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Tudo valeu a pena

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Henrique Eduardo Alves
Presidente da empresa jornalística Tribuna do Norte

Chegamos aos 65 anos. Há cinco anos, falando sobre o 60º aniversário da TN, lembrei que o jornal que fazíamos, então, não era o mesmo que aquele dos anos 50, quando Aluízio Alves transformou um sonho que combinava jornalismo e política em uma realidade de papel e tinta de impressão, que pareceu frágil e hoje – não deixa dúvidas – é sólida, essencial, indispensável ao cotidiano do povo potiguar e às suas necessidades de pensar, acreditar e fazer uma vida e um estado melhores.

A Tribuna do Norte é um jornal sexagenário, mas com a alma, a garra e as feições de um jovem. Um jornal que conquistou o direito – por esforços dispendidos em muitas lutas políticas, ideológicas e também contra as pressões  econômicas com que tentaram sufocá-lo, no passado – de hoje ser considerado referência no mercado de comunicações potiguar. Mérito dos seus diretores, da sua redação, da sua equipe técnica, do pessoal da gráfica e setores administrativos. Mas, também, do público leitor, dos líderes políticos, da classe empresarial, da comunidade acadêmica em nossas universidades, da sociedade potiguar, como um todo, que soube reconhecer esse trabalho, compreendendo que não se entende o passado, não se vive o presente nem se planeja o futuro sem a contribuição de um jornalismo de qualidade, sério e responsável, isento de paixões facciosas.

São diretrizes fixadas na primeira edição, aquela que deveria ter circulado em 19 de março – dia de São José, padroeiro dos sertanejos – e que só foi às ruas no dia 24, após superados os percalços iniciais com uma rotoplana de segunda mão que teimou em não funcionar para a data de lançamento do jornal. Me ocorre, agora, que existiu e se manteve uma relação premonitória  entre o incidente que motivou o “adiamento” da data de lançamento e as linhas traçadas por Aluízio para a Tribuna do Norte. Em março de 1950, naqueles dias e noites de ansiedade e aflição, todo o noticiário da primeira edição precisou ser refeito a cada novo adiamento, mas o editorial “Nossos Rumos” permaneceu. Intocado e válido. Para 1950. Para hoje.

“Não surgimos por força de qualquer deliberação de partidos ou grupos políticos, com os quais não temos compromissos formais, senão os de acompanhá-los, ajudando aos melhores para que não se reduzam aos erros eventuais dos piores. Esta TRIBUNA foi uma iniciativa individual, mas, a ela se associaram, em generoso acolhimento, grandes correntes de opinião, a cujos ideais, por isso mesmo, não podemos ficar insensíveis, vinculados como estão aos problemas mais vitais do País e do Estado (…) Procuraremos, neste sentido, refletir com fidelidade os sentimentos populares, criticando o que nos parece criticável, apontando erros e exaltando acertos, sem paixões pessoais, sem objetivos subalternos,s em incondicionalismos facciosos ou estreitos”.   

Foram essas as diretrizes fixadas por Aluízio Alves; mantidas graças as bases construídas para a empresa através da gestão equilibrada e serena de José Gobat; polidas e testadas na verve jornalistica de Agnelo Alves; aperfeiçoadas e atualizadas pela administração de José Roberto, Ricardo Alves e Agnelo Filho, assim como pela sucessão de editores, repórteres, fotógrafos, diagramadores, revisores e tantos outros profissionais e colaboradores que passaram pela redação. A permanência válida dessas diretrizes  atesta que a passagem do tempo não afetará nem abalará nossos compromissos.

Hoje, com a informação online, as redes sociais, a pulverização da notícia e todas as outras possibilidades que se abrem ao mundo da comunicação, todas elas novas e desafiadoras, mais do que nunca são necessários o zelo e a orientação dos compromissos que assumimos com a democracia, a liberdade de pensamento, o apego aos fatos, a seriedade ao tratar com o público leitor e as fontes. Os resultados da TN Online – e me permitam lembrar: há poucos dias, com a cobertura da grave crise no sistema prisional do Estado, batemos o recorde de mais de 198 mil acessos únicos – comprovam que estamos no caminho certo.

65 anos, portanto, é mais um marco em nossa trajetória. Um marco que nos permite lembrar batalhas e conquistas passadas, sacrifícios e avanços, os que estavam conosco e já se foram, os que estão presentes. Lembrar, sobretudo, que tudo o que foi feito valeu a pena e que há muito mais a se fazer.

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