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Teatro para durar

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Yuno Silva – Repórter

O superlativo Auto do Natal sai de cena e abre caminho para duas montagens inéditas: “O Milagre da Fé” e “Natal: Encruzilhada do Mundo”. Mais enxutos e contextualizados com a cena teatral natalense, os projetos foram selecionados através do edital público “Natal em Cena” e irão ilustrar os festejos de fim de ano com apresentações nas zonas Sul e Norte da cidade. Diferente de anos anteriores, quando o pacote direção-dramaturgia-e-perfil-da-encenação era entregue praticamente fechado pela Prefeitura, este ano tudo será compartilhado, tendo artistas e técnicos envolvidos como protagonistas de todas as etapas.
Clotilde Tavares e Henrique Fontes voltam a trabalhar juntos na montagem que contará uma história universal de forma diferente
#SAIBAMAIS#“O Milagre da Fé” traz dramaturgia de Clotilde Tavares e direção de Henrique Fontes; enquanto “Natal: Encruzilhada do Mundo” tem direção de Luiz Fernando Marques (o Lubi, do Grupo XIX/SP) e texto de Luana Menezes, da Bololô Cia Cênica. Coincidentemente o tom adotado por ambos é o da construção coletiva, da dramaturgia às soluções cênicas.

O resultado foi divulgado ontem pela Fundação Capitania das Artes, que decidiu pelo novo formato após série de encontros com artistas do segmento. O edital contempla duas temáticas definidas – “Natal e a Religião” e “Natal, sua história, seus bairros, sua gente” – e atende reivindicações antigas como formação artística e qualificação técnica. Cada espetáculo terá um aporte financeiro de R$ 250 mil para viabilizar seis apresentações: três na Praça da Árvore, em Mirassol, e outras três no ginásio Nélio Dias, zona Norte de Natal.

“O formato dos Autos, enquanto mega espetáculos, é uma característica vista em várias capitais do Nordeste, e Natal tem a grande oportunidade de reinventar esse formato. Sei que vamos enfrentar um paradigma que já existe junto ao público, dentro da Prefeitura e da própria Capitania, mas estamos confiantes. Acredito que temos possibilidades de um resultado positivo e inovador”, pontuou Fernando Yamamoto, diretor do Departamento de Programas, Projetos e Eventos da Funcarte.

Yamamoto, que coordenou  o processo do “Natal em Cena” e participou da comissão responsável pela análise dos projetos, lembra dos critérios básicos solicitados no edital: “Buscamos a qualidade artística e o ineditismo, considerando a relação social e o potencial pedagógico de cada proposta. A partir desses critérios fizemos uma análise técnica, e chegamos ao melhor resultado possível dentre os inscritos”.

Ele ressalta que de um lado há a presença de uma equipe local experiente (Clotilde e Henrique) que pretende contar a história do nascimento de Jesus de uma forma inovadora; já do outro destaque para a proposta ousada, associada a um nome reconhecido (Lubi). “São processos de natureza bem diferentes, mas vamos tentar estabelecer uma relação de diálogo e intercâmbio entre eles ao longo do processo”, avisa Fernando Yamamoto. O diretor de Programas, Projetos e Eventos da Funcarte informou que “nas próximas semanas” o resultado de todas as avaliações estarão disponíveis aos proponentes.

Dácio Galvão, presidente da Funcarte, reforça que o “Natal em Cena” exercita a prática de um formato mais democrático. “Estou na expectativa, e espero que esse modelo possa, de fato, contribuir com a cena teatral da cidade – afinal estamos atendendo uma reivindicação do próprio segmento. Será um auto-experimento generalizado, que irá quebrar com certa tradição”. Dácio também adiantou que a programação prevista de shows no fim do ano será reduzida, enfatizando que a chegada até a zona Norte é “justa e necessária”.

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