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Um século de rivalidade

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Everaldo Lopes [[email protected]]

O capítulo inicial da história do clássico ABC x América vem desde 1915, quando os dois clubes foram fundados, por muito pouco não coincidindo acontecer no mesmo dia. Os abecedistas foram mais apressadinhos e resolveram registrar a data de 29 de junho de 1915 como marco do nascimento do ABC FC, tendo como local o bairro da Ribeira, frente para os fundos do Teatro Carlos Gomes, hoje Alberto Maranhão. O local servia de residência da família Avelino Alves Freire, seu casarão estilo colonial era localizado no final da av. Rio Branco, número 101. O primeiro confronto entre os rapazes dos dois clubes aconteceu dia 26 de setembro de 1915, estando, pois, a  pouco mais de um ano desse histórico  “match”, no linguajar da época. Tanto tempo faz que, não se falava ainda nas expressões de hoje, mas sim o chamado esporte bretão, porque advindo da Grã-Bretanha, berço do foot-ball, com uso de expressões inglesas, como goal- keeper, foward, referee, half, center-half, half-back, score, etc. Os americanos escolheram a data de 14/07/1915 para fundação do clube. 

Os avisos
Recortes de jornais dos primeiros confrontos entre americanos e abecedistas contém pequenas notícias, que parecem mais avisos aos jovens atletas dos dois clubes. O matutino “A República” de 12 de outubro de 1918, por exemplo, avisa aos “admiradores do foot ball” que às 18h o América Foot-Ball Club reunir-se-á em sua sede provisória na residência do associado Oscar Siqueira, a fim de resolver a melhor forma de fazer-se representar no campeonato de foot-ball do corrente anno (com dois “n”), citando nomes de alguns “cracks”: Monteiro, Arary, Deão, Canela de Ferro, Aguinaldo, Pé de ouro, Poty, Nilo e Chico Lisboa.

Primeiros (2)
Em um outro espaço de “A República” é publicado aviso do ABC FC, anunciando que amanhã (19.08/1918 no “ground” do Tyrol começará o campeonato de “foot ball” deste anno, com a peleja A.B.C. Foot Ball Club, com os 1º e 2º teams do Centro Sportivo Natalense. A lucta (assim mesmo, lucta) deverá ser bastante animada, dispondo os dois clubs de poderosos elementos. Na fundação dos dois primeiros clubes do RN não havia ainda locais fixos para os primeiros jogos, sendo escolhidos terrenos baldios, como o que hoje existe na praça André de Albuquerque, a antiga Praça Pio-X (que cedeu o local para construção da Catedral Nova, e praça Pedro Velho.

Quarenta e dois anos
Este é o tempo que faz das primeiras investidas dos rivais ABC e América na grande sensação da época, que era o estádio Humberto Castelo Branco, como hoje é a Arena das Dunas. Só que as portas se abriam apenas para o ABC, na condição de campeão estadual de 1972, porém a alegria alvinegra duraria pouco tempo porque houve a punição da CBF, e o Alvinegro ficou de fora em 73 e 74, e distante também em 1975 por haver perdido o Estadual de 74,  somente retornando ao Brasileirão em 1976, porém com um detalhe capital: naquele ano a CBF daria chance a ABC e América, os dois representando o futebol potiguar.

Autodidata
Iniciando suas atividades no campo do futebol, o pesquisador Marcos Trindade tornou-se rapidamente conhecido  graças ao seu empenho na busca de dados estatísticos, pesquisas aprofundadas a ponto de passar dias seguidos no Instituto Histórico, nas coleções dos jornais, buscando números aonde ele acha que pode colher dados. Conheço-o já há alguns anos, e sou um dos seus admiradores, inclusive lhe cedi com o maior prazer anotações que eu, cuidadosamente colecionei sobre os Campeonatos Estaduais/RN, de 1963 até 1983, com ficha técnica de todos os jogos daquele período. Com suas pesquisas, Trindade descobriu muitas raridades nas velhas coleções do Instituto Histórico, no Diário “A ORDEM” (extintos) e TRIBUNA DO NORTE. 

Marcos (2)
No blog que mantém há algum tempo, ele postou relação dos livros que lê, na tentativa de ampliar seus conhecimentos. Entre esses livros, está lá no blog o livro que publiquei em 2006, intitulado “Da Bola de Pito ao Apito Final”, de 450 páginas contendo toda a história do futebol do RN, hoje com quase 2.000 exemplares vendidos. Agradeço ao amigo Marcos Trindade, e o parabenizo pelo  empenho em servir aos que acessam seu blog. Marcos começou na extinta Rádio Poti, fazendo plantão de esportes, logo indo às fontes buscar a notícia, correr para os jornais e outras fontes, de algum pormenor para completar suas pesquisas. O livro “Da Bola de Pito ao Apíto Final” encontra-se à venda na banca boa Leitura”, no Nordestão da Salgado Filho.

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