Michelle Ferret – Repórter
Cultura como atrativo para o turismo. Essa é a ideia que pretende passar a administração da prefeita Micarla de Sousa através de sua fundação de cultura. Para isso, muitas mudanças estão previstas, algumas polêmicas, como o deslocamento de eventos para outras datas , como o Encontro Natalense de Escritores, que vai se tornar Encontro Lusófono de Escritores e irá para março de 2010. Também a mudança do nome da revista cultural — de “Brouhaha” para “Ginga” — e ainda mudanças no formato do Natal em Natal. Nesse caso, a programação sairá da “Árvore de Natal”, que será desativada, e vai para praça Pedro Velho, no projeto “Praça de Sonhos”, com direito a cortejo de artistas passando em volta e iluminação — esta, redobrada em 12 mil ornamentos.
Todas essas informações foram confirmadas pelo presidente da Fundação Cultural Capitania das Artes, César Revorêdo. “O que a prefeita orientou é que as ações do Natal sejam voltadas para uma grande celebração fazendo da cidade uma referência no Brasil inteiro”. Revoredo conta que haverá “um desfile temático abrindo possibilidades para os novos talentos como na parte de figurinos e adereços, alegorias, abrindo um grande espaço na cidade”.
Sobre a iluminação, Revoredo disse que “será redobrada para que os que chegarem na cidade se sintam num lugar sonhador. Acredito que vamos dobrar de 6 mil para 12 mil ornamentos em toda a cidade”.
Além da iluminação, na Praça Cívica – Praça Pedro Velho – haverá a construção do espaço chamado “Estrela de Natal” abrigando ornamentos, programação cultural e atrativos turísticos ainda em fase de projetos. Questionado sobre o que farão com a árvore de natal de Mirassol, Revoredo diz que este ano ela “não será acesa”. E completa: “Para aquela área existe um projeto de arborização, mas ainda não temos nada certo. Por enquanto, a intenção é manter algumas atividades culturais no período natalino por lá.” Sobre o Auto de Natal, a fase agora é de escolha do elenco de atores e figurantes para a participação teatral que acontecerá entre os dias 21 e 23 de dezembro — ainda sem programação musical definida e com um orçamento de R$ 1 milhão de reais. O texto é da escritora Clotilde Tavares.
Depois da revista cultural da Funcarte “Brouhaha” ter tido repercussão no Brasil inteiro durante três anos – com periodicidade de trimestral – este ano a revista ganha novo nome e roupagem. A troca do nome partiu de sugestões feitas a César, pela dificuldade de pronunciar o nome da revista. “Quando a gente pedia para alguém pronunciar o nome da revista, as pessoas sempre se atrapalhavam. Como é uma revista e não um programa de televisão, quando o nome é lido e não pronunciado, então optamos por um nome fácil e com grande repercussão cultural na cidade”, disse.
Segundo ele, Ginga com tapioca já atraía a atenção dos boêmios, dos artistas e dos intelectuais. “A ginga com tapioca é hoje talvez a grande referência gastronômica, mas tem outro sentido que rege as expressões populares da dança, do boi de reis, do pastoril e também a ginga que queremos explorar, no ritmo dos próprios brasileiros. Ginga que queremos explorar da cultura moderna do hip hop aos cantadores. Enfim é uma sugestão que foi dada e tivemos tempo para maturar e achamos interessante, além de ficar mais próximo de todo mundo, todo o mundo tem ginga”.
