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Testemunhas do homicídio de agente penitenciário depõem no interior

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Andrey Ricardo – Do Jornal de Fato

Os dois amigos do agente penitenciário federal Iverildo Antônio da Silva, morto em uma operação policial na cidade de Campo Grande, prestaram depoimento na terça-feira passada e confirmaram parcialmente a versão dada pelos policiais da cidade. As duas testemunhas confirmaram que o agente penitenciário sacou sua pistola e apontou em direção a um dos militares. As dúvidas sobre as circunstâncias da operação serão esclarecidas durante reprodução simulada, que deve ocorrer na próxima quarta-feira.

De acordo com o delegado Getúlio Medeiros, que preside as investigações, os dois amigos do agente penitenciário – nomes preservados pela Polícia – confirmaram praticamente tudo que havia sido falado pelos três policiais militares que estavam na ocorrência e outras três testemunhas que presenciaram a operação policial. “Bateu com praticamente tudo que já havia sido colhido até agora. Houve apenas algumas divergências que deverão ser esclarecidas no fim da investigação”, resumiu o delegado, referindo-se ao momento crítico da operação, quando o agente penitenciário federal foi baleado.

#SAIBAMAIS#Segundo os policiais, o agente penitenciário sacou sua arma e apontou em direção a eles e todos atiraram durante a troca de tiros. Entretanto, na versão dos dois amigos do agente, apenas o soldado Soares teria atirado, enquanto os outros dois, tenente Costa Silva, comandante do Pelotão de Campo Grande, e o soldado Felipe, teriam se esquivado.

Para o delegado Getúlio Medeiros, a distorção nesse ponto da narrativa pode ter sido uma tentativa dos militares (que não atiraram) de serem solidários com o colega (que atirou). “Os PMs podem ter combinado de afirmar que todos atiraram”, diz.

“Vão querer ajudar o amigo e acabam atrapalhando, obstruindo a investigação. Isso é muito infantil, porque a perícia vai detectar tudo, vai dizer quem atirou e quem não atirou. Em vez de ajudar, às vezes pode até atrapalhar o colega”, acrescenta Getúlio Medeiros, que espera esclarecer todas essas questões a partir do resultado de exames periciais feitos pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró, além da reprodução simulada, que deve acontecer na próxima quarta-feira, em Campo Grande. Lembrando que os dois policiais que disseram não ter atirado, podem ser punidos por isso.

Por enquanto, todos os elementos contidos na investigação apontam para um desentendimento entre o agente penitenciário e soldado Soares, que fez a abordagem inicial ao lado do soldado Felipe. Soares e Iverildo teriam discutido sobre a utilização de um som automotivo.

Os dois militares saíram do local, chamaram o comandante, tenente Costa Silva, e foram novamente à procura do agente penitenciário. Foi justamente nessa hora que Iverildo e Soares sacaram suas armas. Por enquanto, a Polícia ainda não sabe quem sacou a arma ou quem atirou primeiro nem se a vítima atirou mesmo.

Operação será reconstituída

A operação policial realizada na madrugada de sábado passado, 23, em Campo Grande, cidade distante 80km de Mossoró, será reconstituída com base nos depoimentos e provas periciais na próxima quarta-feira, 3, no mesmo horário que aconteceu. A reprodução simulada, como é chamada cientificamente, seria feita ontem, mas foi adiada por falta de estrutura do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró e alguns entraves burocráticos.

A reconstituição será feita por peritos do Itep de Mossoró e peritos da Polícia Federal, que foi acionada para auxiliar nas investigações e tem acompanhado todos os procedimentos feitos pela Polícia Civil.

Além da PF, o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) também está acompanhando as investigações. O Depen é subordinado ao Ministério da Justiça e é responsável pela gestão das cinco penitenciárias federais do Brasil.

A reconstituição servirá, segundo Getúlio, para esclarecer inúmeras dúvidas que vêm surgindo no decorrer das investigações. A família do agente defende que ele foi morto com um tiro pelas costas e que não teria atirado nos policiais, diferentemente do que consta em todos os depoimentos colhidos até o momento pela Polícia Civil.

“As versões não mostram isso (dito pela família).

Pelas informações de todos os presentes e a simulação inicial que fizemos, no dia do episódio, somado ao que falaram os dois amigos que estavam presentes, não deixam dúvidas de que esse tiro pelas costas não existiu”, destaca o delegado, que espera fazer a reprodução simulada na quarta-feira.

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