Marcos Lopes
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Tudo pronto para o clássico deste sábado decidindo o Estadual. Toda a logística da decisão está pronta, desde a venda de ingressos, divisão de espaços no estádio, segurança, arbitragem FIFA e exame antidoping, tudo pronto, e agora é contagem regressiva para a bola rolar entre ABC x América que entram em campo com o mesmo objetivo, mas em situações opostas. Enquanto os donos da casa lutam para sair de uma incômoda fila de espera pela conquista de um título, os visitantes trabalham pelo tri-campeonato.
Maturidade
A diretoria do ABC mostrou maturidade na condução da estruturação do clássico, principalmente no aspecto dos ingressos que gerou tanta polêmica no primeiro jogo. Já no inicio da semana disponibilizou o percentual de ingressos para o América, respeitando o local que tradicionalmente a torcida rubra ocupa no Frasqueirão. A forma como a diretoria do ABC conduziu o jogo de amanhã em relação ao torcedor do América, foi decisiva para manter o clima de tranquilidade ao longo da semana.
Tem favorito?
Eu entendo que clássico, apesar de todas as nuances tem favorito sim. É o time que vive um melhor momento, que tem mais qualidade técnica, que tem uma estrutura tática mais consistente, que fez um campeonato melhor, que em síntese é melhor e mais equilibrado. Mas qual dos dois, ABC e América, se enquadram na condição de favorito? Os dois chegaram na final da competição, vindo de situações de desequilíbrio, de oscilações e sem convencer. Nenhum dos dois times transmite confiança, e não vejo favorito. O que talvez possa ser apontado como um ponto positivo para o ABC foi a forma como o time de Geninho conseguiu empatar o jogo da Arena, mas convenhamos que é muito pouco.
América na frente
Valendo as finais do Campeonato Estadual, já são cinco jogos que o América não perde para o ABC. Segundo dados do pesquisador Marcos Trindade, a última derrota em decisão foi aquele 5 a 2 de 2007. Na decisão de 2012, o alvirrubro venceu as duas partida. Em 2015, venceu uma e empatou outra, e agora empatou o primeiro jogo domingo passado na Arena das Dunas.
Apito em boas mãos
Só dá para avaliar em tese, e em tese, antes da bola rolar, digo que a arbitragem para a final do Estadual está bem entregue. Héber Roberto Lopes, o árbitro que mais apitou em Brasileiros, assistente Guilherme Dias Camilo, escolhido o melhor assistente do Brasileiro do ano passado, e Neusa Inês Back, que foi escolhida para trabalhar nas Olimpíadas. Três árbitros FIFA, com muita experiência. Pode dar errado? Pode, mas a tendência é que façam uma grande arbitragem no Frasqueirão.
Defesa e ataque
São os setores que preocupam os treinadores de ABC e América. Geninho, espera pela garantia da liberação – deve ser liberado – do zagueiro Léo Fortunato para que possa voltar com a formação original da zaga, com Gustavo Bastos. No América, Moura, sabe que não vai contar com os atacantes Lúcio Curió e Rômulo, e vai de Luiz Eduardo que não joga já faz algum tempo. Defesa de um, ataque de outro, incomodam os treinadores e preocupam torcedores.
Continua devendo O meia Lúcio Flávio, continua devendo ao torcedor alvinegro. Contratado para ser a estrela da companhia, o jogador de 37 anos, não conseguiu acertar no ABC. Maré anda tão baixa para o jogador, que nem a bola parada, uma das especialidades dele, funcionou até agora no time alvinegro.
Cresceram Echeverria e Jones Carioca, cresceram muito no time do ABC. Os dois começaram mal, principalmente Jones, mas ganhou condicionamento e hoje é absoluto no ataque ao lado do artilheiro Nando.
Não é loteria Estadual pode ser decidido nas cobranças de tiros livres diretos da marca do pênalti, e cobrança de pênalti não tem nada de loteria ou de sorte. Tem sim, muito de treino, aperfeiçoamento, estudo do goleiro adversário, trabalho. Competência é muito melhor que sorte.
11 horas é dose
A CBF divulgou a tabela detalhada da Série C, confirmando o clássico América x ABC na primeira rodada para domingo, dia 22, em um horário inconveniente para o futebol, sete da noite, mas o que de fato chamou atenção foi a novidade do horário das onze da manhã. O ABC vai fazer dois jogos neste horário, um em João Pessoa e outro em Natal, e o América, um na Arena das Dunas.
É diferente
O horário proposto pela CBF, onze horas, é muito diferente do horário adotado pela FNF em duas oportunidades neste Estadual, às nove da manhã. ´Não tem comparação. Começar um jogo de futebol no Nordeste, às onze horas da manhã, é sim um risco sério para a integridade física de jogadores e torcedores. É bem diferente do “jogo da família” da federação. No caso da Série C, a CBF não respeitou as diferenças regionais e climáticas. Dá para jogar no Sul e Sudeste, jamais no Norte e Nordeste.
