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Turistas vivenciam o dia a dia rural

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Conhecer, trocar experiências e vivenciar outras possibilidades dentro do turismo rural, essas foram as propostas das visitas técnicas promovidas pelo Sebrae do Rio Grande do Norte, ao elaborar os roteiros turísticos para os participantes da 11ª Ruraltur – Feira de Turismo Rural 2015, realizada entre os dias 26 e 29 de agosto. Um dos roteiros mais procurados pelo grupo formado por representantes de empresas ligadas ao turismo rural, do agronegócio e empreendedores individuais do turismo, de diferentes estados brasileiros, foi o Roteiro Seridó, com visitas aos municípios de Currais Novos e Acari.

Distante 186 km de Natal, capital do estado, o primeiro ponto de parada foi o Sítio Santa Izabel, no município de Currais Novos. Antes mesmo de entrar no município, já é possível ver uma característica bastante forte da Região Seridó, que é sua vegetação. Às margens da BR 226, principal via de acesso aos municípios que compõem o Seridó Potiguar, facilmente se percebe uma mudança na vegetação, a paisagem vai ficando acinzentada, e começam a surgir árvores que perdem suas folhas e secam para sobreviver aos longos períodos de estiagem, além de Algarobas, Cactos e Juazeiros, plantas típicas da caatinga.
Participantes do passeio se surpreenderam com a paisagem árida do Gargalheiras, que devido à seca deixa à mostra apenas rochas
No local, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o projeto Café com Prosa, onde foram recebidos pelos proprietários Francisco Alves Sobrinho e Maria Aparecida de Souza Alves, para tomar um café da manhã a base de iguarias regionais: Canjica, pamonha, queijos, bolos, frutas da estação, eram alguns dos itens encontrados na mesa farta. Todos os produtos são produzidos no sítio provenientes da agricultura familiar.

Além do café da manhã, os visitantes conheceram o rebanho e as formas de manejo com a criação, e se impressionaram com a forma que a família consegue manter a propriedade e dela tirar o sustento da casa, em meio a um ambiente tão árido. Chicão, como o proprietário é conhecido na região, explica que a maioria dos visitantes se espanta ao se deparar com o seu potencial produtivo no interior do estado, em um pequeno município com o clima tão quente e com a ausência de chuvas na maior parte do ano.
#SAIBAMAIS#
“As pessoas querem saber o que a gente faz para combater a seca, e não entendem como a gente sobrevive nesse ambiente tão árido. Mas, elas precisam saber que a gente não precisa combater a seca, mas aprender a conviver com ela. Ao contrário do que é mostrado na televisão e pelas autoridades, a nossa região não é miserável, a gente não sobrevive, a gente vive bem, com qualidade de vida, tirando desse solo o nosso sustento”, esclarece.

Para Chicão a proposta da Ruraltur, de promover a interiorização do turismo, é de grande importância, porque apresenta biomas únicos, nesse caso a Caatiga, para as pessoas e mostra que existem outras possibilidades, outros modelos de sucesso. O produtor rural explica que as portas de sua propriedade, de 25 hectares, estão abertas para grupos de empresários, universitários e estudantes interessados em conhecer e aprender um pouco mais sobre o seu trabalho e modo vida.

Um dos pontos que mais chamou a atenção do grupo foi à administração do rebanho, composto por 30 animais.

O produtor rural explica por seus recursos serem limitados, ele sempre limita o número de animais em 30 cabeças, para poder ter sempre como manter todos. E o negócio é totalmente auto sustentável, produzindo inclusive o alimento do rebanho.

“Anualmente, nascem de 10 a 12 animais, e para manter o rebanho ele vende os garrotes. Hoje temos 10 vacas, entre prenhas e paridas, que produzem aproximadamente 23 litros de leite por dia, uma média de 230 litros por mês. No ano chegamos a produzir 4,6 mil litros”, comenta.

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