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Três suspeitos de integrar quadrilha estão presos

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A manhã de ontem foi muito movimentada na cidade que na tarde de quarta-feira (18), mais parecia um filme de faroeste.  Vários policiais militares permaneciam em Monte Alegre. Uma viatura do Grupo Tático de Operações (GTO) foi enviada para o local. Mas a população estava revoltada com a ausência de policiamento na região. Por sorte durante o tiroteio nenhuma bala perdida atingiu as pessoas que estavam na rua. 

A quadrilha de assaltantes tentou assaltar um carro-forte em Monte Alegre na quarta-feiraO problema de insegurança é  tão sério que Monte Alegre possui cerca de 25 mil habitantes e até terça-feira (17) um dia antes da tentativa de assalto, havia somente dois policiais militares para atender toda a sociedade, ou seja, um PM para cada 12 mil e 500 moradores. Diante dos números, a cidade se tornou um alvo fácil para os bandidos.

Dos seis homens que invadiram o município para roubar o carro-forte três estão presos. São eles: Zaqueu Ramos da Silva, Ivanaldo Domingos da Silva (presos na comunidade de Maribu, em São Gonçalo do Amarante) e Erivan Pereira de Souza (detido em Mamanguape no Estado da Paraíba). A polícia já sabe que todos os membros da quadrilha são paraibanos. Os foragidos foram identificados, mas para não atrapalhar as investigações os nomes não foram divulgados.

Há cerca de dois meses uma quadrilha assaltou, em plena luz do dia, a agência do Banco do Brasil da cidade. Há informações que o bando que assaltou a agência naquela época é o mesmo que tentou roubar o carro-forte que iria abastecer o Banco do Brasil, na quarta-feira passada.

Ontem a população ainda se aglomerava no centro da cidade para comentar a trágica invasão dos assaltantes à cidade. Biro Rosa, 63 afirmou que Monte Alegre está “entregue às baratas”. “Aqui quem manda agora é bandido”.

Everaldo Nascimento, 39, disse que após ter sido retirado o posto da Polícia Rodoviária Federal na BR 101 (nas proximidades da estrada que dá acesso à Monte Alegre) a insegurança ficou ainda maior.

Everaldo Guedes, 60, é mais enfático: O morador acredita que com dois policiais fazendo a ronda na cidade não haverá melhora e que os assaltantes irão voltar outras vezes.      

O soldado J. Gomes, um dos três reféns dos bandidos que aterrorizaram Monte Alegre, na quarta-feira, após ter sido liberado pelos assaltantes passou mal e foi encaminhado para o Hospital Maternidade Lavosier Maia. Ele estava com a pressão em 15/11 (alta). O soldado  conversou com a reportagem da Tribuna do Norte e contou detalhes de como tudo aconteceu.

Quadrilha é acusada de 40 assaltos

A quadrilha que tentou roubar o carro forte que estava chegando à cidade de Monte Alegre, a 34 quilômetros de Natal, na tarde de quarta-feira, não é desconhecida da Polícia Civil do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Segundo o delegado-geral potiguar, Elias Nobre, o bando, no interior paraibano, é suspeito de participação em mais de 40 assaltos. No RN, a Polícia Civil já colheu informações suficientes para ligar, pelo menos alguns dos integrantes da quadrilha já identificados, ao assalto às agências do Banco do Brasil de Martins e de Umarizal, registrados os dois, no dia 19 de julho.

As agências do BB, cidades situadas na região Serrana do Estado, foram explodidas durante a madrugada. Os bandidos foram primeiro a Umarizal e depois Martins, de onde fugiram levando o dinheiro de apenas dois caixas eletrônicos – um de cada cidade. A suspeita é que a quadrilha seja a mesma que vinha agindo na Paraíba, onde ocorreram mais de 40 assaltos e alguns deles com a utilização de explosivos. Até agora, ninguém foi capturado.

Pouco mais de um mês depois, possivelmente a mesma quadrilha, já que utilizou o mesmo “modus operandi” (a explosão dos caixas eletrônicos), teria invadido outras duas agências bancárias do interior paraibano em um intervalo inferior a 24 horas. Porém, desta vez, os bandidos não conseguiram levar o dinheiro e fugiram. Os crimes ocorreram nas cidades de São Vicente do Seridó e Boa Vista, ambas na região Agreste da Paraíba.

“É uma quadrilha bem organizada e articulada e já estávamos investigando esses assaltos, baseados em informações da Polícia Civil da Paraíba”, comentou o delegado-geral, Elias Nobre. Os três bandidos presos até o momento, inclusive, já são foragidos da Justiça por envolvimento em assaltos. A Polícia Civil segue, com o auxílio da Polícia Militar, fazendo a procura no matagal da região de outros suspeitos.

Bate-papo

» J. Gomes – soldado feito refém

Como foi a abordagem dos  bandidos?

Foi uma surpresa. De repente eles chegaram e começaram a atirar. Tinha um deles que estava com quatro pistolas, uma na mão direita, outra na esquerda e duas na cintura. Ele atirava com as duas mãos. Ainda vi homens com espingarda calibre 12 no ombro. Em 20 anos de profissão, nunca tinha visto aquilo na minha vida. Soubemos que os veículos: Celta preto e um Tempra estavam dando apoio ao bando.

Qual foi sua reação?

Eu não reagi. Me deitei no chão. Mandaram que a gente entregasse as armas. Pedi para que o sargento (Nascimento) entregasse o armamento.

Foram muitos tiros?

Sim, foram muitos disparos  “no pé do ouvido”. Fiquei desesperado.

O que eles disseram para o senhor?

Um deles dizia que não queria a gente. Só o banco (a agência do Banco do Brasil).

Decidiram na hora levar vocês como reféns? Algo deu errado no planejamento dos bandidos?

Não sei. Eram seis homens, três deles entraram na viatura da PM e nos levaram juntos. Os outros três fugiram para outro lado. Não sei se estavam a pé.

Dentro da viatura eles diziam o quê?

Que queriam fugir. Pedimos que eles não nos fizessem mal. O sargento estava baleado com um tiro na perna e sangrava muito. Nós (PMs) estávamos muito preocupados com o sargento.

Em que momento eles liberaram vocês?

Quando chegamos em uma estrada de terra. Deixaram a gente e fugiram.

Que experiência o senhor tirou da ação dos bandidos?

Que realmente é melhor não reagir em casos como o que fui vítima.

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