sexta-feira, 19 de abril, 2024
28.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

Sindicato de São Paulo processa jornalista potiguar

- Publicidade -

O Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo (Sindoméstica-SP) entrou com uma ação contra a jornalista potiguar Micheline Borges por danos morais. Segundo a assessora jurídica do Sindoméstica-SP, Camila Ferrari, o sindicato pede retratação pública e uma indenização por danos morais no valor de R$ 27,1 mil.

“Estamos entrando com uma ação pelas palavras dela [Micheline Borges], pois não achamos justa a forma como ela colocou, menosprezando a categoria”, disse a assessora. A ação foi distribuída na última quinta-feira (5).

O Sindicato dos Empregados Domésticos do Rio Grande do Norte também pretende entrar na justiça contra a jornalista. Na próxima semana, haverá uma reunião para decidir qual medida será tomada contra as declarações feitas por Micheline no Facebook na manhã do dia 27 de agosto.

No dia da postagem, após repercussão nacional, o presidente da entidade, Israel Fernandes, criticou a postura dela e avaliou a declaração como infeliz. Para Israel Fernandes a jornalista deve ser responsabilizada. “Declaração horrível para um país de sexta economia do mundo e ainda tem jornalista com esse pensamento. Ela deveria trabalhar uma vez como doméstica para ter dignidade”, disse ele.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindjorn) lamentou a postura da jornalista e prestou solidariedade tanto às médicas cubanas como às empregadas domésticas. Em nota divulgada na época, o Sindjorn defendeu irrestritamente o jornalismo responsável e o exercício livre da profissão. “Priorizamos nossa atuação na vigilância constante a toda e qualquer tentativa de cercear o direito de imprensa e de opinião. Todavia, não podemos admitir nenhum tipo de preconceito, muito menos partindo de colegas”, registra a nota.

A declaração

A jornalista potiguar Micheline Borges fez um comentário em sua página pessoal no Facebook sobre a aparência de médicos cubanos que chegam ao Brasil para atuar em cidades que indicadas através do programa Mais Médicos, do Governo Federal. A postagem ganhou repercussão nacional e fez com que a jornalista apagasse o perfil nas redes sociais. Para ela, a postagem não foi preconceituosa.

No Facebook, Micheline Borges postou comparação entre a aparência de médicas cubanas às de “empregadas domésticas”. “Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas têm uma cara de empregada doméstica. Será que são médicas mesmo? Afe, que terrível. Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência. Coitada da nossa população. Será que eles entendem de dengue? E febre amarela? Deus proteja O nosso povo!”, postou a jornalista.

A opinião logo se espalhou pelas redes sociais. Diversas pessoas reproduziram a postagem e fizeram comentários criticando a frase de Micheline Borges, que ainda se defendeu na rede social durante algumas horas. “Se eu chegar numa consulta e encontrar um médico com cara de acabado ou num escritório de advocacia e o advogado mal vestido vou embora”, comparou, antes de encerrar a conta no Facebook.

#SAIBAMAIS# Após a polêmica que gerou nas redes sociais, Micheline Borges disse que foi mal interpretada. Ela garante que não é preconceituosa e que não teve intenção de causar problemas.

“Não agi, de forma nenhuma, com preconceito. Só acho que a aparência conta, sim. Que é algo importante”, disse a jornalista. Devido à repercussão negativa, Micheline Borges decidiu que vai permanecer longe das redes sociais. “Vou deixar do jeito que está (sem redes sociais) porque as pessoas não aceitam o contraditório. Você não tem o direito de expressar a sua opinião, que logo vêm as críticas”, resumiu.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas