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Sinfônica esclarece motivos de ter aderido à greve

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A greve dos servidores da Fundação José Augusto, contextualizada com a paralisação de funcionários de outros setores do Governo Estadual como professores e policiais civis, traz à tona um problema que há tempos se arrasta pelos corredores da instituição responsável pelos rumos das políticas culturais no RN: a precária situação em que a Orquestra Sinfônica se encontra. Prova disso são as instalações nada adequadas onde são realizados os ensaios, local que reflete o descaso histórico com o segmento cultural. A Orquestra está há mais de dois anos parada e o retorno estava marcado para o final do mês de maio passado.
Equipamentos para os ensaios, como cadeiras e estantes estão quebradas ou descascadas
Na tarde de ontem, diante da falta de informações precisas sobre a greve dos músicos que atuam na OSRN, o vice-presidente do Sindicato dos Músicos do RN, o baixista Paulo Sarkis, ibformou que  “a Orquestra Sinfônica do RN aderiu ao movimento de paralisação dos funcionários da FJA por entender que o Governo do Estado não tem negociado absolutamente nada no sentido da implantação do plano de cargos e salários da entidade”, afirma.

Para Sarkis, os músicos reconhecem “os esforços da atual gestão da Fundação em recuperar os investimentos mínimos para que a OSRN voltasse a funcionar e realizar concertos”, mas ressalta que “apesar dos esforços, as condições estruturais de nossa sala de ensaios ainda são muito ruins”. No relato, Paulo informa que a sede da Orquestra não possui computador, armários nem pastas para guardar partituras. “Nossa sala também não possui refrigeração e iluminação adequadas, banheiros decentes, cadeiras e estantes, uniformes. Está tudo sucateado, com infiltração no teto e paredes, mas mesmo assim estávamos em ritmo intenso de ensaios com o espírito enriquecido pelo retorno aos palcos”, garante.

O vice-presidente do Sindimusi-RN lamenta o que vem sendo divulgado na imprensa e na página eletrônica oficial do Governo: “Notas escritas revelam os salários dos músicos da OSRN como sendo de R$ 3 mil, o que não corresponde com a realidade”, disse Sarkis, que enviou cópia de contracheque de um músico com cinco anos de trabalho onde consta o salário de R$ 1.561,34 mais R$ 600 para manutenção do instrumento. “Os profissionais dessa área possuem instrumentos próprios, isto é, o Estado não fornece nem o instrumento”, analisa. “Alguns músicos com mais de 20 anos de serviços ganham na faixa de R$ 2,5 mil, já incluindo o valor para manutenção do instrumentos”, garante.

De acordo com o documento do Sindimusi-RN, “o governo já fala em não reconhecer a legalidade dos planos de cargos e salários, usa a questionável lei de responsabilidade fiscal para não cumprir as duas parcelas restantes. O plano da FJA foi criado dentro da lei, aprovado na Assembleia Legislativa sob o número 419/2010”.

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