O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde) divulgou uma nota no início da noite desta quarta-feira (21) em resposta à nota em que o Governo do Estado repudia a ocupação em frente à residência oficial. De acordo com o texto, os grevistas estão no local para exigir a reabertura das negociações com o governo.
Os servidores da Saúde estão em greve desde o dia 1º de agosto e, durante ato unificado com os trabalhadores da Educação, resolveram permanecer em frente à residência. No local foram instalados dois banheiros químicos e uma barraca de apoio para os grevistas que estão no local sem previsão de saída.
Confira a nota na íntegra:
Porque estamos em frente à casa de Rosalba
Os servidores da saúde decidiram fazer uma ocupação em frente à residência da governadora Rosalba Ciarlini. Após um ato conjunto com os professores estaduais, que também estão em greve, os servidores decidiram permanecer no local, para exigir a reabertura das negociações com o governo.
#SAIBAMAIS#Assim como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a governadora divulgou uma nota na qual insiste em afirmar que o governo está aberto a negociações e classifica o movimento de intimidatório, como um “ataque pessoal”. Não por coincidência, os dois são os governadores mais repudiados do Brasil.
A verdade é que o protesto e a ocupação ocorrem justamente porque o governo Rosalba tem se recusado a negociar com os servidores em greve e tem tentado intimidar os grevistas, através do corte do ponto.
Nestes 21 dias de greve, fomos recebidos apenas uma vez pela Comissão Permanente de Negociação, na qual faz parte a Secretaria de Administração, e que tem poder de decisão sobre os principais pontos da nossa pauta. Após esta única reunião, o governo suspendeu as negociações, que só continuariam com o fim da greve.
O sindicato chegou a enviar uma contraproposta, com cinco pontos, mas o governo não se comprometeu sequer com esta pauta de emergência. Na segunda-feira, 19, enviamos novo ofício, solicitando a reabertura das negociações, para o qual não tivemos resposta.
Em vez de negociar, o governo tem, de forma inconsequente, reprimido a greve, pressionando as direções a entregarem a lista dos grevistas. A ponto de as chefias do Walfredo Gurgel, na tarde de hoje, se recusarem a entregar estas listas. Ao ameaçar com corte de ponto e com o pedido de ilegalidade da greve, Rosalba pratica um assédio moral coletivo, para coagir e forçar os servidores a não aderirem ao movimento. Nada mais intimidatório e intolerante do que isso.
Os servidores apelam ao bom senso da governadora. Reabra as negociações e atenda aos cinco pontos de nossa contraproposta. É o que esperam os servidores e os usuários do SUS, que sofrem não apenas em período de greve, mas todos os dias do ano.
Nossa luta é pela saúde pública e gratuita, para acabar com o caos e a falta de condições de trabalho. Não se pode pedir mais paciência a quem trabalha em hospitais com corredores lotados de pacientes, sem os medicamentos básicos, e ainda tem o ponto cortado simplesmente por estar lutando por seus direitos. O que os protestos de junho mostraram é que os governantes só agem diante da pressão do povo. Por isso, o Sindsaúde-RN permanecerá em frente à casa da governadora.
Natal, 21 de agosto de 2013
Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte
Filiado à CSP-Conlutas
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