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Um sonho possível

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Karla Larissa – especial para a Tribuna do Norte/ Dois no mundo

O casal potiguar Fred Santos e Karla Larissa no Meridiano Zero (Inglaterra) a viagem de volta ao mundoA história desta Volta ao Mundo não começa no último dia 9 de abril, quando embarcamos para Londres, nossa primeira parada e onde estamos agora. Mas, sete meses antes, quando tomamos a decisão de mudar completamente as nossas vidas para realizar este que é o sonho de muitos, mas ainda poucos conseguiram realizá-lo.

Dois no Mundo é um projeto de vida de um casal de potiguares, esta que vos escreve, jornalista, de 27 anos, e, Fred Santos, analista de sistemas, de 26 anos. E, diferente do protagonista de A Volta ao Mundo em 80 dias, Phileas Fogg, o que nos motivou a sair viajando pelo mundo não foi nenhuma aposta. Tão pouco somos ricos como o personagem  do livro de Júlio Verne. Também não se trata de nenhuma fuga de uma vida insatisfeita, que não era o nosso caso, mas sim um encontro com o novo. Novos mundos, novas pessoas, novas culturas que irão nos proporcionar uma nova forma de ver e de viver a vida.

Nossa aventura também não levará apenas 80 dias, mas sim 218, ou melhor, sete meses. Pois não faremos apenas uma circunferência pelo planeta, mas sim, viajaremos, no melhor sentido da palavra. Nosso roteiro não está completamente desenhado para que possamos ter a liberdade para mudar. Mas é certo que passaremos por todos os continentes, com exceção da Antártida. Serão três meses de Ásia com pelo menos sete países (Cingapura, Filipinas, Malásia, Tailândia, Camboja, Indonésia e China), um mês na Oceania (Austrália), um mês na América (Estados Unidos) e quase dois meses na Europa, que incluirá uma esticada até um país africano, que poderá ser Marrocos ou Egito. No total, deveremos visitar cerca de 17 países, menos do que poderíamos e que gostaríamos, mas iremos privilegiar a qualidade e não a quantidade, assim, pretendemos conhecer mais e melhor cada país por onde passarmos.

Roteiro

De concreto, temos apenas alguns trechos aéreos comprados, entre eles, a chamada Passagem de Volta ao Mundo, que inclui Inglaterra – Cingapura – Austrália – EUA – Inglaterra, que compramos de uma empresa inglesa, por isso, Londres é a primeira cidade do nosso roteiro, onde passaremos uma semana antes de partimos para a Ásia. As demais passagens aéreas, compramos com empresas de low cost (baixo custo), com exceção da ida e volta Brasil – Europa.  Quanto a hospedagem, iremos definir e reservar aos poucos, e nada de roteiro de passeios traçado. Viveremos cada dia de uma vez.

Mas isso não significa falta de planejamento, muito pelo contrário. Foram longos sete meses de pesquisa e organização para definir a compra das passagens, escolher os destinos a serem visitados e principalmente preparo financeiro. E é justamente essa a questão que mais causa curiosidade nas pessoas quando se trata de uma Volta ao Mundo. É natural pensar que é necessária uma pequena fortuna para realizar uma viagem dessa envergadura. Mas a verdade é que não.

Como já foi dito, não somos ricos nem herdeiros e não tínhamos nenhuma reserva financeira para a viagem. O que fizemos foi praticar o desapego. Fizemos uma rigorosa economia nos meses que antecederam a viagem. Também vendemos empresa, carro, móveis, eletrônicos, roupas e alugamos nosso apartamento. Além disso, pedimos demissão dos nossos empregos. Enfim, abrimos mão da nossa antiga vida para começar uma nova. 

Com muito esforço, conseguimos levantar os recursos para a viagem, que deverá custar o preço de um carro popular para cada um.

Economia

A viagem, é claro, será no estilo econômico e estabelecemos como meta o gasto médio de 45 dólares por dia, por pessoa.

No entanto, iremos preferir economizar em hospedagem, transporte, alimentação e gastos com compras para poder aproveitar melhor os passeios.

E aí, novamente será preciso praticar o desapego, desta vez, do luxo e do conforto em nome da diversão e de um melhor aproveitamento da viagem.

Como bagagem levamos apenas duas mochilas cada um, uma maior para as roupas de frio e calor, pesando menos de 10 kg e outra menor, com documentos e eletrônicos.

Para dormir, ficaremos em hostels, onde poderemos, algumas vezes, preparar nossa própria comida e lavar nossas roupas; casa de familiares e de amigos; campings; couchsurfing (rede social para viajantes); aeroportos e onde for possível ter uma noite de sono e ainda economizar.

Como se vê, levaremos uma vida simples. Tudo pela realização de um grande sonho. Pois sem sacrifício, não há ganho. E nosso maior ganho nessa viagem deverá ser o nosso crescimento pessoal, algo que não tem preço.

Meridiano 0 (zero) como ponto de partida

Depois de quase 12 horas de viagem, Londres nos recebeu com o que tem de mais tradicional: muito frio, neblina (fog) e chuva. E mesmo com céu cinza, Londres se mantém sempre charmosa. Um encontro perfeito entre o velho e o novo. Estivemos na cidade pela primeira vez há menos de um ano e foi amor à primeira vista.

Desta vez, nos hospedamos em um hostel chamado The White Ferry House, em Victoria, que também funciona como um pub. Algo também tipicamente londrino.

Para marcar o início de nossa Volta ao Mundo, quando iremos cruzar os 360 meridianos (que medem a longitude), decidimos começar nosso passeio por Greenwich, localidade vizinha a Londres, onde fica o Meridiano 0 (Zero), que por convenção, divide o planeta Terra em Ocidente e Oriente.

A linha que marca o centro do mundo fica dentro do Observatório Real, que tem entrada paga. Mas do lado de fora, há um pequena continuação, onde é possível, tirar a tradicional foto de um pé no Ocidente e outro no Oriente sem desembolsar 7 libras por pessoa.

Do alto do Greenwich Park, onde fica o Observatório, tem-se uma incrível vista panorâmica de Londres. O lugar todo é muito bonito, mesmo com uma primavera sem folhas e flores.

Em Greenwich também ficam o Museu Nacional Marítimo, o antigo Colégio Real Naval e o Centro de Astronomia.

 O ideal é fazer um passeio despretensioso pela cidade. A ida de trem de Londres a Greenwich também surpreende pelas belas paisagens. Outra opção para chegar lá é fazer um passeio de barco pelo rio Tâmisa. 

 Nos próximos dias, iremos nos perder pelas ruas de Londres e na próxima terça embarcamos para Cingapura, onde iniciará nossa temporada de três meses pelo Sudeste Asiático. Sairemos do frio primaveril londrino para o calor escaldante asiático. Esperamos ter muitas histórias para contar na próxima matéria da série, que será publicada dentro de 15 dias.

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