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Um memorial para Augusto Severo

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Itaércio Porpino
repórter

Nos primórdios da aviação, um potiguar entrou para a seleta galeria dos intrépidos inventores que ajudaram a tornar possível o sonho do homem voar. Às 5h30 do dia 12 de maio de 1902, mais de cem anos atrás, o macaibense Augusto Severo de Albuquerque Maranhão decolou do solo parisiense no dirigível Pax, desenvolvido por ele, e voou em torno da Torre Eiffel acompanhado do francês Georges Saché, mecânico de bordo. Cerca de dez minutos após o início do voo, o Pax explodiu, matando Saché e Augusto Severo, que tornou-se, assim, o primeiro mártir brasileiro da aviação.
Em Macaíba, praça tem painel que destaca Augusto Severo
O engenheiro potiguar, cujo invento revolucionou e influenciou o desenvolvimento dos dirigíveis nas décadas seguintes, dá nome a ruas (uma delas em Paris, perto do local do acidente), praças, escolas e até a um grupo de escoteiros, mas no RN sua história não tem sido preservada e difundida como merecia. A crítica, feita pela bisneta de Augusto Severo, Sônia Severo, e por seu primo Augusto Maranhão, é compartilhada pelo escritor e advogado Diógenes da Cunha Lima, que como presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL) batalha para que o Aeroporto Augusto Severo, desativado desde maio de 2014, seja transformado em um memorial dos pioneiros da aviação, com destaque para o inventor potiguar.

#SAIBAMAIS#A proposta de criação do memorial foi detalhada em texto assinado por Diógenes da Cunha Lima e encaminhado ao comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Juniti Saito. No documento, o presidente da ANL se diz preocupado com o descaso com os assuntos da história do RN e pede o apoio do comandante para o projeto.

“Nenhum outro estado brasileiro disputa com o Rio Grande do Norte o pioneirismo da aviação mundial. Nossa proposta é transformar o salão principal do aeroporto, entre os grandes painéis dos artistas natalenses Aécio Emerenciano e Dorian Gray Caldas, em um Memorial dos Pioneiros da Aviação, preservando o nome de Augusto Severo, segundo sugestão de 40 militares em visita à ANL”, diz Diógenes.

De acordo com o escritor e advogado, a ideia é que as pessoas possam conhecer, por meio de fotografias e outros documentos – e até de réplicas dos primeiros dirigíveis e aviões – a importância que o Estado teve para a aviação, desde os seus primórdios até o período da Segunda Guerra Mundial.

“Foram inúmeros os pilotos da vanguarda que por aqui passaram. Tivemos Arturo Ferrarin, Carlo Del Prete, Jean Mermoz, Maryse Bastié, Antoine Saint-Exupery, Marcel Bouilloux-Lafont, Edmond d’Oliveira, Paul Vachet, Le Brix e Marcel Reine”, lista Diógenes, que quer destacar, principalmente, o pioneirismo de Augusto Severo.

A proposta de construção do memorial conta com o apoio das maiores instituições culturais do Estado, entre elas, o Instituto Histórico e Geográfico, o Conselho Estadual de Cultura e a União Brasileira de Escritores. “É necessário a união de forças para o projeto acontecer”, diz o presidente da ANL, avisando que vai levar o pleito ao governador do RN e ao prefeito de Parnamirim. “Vamos procurar todos que possam ajudar. A memória de Augusto Severo não pode ser esquecida”.

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