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Seturn ameaça entregar linhas de ônibus consideradas deficitárias

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Pedro Andrade
repórter

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Pasageiros do Município de Natal (Seturn) comunicou à Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) o interesse em entregar duas linhas que operam na cidade e que são consideradas deficitárias: a 600 – Entrebairros, que circula na zona Norte com passagens no valor de R$ 1,60; e o Circular que opera no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com passagem gratuita. De acordo com o sindicato, a falta de reajuste tarifário há 40 meses aliada à falta de medidas alternativas a serem tomadas pela Prefeitura levou as empresas do transporte público a um prejuízo mensal de R$ 1 milhão.
Nos pontos, usuários reclamam do aumento no tempo de espera
A linha Circular, de tarifa gratuita, custa R$ 120 mil às seis empresas operantes no sistema público natalense, que se revezam para transportar 200 mil passageiros mensalmente e sem qualquer contrapartida governamental, segundo o consultor técnico do Seturn, Nilson Queiroga. Porém, a sugestão do sindicato das empresas é que se cobre tarifa, já que não há subsídios governamentais. Ou, por outro lado, que a Prefeitura ou o governo federal, através de parceria com o Município, subsidiem o transporte no campus federal.

#SAIBAMAIS#A assessoria de imprensa da Semob afirma que o secretário adjunto de Transportes Clodoaldo Cabral Trindade pretende reunir, ainda sem data definida, Seturn e permissionários do transporte alternativo para tentar solucionar problemas dessas linhas.

Entre os principais problemas enfrentados pelo Seturn estão o reajuste de pessoal, que ocorreu nos três últimos anos consecutivos; reajustes no preço do combustível; além do prejuízo de R$ 1 milhão mensal que as empresas vêm enfrentando. “Isso pode levar a um colapso do serviço às vésperas da Copa do Mundo”, alerta Queiroga.

Ele afirma que foi sugerido à Prefeitura exoneração fiscal para o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS), parcial ou integralmente; a criação de um Fundo Municipal de Transporte, que reuniria verba para investir no transporte público; e a retomada da Zona Azul, que cobra dos veículos particulares determinado valor por tempo que permanecem estacionados nas vias. Segundo o consultor técnico, essas medidas poderiam gerar recursos sem aumento da passagem e estimularia a população a utilizar a rede pública de transportes.

Enquanto isso, passageiros enfrentam cada vez mais problemas na sua rotina. Entre as principais reclamações está o tempo de espera pelo ônibus em qualquer região da cidade. Usuários do transporte público no Alecrim, no Centro, e nas paradas dos principais shoppings da zona Sul, moradores de todas as regiões das cidades, indicam tempo de espera média de 40 minutos a uma hora pelo ônibus.

Jardel Gerônimo Gasques, estudante, esperou 40 minutos por um ônibus Nova Parnamirim via avenida Maria Lacerda. Entre as 9h25 e as 10h05 de ontem ele viu passar dois Eucaliptos, dois 48, três 52 e três 40. Devido a um acidente na Ponte de Igapó, Girlânia Soares saiu de casa, na zona Norte, às 6h30 e chegou ao Natal Shopping, em Candelária, às 10h. A demora é atribuída por Nilson Queiroga ao volume de carros crescente de carros nas ruas e ao número de obras em execução nas vias públicas.

De acordo com Nilson Queiroga, enquanto o nível de reclamações aumenta, o número de passageiros diminui. Entre 2012 e 2013, o número de passageiros foi de 128.657.597 para 124.484.975, equivalente a 4.172.622, ou 3,24%. Mas, segundo ele, essa queda ocorre nacionalmente desde o início dos anos 2000. Atualmente, a frota municipal tem 626 ônibus e 67 alternativos.

Durante toda a sexta-feira, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou, sem sucesso, entrar em contato com a titular da Semob, Elequicina dos Santos, e o adjunto de Transportes, Clodoaldo Cabral.

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