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Sinal de alerta para o Brasil

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São Paulo (AE) – Entre 2004 e 2012, as emissões de gases de efeito estufa caíram praticamente pela metade no Brasil. Mas esse período de redução drástica das emissões pode estar prestes a acabar, de acordo com uma análise realizada pela rede de 35 organizações não governamentais que compõem o Observatório do Clima. O grupo divulgou ontem o relatório Análise do Panorama Atual de Emissões Brasileiras – Tendências e Desafios, que teve como base os dados de seu Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg) – um levantamento de emissões paralelo ao do governo federal.

De acordo com o documento, entre 2004 e 2012, graças à queda de mais de 70% nas taxas de desmatamento da Amazônia, o Brasil reduziu de 6,2% para 2,9% sua participação nas emissões globais de gases de efeito estufa. Mas, segundo as estimativas da organização, há uma clara tendência de crescimento das emissões – em especial nos setores de energia e transportes, mas também em agropecuária, indústria e resíduos sólidos.

Segundo Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima, embora as emissões do desmatamento (mudança de uso do solo) tenham sido reduzidas de forma drástica no período, houve aumento em todos os outros setores. O caso mais dramático é o do setor de energia, cujas emissões aumentaram mais de 30% no período: de 335 para 440 megatoneladas. Entre 1990 e 2012, o setor de energia aumentou suas emissões em 125%.

“Com isso, o setor de energia, que representava 11% das emissões em 2004, passou para 30% do total das emissões brasileiras em 2012”, disse Rittl. De acordo com o levantamento, o desmatamento da Amazônia, que por anos foi a principal fonte de emissões brasileiras – e representou cerca de 70% do total nos anos 90 -, caiu para 32% em 2012. A agropecuária é responsável por outros 30%, aproximadamente. “Com isso, mais de 90% das emissões correspondem ao desmatamento, à agropecuária e ao setor de energia”, declarou Rittl.

O relatório indica que, a menos que surjam elementos novos a reverterem essa tendência, no futuro próximo, é bastante provável que o setor de energia venha a se tornar o mais importante em termos das emissões de gases de efeito estufa. Mas, segundo Rittl, como o desmatamento está diretamente ligado ao agronegócio e à pecuária, dois terços das emissões atuais estão ligadas à agropecuária.

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