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Skina: uma web rádio em via pública

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Vinícius Menna – repórter

Quando se vê alguém circulando na rua em uma bicicleta com alto-falantes, a primeira ideia que vem à cabeça é que esse aparato é para a venda de discos piratas. Mas usando uma estrutura bem parecida somada a um smartphone, um grupo do Rio de Janeiro desenvolveu a Rádio Skina, projeto de web rádio que tem a proposta de transmitir em via pública, com bicicletas, a produção artística local e do país. Agora, os idealizadores querem trazer a rádio para cá: o projeto desembarca em Natal no próximo dia 23.
Equipamento da Rádio Skina já circula pelas ruas do Rio de Janeiro e de outras 47 cidades
A equipe da Rádio Skina chega na capital potiguar na próxima semana, entre os dias 14 e 15 de janeiro. A partir do dia 16, quatro bicicletas devem chegar à cidade e, de acordo com Paulo Eduardo Vasconcelos, que coordena o projeto, a ideia é fazer uma apresentação da rádio em algum ponto de grande circulação, como uma praça ou o entorno de algum shopping, o que ainda será definido. Outras duas bicicletas deverão ser enviadas posteriormente.

“A partir daí vamos começar as tratativas com a população local, para atrair pessoas que vão estar conosco nesse trabalho”, explica Paulo Vasconcelos. Iniciado em 2013, o projeto já tem 81conjuntos de bicicleta e caixa amplificada espalhados em 47 cidades brasileiras. O Rio Grande do Norte será o oitavo a receber a Rádio Skina, que já está no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Paraná e Espírito Santo.
#SAIBAMAIS#
Cada equipamento custa em torno de R$ 1.600. Paulo Vasconcelos garante que a bicicleta com caixa amplificada respeita os limites de sonorização impostos pela legislação ambiental vigente. O limite aceito depende da localização. Em área residencial, o máximo permitido é de 50 decibéis (dB) no período diurno e 45 dB à noite. Já no perímetro comercial, o limite é de 60 dB, em qualquer período. “A Rádio Skina respeita o ouvinte e tem um volume que está dentro dos limites da legislação”, afirma.

A programação é montada pelo grupo da Rádio Skina, no Rio de Janeiro, mas Paulo assegura que são feitas adaptações à realidade local. Depois de prontos, os programas são transmitidos via internet. Os smartphones entram no aparato como receptores da rádio.

“O operador da bicicleta sempre fica com um pendrive ou cartão de memória para não ficar sem programação no caso de falha da internet 3G, que é um problema comum. Não temos programa ao vivo porque nossa prioridade é o fortalecimento da cultura local”, diz o coordenador.

A música vem acompanhada de comerciais, os chamados spots, que é a principal forma de bancar os custos do projeto. “Fazemos preço popular. No Rio de Janeiro, nossos clientes são padarias, mercearias, pizzarias, restaurantes, o pequeno comerciante, que está pagando entre R$ 50 e R$ 180 para ter 10 spots por dia veiculados durante um mês. São aproximadamente 300 spots por mês”, conta.

O operador da bicicleta percorre um itinerário montado a partir do comércio que investe no sistema de spots. “Mas nós não somos uma rádio comercial, não temos vendedores, e sim colaboradores, um no período da manhã e outro à tarde. No Rio de Janeiro, pagamos entre R$ 1.100 e R$ 1.200, em são Paulo também. Em Natal, a progressão é de que seja pago cerca de R$ 1 mil”, diz Paulo Vasconcelos, ressaltando que o contratado é com carteira assinada.

Para encontrar quem opere a bicicleta, o grupo da Rádio Skina costuma buscar colaboradores em academias, já que parte do trabalho envolve percorrer um itinerário carregando uma caixa amplificada.

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