, o total de emplacamentos no primeiro semestre foi de 2.053.114 unidades, o equivalente a queda de 17,62% na comparação com os seis primeiros meses de 2014.

Revisão
#SAIBAMAIS#A Fenabrave anunciou também mais uma revisão para baixo de todas as suas projeções para desempenho das vendas do setor automotivo em 2015. É a terceira revisão desde o início deste ano. As últimas mudanças de estimativas tinham sido feitas em março e abril. A Fenabrave espera agora que os emplacamentos totais de veículos novos deverão somar 2,662 milhões de unidades em 2015, o equivalente a queda de 23,8% ante as 3,498 milhões de unidades vendidas o ano passado. A nova previsão é bem mais pessimista do que as retrações de 18,93% estimada em abril, de 10% prevista até março e de 0,53% projetado no início do ano.

Para o segmento automóveis e comerciais leves juntos, projeta agora retração de 23% nas vendas neste ano, previsão pior do que as quedas de 18% estimada até abril, de 10% prevista em março e de 0,5% projetada no início de 2015. A entidade prevê que serão vendidos 2.563.126 unidades, sendo 2 127.394 automóveis e 435.731 comerciais leves.

Estoque é considerado ‘muito elevado’
Do Estadão Conteúdo

O estoque de veículos nos pátios das fábricas e concessionárias era equivalente a 49 dias de vendas em junho deste ano, o correspondente a entre 323 mil e 325 mil unidades encalhadas, informou ontem, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção. Segundo ele, esse nível supera em 10 dias o estoque registrado em junho do ano passado e é igual ao de maio.

Assumpção avaliou que o estoque está em níveis “muito elevados”. Para o setor, um estoque considerado normal é equivalente a 30 dias de vendas. “Várias fábricas estão em processo de redução temporária de produção. Com tudo isso, acredito que em até 60 dias esse estoque poderá ser reduzido”, afirmou durante entrevista coletiva para comentar o desempenho das vendas de veículos.

A Fenabrave considera que o setor chegou ao “fundo do poço”, avaliou a economista Tereza Fernandes, da MB Associados, que presta consultoria econômica para a entidade.

De acordo com ela, a previsão para o segundo semestre é de que o desempenho dos emplacamentos seja igual ao dos seis primeiros meses de 2015.

Tereza destacou que, mantidas as atuais condições econômicas e políticas, “não há como imaginar um cenário muito diferente” do que a projeção da entidade de queda de 23,87% nos emplacamentos em 2015 ante 2014. A previsão foi divulgada ontem e marca a revisão de estimativa feita pela entidade este ano.

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