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Um retrato de Nei Leandro

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Yuno Silva – Repórter

Ler Nei Leandro de Castro significa mergulhar em um mar de poesias desconcertantes (no melhor sentido da palavra), ficções permeadas por histórias fantásticas e personagens libidinosos e divertidos. Seus escritos também subvertem as palavras e são transmutados em concretos, processos e visuais. Na beirada de seus 72 anos, comemorados amanhã (30), o caicoense ganha presente na véspera: nessa terça-feira, às 18h, no Teatro Alberto Maranhão, será lançado “Nei Leandro de Castro – 50 anos de atividades literárias (1961-2011)”, livro organizado pelo historiador Thiago Gonzaga que reúne informações cronológicas, referências das obras e iconografia sobre a trajetória do escritor.
Escritor, que completa 72 anos amanhã, está em Natal para o lançamento do livro, organizado por Thiago Gonzaga e os parceiros Chumbo Pinheiro e Fátima Lima. Edição sai pelo Sebo Vermelho.
Lançado pela Sebo Vermelho Edições, em parceria com o selo 101 Livros do RN (nome do blog mantido por Thiago), o título abre alas para a série de homenagens planejadas por Thiago e os parceiros Chumbo Pinheiro e Fátima Lima Lopes, trio de garis da Urbana e se dedica às letras potiguares nas horas vagas. “Tenho uma biblioteca só com autores do Rio Grande do Norte, e como Nei Leandro está completando meio século de literatura resolvemos dedicar a ele esse primeiro volume da série de homenagens anuais que pretendemos lançar”, adiantou Gonzaga.

Radicado há décadas no Rio de Janeiro, de onde ajudou a construir a ponte do Poema/Processo entre o RN e o RJ em 1967, Nei Leandro está de passagem em Natal especialmente para acompanhar o lançamento. “Gostei muito do trabalho, apesar dos elogios em cadeia que me deixam meio sem graça”, disse o escritor por telefone à reportagem do VIVER. “Fizeram um bom levantamento”. A pesquisa de Thiago, Chumbo e Fátima levou cinco meses para ser concluída e conseguiu recuperar dados quase perdidos ao longo do tempo.

“Quando decidimos pelo nome dele, entramos em contato e ele se dispôs a ajudar na hora no que fosse preciso”, lembrou Thiago Gonzaga. “Nei Leandro não tem muito cuidado em guardar as coisas que já fez, por isso tivemos algumas dificuldades para encontrar material e informações sobre algumas publicações.”

Vale ressaltar que o livro não se presta a analisar ou avaliar o conjunto da obra, e sim se contenta em juntar pistas e mostrar caminhos para quem deseja conhecer o trabalho do autor. Dividido em quatro partes, “Nei Leandro de Castro – 50 anos de atividades literárias (1961-2011)” traz um catálogo completo com a cronologia; a bibliografia; críticas e depoimentos sobre o escritor e seus livros (incluindo textos publicados em jornais, no prefácio e/ou orelhas dos livros); e seção iconográfica com fotos da infância e familiares, cópias de documentos e as capas dos 23 livros lançados entre 1961 e 2010.

O mais famoso deles, “Pelejas de Ojuara”, foi lançado em 1986 teve cinco edições e inspirou o filme “O homem que desafiou o diabo” em 2007, do qual Nei Leandro também co-assina o roteiro dirigido por Moacyr Góes com Marcos Palmeira no papel principal.

“Como alguns livros estão esgotados, já se tornaram raridades, caso de ‘Viagem de volta’ (1983), lançado apenas no Rio de Janeiro. Tivemos que entrar em contato com a editora para conseguir a imagem da capa e algumas informações. É um livro para se buscar referências, de consulta, ponto de partida para a literatura de Nei Leandro”, aposta Gonzaga.

Sobre “Viagem de volta”, que traz poemas de Nei Leandro de Castro inspirado nos Beatles e ilustrações do desenhista Cláudio Sendin, o autor confirmou se tratar de uma edição rara. Ele adiantou ao VIVER o interesse em reeditar: “Conversei com Abimael Silva (do Sebo Vermelho) e vamos amadurecer essa ideia”. Por enquanto o escrito do Seridó, que já assinou como Neil de Castro, publicou livro sob o pseudônimo Nathália de Sousa, e é um dos responsáveis (junto com o também seridoense Moacy Cirne) pelos versos desbocados de um tal Chico Doido de Caicó.

Por enquanto Nei Leandro não está trabalhando em nenhum projeto novo, seu último lançamento foi “O dia das moscas” (Jovens Escribas). “As musas inspiradoras andam sumidas e nem se despedem. Mas vou correr atrás delas”, brincou o escritor, que volta para o Rio de Janeiro no próximo de 2 de junho. “Vou aproveitar a estadia para acompanhar o lançamento de ‘Alguma prata da casa’ (Nave da Palavra/UBE-RN), do amigo Manoel Onoffre Júnior, nesta quinta-feira na Academia de Letras”, propagandeia o habilidoso comunicador fazendo jus à sua atuação no mercado de comunicação como publicitário.

Serviço

Lançamento de “Nei Leandro de Castro – 50 anos de atividades literárias (1961-2011)” (R$ 30), de Thiago Gonzaga, Chumbo Pinheiro e Fátima Lima Lopes. Hoje, às 18h, no Teatro Alberto Maranhão – Ribeira.

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