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Simpósio debate fertilização

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Roberto Lucena
Repórter

As técnicas de fertilização in vitro e novas tecnologias na transferência embrionária foram os assuntos debatidos na manhã de ontem, durante o segundo e último dia do 11º Simpósio Franco-Brasileiro de Atualização em Ginecologia. Os assuntos foram o tema de duas palestras do professor francês e especialista no assunto, René Frydman. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade atinge aproximadamente 15% dos casais e fatores como estresse, obesidade e tabagismo são apontados como problemas para quem deseja ter filhos.
Professor René Frydman afirma que tabagismo e obesidade atrapalham a fertilização
“Não existe um fator mais preocupante e determinante para o insucesso na tentativa da fertilização. Podemos apontar várias situações, mas eu posso dizer também que o tabagismo e obesidade têm influência muito negativa”, disse René Frydman, médico responsável pela primeira fecundação in vitro registrada na França, em 1982.

A reprodução in vitro é a solução para casais que enfrentam problemas para gerar filhos através de gravidez. Nos homens, a infertilidade é causada principalmente pela varicocele e o tratamento de câncer. Nas mulheres, a idade e a ovulação irregular são os maiores vilões. Medicamentos, problemas anatômicos, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e o estilo de vida são outras fatores que impedem um casal de realizar o sonho de ter filhos.

Apesar da técnica de fertilização assistida existir no Brasil há mais de 30 anos, os custos do procedimento são muito elevados – entre R$ 18 mil e R$ 20 mil. Médicos especialistas no assunto lutam para que a técnica seja oferecida através do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, apenas São Paulo e Rio Grande do Norte possuem laboratórios que oferecem o procedimento 100% gratuito. Em outros Estados, há oferta parcial da técnica.

No RN, as mulheres que sonham em engravidar mas não tem acesso às clínicas de fertilização privadas contam com o serviço público de reprodução assistida. O Centro de Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) foi inaugurado no dia primeiro de março do ano passado. A MEJC é a primeira instituição do Norte e Nordeste a oferecer o serviço exclusivamente para pacientes do SUS. O atendimento auxilia mensalmente 40 casais que desejam ter filhos e não conseguem por vias naturais.

Além da MEJC, apenas o Hospital Peróla Byington,  em São Paulo, oferece o serviço 100% gratuito. Mas de acordo com o professor assistente de ginecologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Paulo Gallo, há expectativa de que um novo centro seja aberto naquele Estado. “Estamos conversando com a secretaria de saúde do Rio. Eu avalio como um problema de saúde pública a infertilidade. É preciso oferecer esse tipo de serviço ao usuário do SUS”, disse. Gallo também participou do 11º Simpósio encerrado ontem em Natal.

O evento é uma promoção do Instituto Leide Morais e contou com aproximadamente 30 conferencistas tanto do Brasil, quanto da Itália e da França. Para o presidente do Simpósio, Kleber Morais, o objetivo do evento é manter sempre os ginecologistas do Rio Grande do Norte, Norte e Nordeste atualizados. “É um momento de fundamental importância para se discutir e intensificar o intercâmbio de conhecimento”, afirmou Kleber.

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