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UFRN e Idema estão investigando a morte de 12 saguis

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Daísa Alves
Repórter

A causa da morte de 12 saguis no Parque das Dunas está sendo investigada por uma comissão científica ecológica. O primeiro caso ocorreu em 25 de fevereiro deste ano, e o último caso aconteceu na manhã de ontem. Segundo a diretora do Parque, Mary Sorage, desse número total, quatro foram encontrados mortos e os outros estavam doentes e vieram a morrer por seguinte.
Uma das linhas de investigação indica a possibilidade de contaminação por alimentação indevida.
Os saguis presentes no Parque são da espécie Callitrix Jacchus, únicos primatas da Região Metropolitana de Natal. Comumente eles são ágeis, brincalhões, se alimentam de frutas, seiva de árvores e pequenos insetos. O ciclo de vida natural de um sagui é por volta de dez anos, segundo Sorage.

Apesar da ocorrência de uma morte ser algo natural no ciclo ecológico, a estranheza nestes casos é o encontro dos corpos na área de uso público do Parque, o Bosque dos Namorados. “Nós sabemos que eles morrem, é algo natural, mas geralmente eles simplesmente somem, não se encontra o corpo”, disse Mary Sorage.

A partir do primeiro caso de encontro de um animal morto, já foi estabelecida uma equipe para estudo e examinação dos primatas. O grupo é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema), Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, e pelo Laboratório Central (Lacen).

Os sinais apresentados pelos animais são de quietude, apatia, fraqueza e olhos vermelhos. De todos os 12 animais foram expedidos exames laboratoriais para averiguar possíveis arboviroses. “A única informação preliminar é o resultado negativo para raiva”, relata.  Falta ainda o exame sobre a febre amarela –  foi enviado tecido dos animais ao Instituto Evandro Chagas em Belém, do Pará -, exame de toxoplasmose, e de sangue, para verificar a sorologia dos animais. Estes últimos serão analisados pela UFRN e Lacen.

São várias as linhas de investigação. “Pode ser por ocasião da alimentação indevida, quando visitantes oferecem pipoca, pirulito, e outros alimentos que podem prejudicá-los, ou até a presença de outros animais, como os gatos, que podem trazer doenças para os saguis”, comenta, acrescentando que a aproximação da zona urbana ao espaço de mata e o histórico das precipitações de chuvas estão sendo estudados pela equipe.

A gestora acredita que dentre 40 dias sairá o resultado de todos os exames, e o possível diagnóstico. Como medida imediata, a gestora disse que devem intensificar a orientação contra a alimentação inadequada dos animais. Não há perspectiva de fechamento ao público do local, até o momento. Em 2004, um acontecimento semelhante provocou a interdição do Parque das Dunas por três meses.

De fevereiro a agosto daquele ano, de 50 a 60 saguis apareceram mortos ou doentes. Os exames para averiguação de arbovírus foram negativos, e os casos não tiveram um diagnóstico conclusivo. Não se afirma ainda relação entre os casos de 2004 e deste ano. Mas não se descarta a possibilidade.

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