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Um caminho para o TAM

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Yuno Silva
Repórter

A indicação do jornalista, colunista social, apresentador de TV e artista plástico (não praticante) Toinho Silveira para conduzir a casa de espetáculos mais antiga e importante do RN deixou muitos de cabelo em pé. Seu modus operandi glamourizado à frente do centenário Teatro Alberto Maranhão geraram polêmica; crises de relacionamento com a direção da Fundação José Augusto deram o ar da graça; e um diz-que-me-diz nas redes sociais dificultou a aproximação entre Toinho e artistas. Ressabiada, a Rede Potiguar de Teatro resolveu não avançar com o diálogo– estratégia não compactuada de forma unânime dentro da própria RPT, grupo articulado formado pelas principais companhias teatrais em atividade no Estado.
A frente do mais antigo teatro do RN, Toinho Silveira diz buscar nas parcerias com iniciativa privada o apoio para movimentar e estruturar o Teatro Alberto Maranhão
Mesmo com um caixa curto, Toinho, 64, fez a coisa andar pelos lados da Ribeira com apoios e parcerias firmadas na iniciativa privada. As despesas diárias do TAM, como material de limpeza, água mineral ou uma lâmpada queimada, são sanadas com o apurado das pautas, cujos valores variam de R$ 300 a R$ 1 mil dependendo do perfil do espetáculo/projeto. Ele também comemora a agenda cheia durante todo o mês de junho, uma pauta tão variada que abriga deste o espetáculo do Grupo Armazém (O Dia em que Sam Morreu) a um congresso de sexologia e eventos fechados no salão nobre.

Na base da parceria a direção do TAM conseguiu dar um reforço na pintura da fachada e na parte interna, lavar e trocar cortinas, lançar um novo site a (teatroalbertomaranhao.com.br), repaginar o uniforme dos atendentes e dar condição de uso ao Salão Nobre (que não está disponível para locação, só é ocupado por eventos avaliados e autorizados pela direção).

Circuito interno de TV
“Agora vou pra rua tentar apoio para garantir a manutenção do novo site e para criar um circuito interno de TV”,  adiantou. A intenção do circuito interno é transmitir, por exemplo, entrevistas com atores e dramaturgos antes dos espetáculos e durante os intervalos.

Toinho e a RTP: “De portas abertas”
“Chega dessa coisa radical, de preconceito com relação à grana, a quem tem grana, ao brilho, holofotes. Gosto de aparecer como qualquer artista”, comentou Silveira. “Tenho bagagem como pintor, já levei artistas potiguares para excursões no exterior, e posso articular, fazer o meio de campo, estreitar o diálogo entre a classe empresarial e os artistas – faço isso desde meus tempos quando tive galeria em Mossoró. Já pensou a RPT aqui comigo o que não iríamos fazer?”, desabafa Silveira em uma conversa franca com a reportagem do VIVER.

Toinho garantiu que não há nada que impeça uma aproximação da Rede com o TAM. “Estou aberto ao diálogo, na hora que quiserem é só chegar, as portas estão abertas. Nem precisam vir aqui se não quiserem, vou onde indicarem. Tenho conversado de forma isolada com alguns membros da RPT e acredito que as coisas caminham para o entendimento”, disse o gestor, lembrando que o diálogo com a Rede Potiguar de Teatro foi interrompido em março, período de aniversário (111 anos) do TAM. Na época a RPT enviou uma carta questionando a forma como a programação foi montada (por convite direto) e os Clowns de Shakespeare cancelaram a apresentação do espetáculo “Sua Incelência, Ricardo III”.

Curadoria compartilhada não avançou
A sugestão de Toinho, e aceita pela Rede no início do ano, de se criar uma curadoria compartilhada não avançou devido esse afastamento. “Reclamam que não tem espaço na pauta do teatro, mas não veio ninguém aqui procurar”, disse. Silveira destacou que a marcação de pautas está sendo mais organizada: no ato da reserva deve-se pagar 50% do valor e apresentar todo o material de divulgação. “Assim evitamos de travar a pauta ou fazer reservas fictícias. Com a presença da Rede poderíamos reavaliar toda a programação, pois temos pautas marcadas até 2016, mas ainda temos datas em julho, agosto, setembro…”.

Águas Passadas
Sobre a crise que quase pipocou  no início do ano com a atual gestão da Fundação José Augusto, que tem à frente o ator Rodrigo Bico como diretor geral, Toinho garante que são águas passadas. “Sabia que isso ia acabar acontecendo em algum momento, enfrento esse preconceito há bastante tempo. Em Mossoró enfrentava preconceito vindo da parte dos artistas por circular em festas da sociedade, e vice versa. Acredito que Bico, por ser um homem de teatro, deve ter sido muito pressionado por seus pares. Mas as coisas estão bem, obrigado!”. Inclusive Rodrigo Bico será o entrevistado de Toinho no programa “Versátil”, exibido nesta próxima sexta-feira (19), às 14h, na TV Ponta Negra (SBT).

Galeria de arte nas varandas, souvenires e lançamentos de livros
Nos planos de curto prazo, o gestor pretende abrir uma galeria de arte (no hall de entrada e nas varandas) com ocupação definida através de chamada pública. A meta é inaugurar o espaço no próximo dia 2 de julho, mesmo dia do lançamento do livro “Inventário do Possível”, de Tarcísio Gurgel. “Essa primeira exposição será com curadoria minha, e nas próximas via chamada pública, o que não posso é ficar esperando”, garante.

Outro projeto para breve é a abertura de uma lojinha com venda de souvenires com a marca do TAM e livros publicados pela Gráfica e Editora Manibu (FJA).

Jantar de gala
“Sempre apostei na parceria com a iniciativa privada, tanto que organizei (dia 11 de junho) um jantar no Salão Nobre com empresários do jeito que acho que deve ser: com talheres de prata e sofisticação. Tudo a custo zero. Lancei nosso novo site e apresentei a proposta de promover uma série de conversas para falar das leis de incentivo e tentar incluir o TAM no roteiro de turismo. Os secretários de Turismo do município e do RN estavam no jantar e já falei disso com eles”, frisou Toinho, que irá voltar a falar do assunto turístico depois da inauguração da galeria.

Apesar do jantar ter sido alvo de críticas, ele avisa: “Vou continuar fazendo e reunindo pessoas que podem colaborar”.

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