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Taleban invade escola e mata 141

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Peshawar (DW) – O mais sangrento ataque terrorista da história do Paquistão deixou 141 mortos, entre eles 132 crianças e adolescentes, e causou comoção e consternação em vários países ontem. O atentado foi executado pelo Taleban paquistanês numa escola militar em Peshawar, no noroeste do país. Segundo as Forças Armadas, há ainda 124 feridos, sendo 121 crianças ou adolescentes. O ataque contra a escola durou cerca de oito horas e foi encerrado com uma operação militar que resultou na morte dos sete terroristas do Taleban que o executaram. Segundo um porta-voz do Exército, os terroristas começaram a disparar de modo aleatório logo que entraram na escola e não tinham qualquer intenção de fazer reféns. Além de estarem armados, eles estariam vestindo coletes com explosivos.
Vítima de ataque do Movimento dos Talebans do Paquistão, adolescente recebe atendimento médico em hospital de Peshawar
O Thereek-e-Taliban Pakistan (TTP, ou Movimento dos Talebans do Paquistão) assumiu a autoria do atentado e declarou tê-lo executado em represália à operação militar lançada em junho e ainda em andamento contra seus esconderijos e os dos aliados da Al Qaeda no Waziristão do Norte, zona tribal no noroeste junto à fronteira afegã. “Este ataque é uma resposta à contínua ofensiva militar de Zarb-e-Azb, à morte de combatentes Talebans e à perseguição de suas famílias”, afirmou Muhammad Khorasani, porta-voz do grupo, à agência de notícias AFP.

O Tehreek-e-Taliban Pakistan é o maior grupo extremista do Paquistão e o mesmo que tentou assassinar a jovem Malala Yousafzai. Formado em 2007, o movimento reúne uma série de grupos extremistas das zonas tribais do noroeste do Paquistão, junto à fronteira com o Afeganistão, e trava uma “guerra santa” contra o governo de Islamabad pela aliança que forjou com os Estados Unidos para combater o terrorismo na região.

Segundo o porta-voz das Forças Armadas, a intenção dos terroristas era aterrorizar e matar. Aparentemente não havia o objetivo de fazer reféns para futuras negociações. Testemunhas relataram que os terroristas passaram de sala em sala, atirando contra tudo o que viam.

Um adolescente de 16 anos que sobreviveu ao ataque disse que ele e alguns colegas se esconderam embaixo das mesas quando quatro atiradores entraram na sala de aula. “Eu vi um par de botas grandes e pretas vindo na minha direção, o cara provavelmente estava procurando estudantes escondidos embaixo dos bancos”, relatou o garoto à agência de notícias AFP, já no hospital.

Ele contou que decidiu se fazer de morto e mesmo assim foi alvejado em ambas as pernas. Para conter os gritos de dor, mordeu a gravata. “O homem das botas grandes continuou procurando por estudantes e disparando balas nos corpos deles. Eu fiquei deitado, o mais quieto que eu podia, e fechei meus olhos, esperando para levar mais um tiro.” “Meu corpo tremia. Eu vi a morte de perto, e nunca vou esquecer aquelas botas pretas se aproximando de mim. Parecia que era a morte se aproximando.” Havia cerca de 500 estudantes na escola quando o ataque ocorreu.

Comunidade internacional condena ataque
O massacre foi condenado pelas Nações Unidas e diversos países, entre eles os Estados Unidos, o Brasil e Alemanha. “Os Estados Unidos condenam com veemência esse ataque hediondo”, afirmou o presidente Barack Obama, em comunicado, no qual também reiterou o compromisso de Washington na luta contra o terrorismo e o extremismo. Ao atacar estudantes e professores, “os terroristas mostraram uma vez mais a sua perversão”, acrescentou.

Em Londres, o ministro do Exterior do Reino Unido, Philip Hammond, também expressou o apoio do país ao governo paquistanês, qualificando o ataque como “atroz”. O chefe da diplomacia britânica declarou estar “horrorizado” com o ataque, lamentando a “trágica perda de vidas”.

“Nada pode justificar um ataque atroz como este contra crianças que vão à escola”, disse Hammond, em comunicado, acrescentando que Londres trabalha “ombro a ombro com o governo e o povo do Paquistão na luta contra o terrorismo e o extremismo”.

O  secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou o ataque, afirmando que a ação  foi “um ato hediondo e covarde” cometido contra “crianças indefesas”. O Governo brasileiro também condenou com veemência o atentado. “Neste momento de pesar e consternação, o povo e o governo brasileiros manifestam  solidariedade ao Governo do Paquistão e às famílias enlutadas. O Brasil reitera, igualmente, repúdio à violência e condenação categórica de atos terroristas, independentemente de suas motivações,” afirma nota do Itamaraty.

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