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Transporte urbano pode ficar mais caro em Natal

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Sílvia Ribeiro Dantas – repórter

Os natalenses podem ter que pagar mais pelas tarifas de taxis e ônibus. Representantes das duas categorias formalizaram pedidos de reajustes junto à Prefeitura do Natal, alegando perdas referentes à inflação, que teria elevado custos com diversos insumos. Caso sejam aprovados pela administração municipal, os aumentos de 12% para os taxis e de 15% na passagem de ônibus poderão fazer com que o usuário passe a desembolsar R$ 4,34 pela bandeirada do primeiro e R$ 2,30 para utilizar o segundo.

Preço da bandeirada pode subir, mas nem os taxistas concordamA Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) afirma que uma decisão acerca dos pedidos só será possível após uma avaliação dos técnicos da secretaria, que irão considerar índices oficiais de inflação, indicadores específicos de produtos utilizados por cada atividade, bem como fazer um comparativo com o que é cobrado pelos serviços em outras capitais brasileiras. Entretanto, o órgão garante que ainda não é possível estimar uma data para que os aumentos passem a vigorar.

Em relação ao pedido dos representantes dos taxistas, o secretário de Mobilidade Urbana da capital, Marco Antônio Silva, conta que o sindicato e a cooperativa entraram com uma solicitação na última semana de dezembro e o pedido está sendo analisado. Há dois anos rodando com as mesmas tarifas, os motoristas sugerem que o reajuste leve em consideração a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a dezembro de 2010, que deve ficar em torno de 6%. “Mas é preciso considerar os insumos essenciais para a categoria, como preço de combustíveis e peças mais comuns de reposição”, destaca Silva.

De acordo com o secretário, não é possível informar uma data para que seja tomada a decisão acerca do reajuste, nem quando ele poderia entrar em vigor. “Não temos como prever uma data para que o reajuste passe a valer, já que nem sabemos se ele será aprovado pela secretaria. Podemos concluir que ele não é necessário neste momento”, afirma.

Taxistas

Para a Cooperativa dos Proprietários de Táxis de Natal (Cooptaxi), entidade que reúne 900 profissionais, o reajuste é imprescindível. “Desde junho de 2009 que a tarifa é a mesma, enquanto o salário mínimo, o preço do combustível e o custo de manutenção dos veículos subiram. Houve um aumento de toda a máquina econômica durante esse tempo”, avalia o presidente da Cooptaxi, Genário Torres.

Já entre os profissionais que estavam nas ruas durante a tarde de ontem, a tarifa mais alta poderá não trazer benefícios. É o que garante o taxista Iomar Gurgel, dizendo que a mudança poderá afastar muitos clientes. “Até a população se acostumar e voltar a utilizar nossos serviços, leva um tempo. Sempre que há aumento é assim”, lembra.

Além disso, Gurgel teme um efeito nas taxas cobradas pelo poder público, por serviços como a mão de obra no momento de ajustar os taxímetros aos novos valores. “Teremos que ir no Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ), para que eles regulem e lacrem os taxímetros e as taxas cobradas também devem aumentar. Na última vez, pagamos em torno de R$ 200”, diz.

Tarifas de ônibus estão sob análise

O secretário Marco Antônio Silva afirma que também está sendo pleiteado o aumento na tarifa dos ônibus que rodam na capital potiguar. De acordo com ele, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal (Seturn) pretende que a passagem seja fixada em um valor em torno de R$ 2,30.

Assim como a posição em relação ao pedido dos taxistas, Silva garante que o pleito do Seturn está passando por uma análise e a expectativa do órgão é de que uma decisão será tomada ainda durante esta semana. “Esse estudo é complexo, mas fazemos questão de analisar as mais diversas variáveis, para atender a toda a população. Na verdade, quem faz a tarifa subir, ou não, é o mercado”, diz.

Ele explica ser necessária uma análise cuidadosa, para que a Semob tenha fundamentação para se posicionar de forma clara junto aos natalenses. “Sabemos que o valor não pode ficar baixo demais, a ponto de não dar retorno para os empresários, nem alto demais, chegando a penalizar os usuários”.

O aumento nas passagens de ônibus da capital havia sido anunciado no início de novembro de 2010, pelo então titular da Semob, Renato Fernandes. Na ocasião, ele informou que o reajuste estava previsto em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Executivo e empresários em 2007, tendo sido combinado entre as partes para ocorrer após o período eleitoral. Mas a prefeita Micarla de Sousa, desmentiu o reajuste e exonerou Fernandes do cargo.

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